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Categoria: Equipe Internacional de Combate a Incêndio do Ano
Bombeiros: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (Brasil)
Operação: Incêndio e colapso de um prédio

Intervention time frame: 01/05/2018 às 1:30 am para 13/05/2018 às 10:30 am
O prédio de 25 andares do Wilton Paes de Almeida ficava na Rua Antônio de Godoi, na Avenida Rio Branco, no centro de São Paulo. Área total de 11.669,83 m² e altura de 72,41 me 25 andares. Era um prédio antigo e inseguro, antigamente usado como uma instalação da polícia federal e depois habitado por aproximadamente 150 invasores. Originalmente, o prédio tinha um sistema de proteção contra incêndio projetado e aprovado para este edifício - classificado como D-01; devido à sua ocupação por posseiros, no entanto, isso foi alterado para A-02, que exige um sistema de proteção contra incêndio diferente.
Em março de 2015, o Corpo de Bombeiros realizou uma inspeção técnica e constatou alto risco de incêndio devido à ocupação irregular. Este relatório foi enviado à Prefeitura de São Paulo e à Procuradoria do Distrito, para que ações fossem tomadas para remover invasores e uma nova finalidade seria dada ao prédio uma vez que ele tivesse sido reformado.
Em 1º de maio, o prédio desmoronou depois que um incêndio se espalhou pelo edifício e se espalhou para outras duas estruturas próximas. Depois que a estrutura entrou em colapso, o Corpo de Bombeiros começou a combater as chamas nos escombros e iniciou a busca por sobreviventes. A primeira equipe de resposta de emergência chegou ao local em torno de 01:37, juntamente com 25 veículos e 84 bombeiros. 
Um total de 170 bombeiros foram envolvidos no procedimento até o colapso estrutural do edifício. Todas as atividades de combate a incêndios e resgates na estrutura colapsada foram coordenadas e operadas pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (CBPMESP) e executadas por meio de suas equipes.
Relatório de sequência de intervenções:
No dia 1º de maio, por volta da 01h30, a equipe do Corpo de Bombeiros foi contatada pela linha de emergência "193" e alertada sobre o incêndio. A equipe de emergência da primeira resposta foi imediatamente enviada para o local do incêndio. Na chegada, a equipe do segundo corpo de bombeiros encontrou um grande incêndio. As fases táticas do combate a incêndio começaram: a) Análise da situação inicial, b) resgate, c) isolamento, d) confinamento, e) extinção f) conclusão.
Três áreas de serviço foram instaladas: quente, quente e frio, com a ajuda da CET (empresa responsável pela engenharia de tráfego) que interditou várias ruas.
a) Análise da situação
O Comandante do Incidente fez as seguintes avaliações:
1. Construção de edifícios: 25 andares, apenas um acesso ao interior do edifício, através de uma escada. Não está claro se o prédio resistiria ao incêndio sem entrar em colapso.
2. Características do fogo: alta probabilidade de cargas de fogo existentes no interior do edifício e irradiação de calor para outras duas estruturas próximas.
3. Pessoas em risco: o edifício foi usado irregularmente por posseiros.
4. Riscos potenciais da emergência: um risco real de colapso estrutural da construção aumentou o fato de que ainda havia muitas pessoas dentro do prédio que precisavam ser removidas rapidamente.  
No que diz respeito aos bombeiros, recursos humanos e equipamentos, houve um alto risco de vidas humanas, bem como perdas de bens materiais.
1. Recursos do corpo de bombeiros: 25 carros de bombeiros e 84 bombeiros trabalhando em cena. As condições de abastecimento de água não eram ideais.
b) Coordenação de equipes de resgate
Enquanto algumas equipes começaram a agir contra o fogo, outras equipes começaram a procurar e explorar dentro do prédio. De acordo com os moradores que já haviam deixado a cena do incêndio, havia várias pessoas desaparecidas e era altamente possível que elas ainda estivessem lá dentro.
Moradores de edifícios vizinhos foram evacuados devido ao calor elevado irradiado pelo fogo. Cerca de 20 bombeiros inspecionaram todo o edifício e encontraram algumas pessoas que se recusaram a sair. Eles foram, então, removidos à força para se juntarem aos residentes restantes em um local seguro. 
Uma equipe de busca localizou uma vítima, que estava do lado de fora do prédio, pendurada no fio do pára-raios no 12º andar. Para resgatar essa pessoa, a equipe de busca teve que acessar o prédio vizinho e criar vários acessos (entradas forçadas) até chegar ao ponto mais próximo onde a vítima estava, aproximadamente 10 metros. 
A equipe dividiu as tarefas: enquanto um bombeiro conversava com a vítima, outros bombeiros montaram um sistema de resgate usando cordas e acessórios. Nenhum ponto físico estava disponível no local para um sistema seguro de ancoragem, necessário para executar o resgate da vítima. A equipe decidiu então usar um ancoradouro humano para acessar a vítima, usando um bombeiro na base. Uma cadeira de resgate foi montada e jogada na vítima, porque não havia como chegar fisicamente à vítima usando apenas cordas. Com a orientação do líder da equipe, a vítima conseguiu colocar a cadeira de resgate. Enquanto a proteção da corda estava ocorrendo, para evitar a quebra da corda, o edifício desmoronou levando a vítima para baixo. 
Durante uma entrevista por um jornal local após o colapso do prédio, o chefe da equipe de busca que estava no resgate disse à imprensa: "Precisávamos de mais 30 segundos para salvá-lo". Após o colapso estrutural, o número de pessoas a serem localizadas pelos bombeiros variou muito devido à imprecisão das informações, variando de cinco a 44 pessoas.

b) Isolamento
Uma das preocupações era evitar a propagação do fogo para as duas estruturas próximas. Para isso, foram utilizados veículos de combate a incêndios, plataformas de auto-plataforma e veículos de escadas giratórias. No entanto, não foi possível evitar a propagação para o prédio vizinho, do outro lado da rua.

c) Operações de confinamento e combate a incêndios
Havia dois objetivos em combater o fogo:  
1. Para evitar a propagação para as outras duas estruturas próximas 
2. Para evitar o colapso estrutural do edifício 
 Para isso, os veículos de combate a incêndios, os veículos de plataforma automática e de plataforma giratória estavam operando em tempo integral. Devido à rápida propagação do fogo, uma estratégia defensiva foi adotada com combate a incêndio externo e ataque direto por equipes de bombeiros. Depois que o incêndio se espalhou para o prédio do outro lado da rua, as equipes de combate a incêndios foram movidas e iniciaram o combate interno com ataque direto em alguns apartamentos. 
A rápida disseminação de calor e intensa energia térmica emitida pelo fogo, fez com que muita estrutura de metal e vidro caíssem, danificando equipamentos e cortando mangueiras de combate a incêndios. Foi necessário realocar algumas equipes para um lugar mais seguro sem afetar a eficiência do combate a incêndios.
Após o colapso estrutural do edifício devido ao incêndio, o Corpo de Bombeiros começou a agir esfregando escombros, realizando buscas de vítimas, retirando materiais.
As hipóteses levantadas sobre a origem do incêndio foram: ato criminoso, explosão de panela de pressão ou cilindro de GLP P-13, seguido de incêndio; curto-circuitos elétricos; entre outros.

e) Conclusão 
Como resultado, em 13 de maio, ao final das operações:
  • 01 prédio desmoronado;
  • 07 residentes - pessoas que morreram devido ao incêndio foram localizadas e identificadas;
  • 03 edifícios vizinhos danificados;
  • 1.700 bombeiros, revezando-se em turnos de 12 horas;
  • 298,5 horas de trabalho;
  • Cerca de 3.000 toneladas de entulho que foram removidas da cena;
  • 248 pessoas estavam desabrigadas;
  • 17 empresas de combate a incêndios trabalharam envolvidas.

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