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◘ CIDADE QUE ALBERGA BANCO MUN DIAL DE SEMENTES, ESTÁ AQUECENDO MAIS DO QUE QUALQUER OUTRO LOCAL DO PLANETA.


Cientistas descobriram que Longyearbyen, a cidade onde está instalado o maior repositório de plantas da humanidade, também conhecido como a "arca de Noé do século XXI", está a ser a mais afetada pelo aquecimento global

O arquipélago norueguês de Svalbard, tido como o local mais a norte do planeta onde é possível habitar, foi o local escolhido para construir o Banco Mundial de Sementes, uma espécie de cofre, a 150 metros de profunidade, no interior de uma montanha, onde estão guardadas milhares de sementes. O objetivo é garantir que os seres humanos nunca percam fontes de alimento em caso de uma catástrofe de proporções mundiais. Contudo, um novo relatório revela que este é o local onde se tem registado o aquecimento mais rápido do mundo.

Longyearbyen, a cidade e capital administrativa e económica de Svalbard, registou, em 1900, uma temperatura média de -7.8ºC, mas, desde então, esse valor subiu para 3.7ºC, ou seja, mais do triplo da subida média global de 1ºC.

Além da subida da temperatura, tem sido também registado um aumento da humidade, o que pode vir a ser prejudicial para a preservação das sementes, que assenta em temperaturas estáveis e um ambiente bastante seco.

O depósito, inaugurado em 2008, mantém as sementes congeladas a uma temperatura de 18 graus negativos e estima-se que pode conservá-las durante centenas de anos. O governo norueguês batizou-o como "arca de noé" do século XXI, porque assegura atualmente a preservação de um milhão de sementes, algo que representa cerca de 13 mil anos de história da agricultura.

Esta localização específica foi escolhida por ser considerada segura, tanto em termos geográficos, uma vez que se situa no interior de uma montanha, onde existe um baixo risco de sismos ou erupções vulcânicas, como pela “estabilidade política” da Noruega, como explicou à CNN Marie Haga, a diretora executiva da Crop Trust, uma organização internacional sem fins lucrativos que é parceira do governo norueguês neste projeto.

Mas a crescente percentagem de chuva e o aumento da humidade têm-se revelado um problema. Em outubro de 2016, a entrada para o depósito ficou inundada e acabou por congelar. Apesar de a água não ter alcançado nenhum local comprometedor, desde então têm sido feitos grandes investimentos de forma a substituir a entrada original por uma à prova de água. Esta reconstrução significou um investimento de 100 milhões de coroas norueguesas (cerca de 10 milhões de euros), o dobro do preço da estrutura original.

Segundo este novo relatório, a temperatura média de Longyearbyen deve alcançar um valor entre os 7ºC e os 10ºC e a precipitação deve chegar a uma percentagem entre os 40 e os 65% até o final do século, dependendo dos níveis globais de emissão de dióxido de carbono.

Kim Holmen, diretor internacional do Instituto Polar Norueguês, diz que o exemplo de Longyearbyen deve servir como “aviso” para o resto do mundo. As teorias que dizem que as alterações climáticas "não são assim tão graves" já se mostraram erradas, conclui.

◘ AVIÕES DE TRANSPORTE NA GUERRA COLONIAL NA AFRICA.



Aviões utilizados pela Força Aérea Portuguesa na Guerra Colonial na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

Aviões de transporte

Os primeiros aviões de transporte utilizados foram doze Skymaster, operacionais a partir de 1953, seguidos de dez Douglas DC-6, que entraram ao serviço em 1961, e dois Boeing 707, recebidos em 1972. 
Estes últimos substituíram os navios mercantes no transporte dos contingentes de e para África.

A unidade de transportes da Força Aérea esteve sempre localizada em Lisboa (Aeroporto da Portela) e teve a designação de Aeródromo-Base n.º 1. 
 
SC-54 Skymaster
O Douglas SC-54 Skymaster era um quadrimotor de transporte comercial e foi o primeiro avião dos Transportes Aéreos Militares que operou, inicialmente, entre os Açores e o Continente.

DC-6

Boeing 707-3F5
O Douglas DC-6 era quadrimotor de transporte, com velocidade máxima de 570 quilómetros e alcance de 7400 quilómetros. O Boeing 707-3F5 era uma versão do Boeing 707, com portas de carga na fuselagem. Os aviões de transporte médio destinavam-se, em primeiro lugar, ao transporte táctico e logístico no interior dos teatros de operações.


C-47 Dakota
O C-47 Dakota, bimotor muito seguro, foi utilizado em missões de transporte de pessoal e logística, para lançamento de pára-quedistas e mesmo como lançador de bombas na Guiné. Podia transportar trinta e dois passageiros ou duas toneladas e meia de carga à velocidade de 260 km/h.


Nord-Atlas
O Nord-Atlas, pelas suas características de robustez, nomeadamente a capacidade para aterrar e descolar em pistas curtas e com mau piso, foi o grande meio de apoio nos três teatros de operações, servindo ainda como lançador de pára-quedistas. A Força Aérea dispôs de doze unidades do modelo Nord 2502 e dezanove do modelo Nord 2501. A diferença principal residia no facto de o primeiro dispor de turbinas suplementares na ponta das asas. 

Avião bimotor, tinha alcance de 1500 quilómetros e velocidade de 330 km/h. Podia transportar cerca de cinco toneladas e meia de carga ou quarenta e cinco homens, com peso máximo de descolagem de vinte e três toneladas (na versão 2502).

◘ A MAIORIA DAS ESTÁTUAS NO EGITO NÃO TEM NARIZ, FORAM PARTIDOS DE PROPÓSITO.

Uma ou duas vezes e poderia ter sido um acidente infeliz. Mas quando a maioria das estátuas antigas têm narizes partidos, percebe-se que alguma coisa suspeita está a acontecer.
Edward Bleiberg, um curador das galerias de arte egípcias do Brooklyn Museum, admite que foi algo que não notou até um grande número de visitantes ter questionado sobre a falta de perfeição de muitas das estátuas do museu.
Supondo que foi acidental, decidiu analisar o assunto mais profundamente. O resultado, construído em estudos anteriores sobre vida após a morte, está a ser apresentado numa exposição chamada “Striking Power: Iconoclasm in Ancient Egypt”.
“A consistência dos padrões onde o dano é encontrado na escultura sugere que é propositado”, disse Bleiberg. Não foram apenas as estátuas as vítimas. Até os relevos em 2D mostram evidências de desfiguração deliberada.
Bleiberg argumenta que isto deriva do facto de que os antigos egípcios acreditavam genuinamente que os ícones continham as almas dos mortos. Consequentemente, estátuas, relevos e outras imagens permaneciam como uma espécie de portal entre o mundo dos vivos e o mundo sobrenatural dos deuses e dos mortos – um ritual ativaria a estátua para que ela se tornasse possuída pelo espírito da sua semelhança.
A maioria das imagens foram guardadas nos túmulos e templos da civilização. No primeiro, os descendentes do falecido poderiam alimentar os seus antepassados na vida após a morte com presentes – às vezes, literalmente comida. No último, os mortais podiam enviar as ofertas de deuses em troca da sua guarda do Egito. Esta crença dava aos ídolos poder – e a única maneira de tirar este poder era através de atos de vandalismo. “A parte danificada do corpo já não é capaz de fazer o seu trabalho”, explicou Bleiberg.
Assim, sem ouvidos, não pode ouvir suas orações. Sem braços, não pode aceitar ofertas. E sem nariz não consegue respirar. Isso efetivamente “mata” o espírito-ícone. Um pequeno ladrão de túmulos pode cortar o nariz para evitar que a pessoa se vingue.
O antigo Egito tem uma longa história de danos à imagem humana. Na pré-história, por exemplo, múmias eram deliberadamente danificadas. Os hieróglifos oferecem instruções que incluem a queima de efígies de cera para guerreiros que partem para lutar e os faraós disseminam decretos que ameaçam punir aqueles que chegam ao ponto de destruir a sua aparência.
Mais tarde, quando o cristianismo chegou, esculturas, relevos e outros ícones das antigas divindades egípcias foram vandalizados para impedir que os demónios “pagãos” ressuscitassem. “As imagens no espaço público são um reflexo de quem tem o poder de contar a história do que aconteceu e o que deve ser lembrado”, acrescentou Bleiberg.
Mas a prática de desenterrar ícones não se limita ao Egito. Há atos semelhantes de vandalismo exibidos em retratos que datam da Grécia, Roma e do Império Persa. De acordo com Mark Bradley, da Universidade de Nottingham, Reino Unido, pode ser um símbolo do “nariz-docking” – uma punição da vida real distribuída no mundo clássico, Egito antigo, América pré-colombiana, Europa Medieval, Índia primitiva e o mundo árabe.
O nariz do imperador bizantino, Justiniano II, foi cortado quando destronado, para que não tentasse subir ao trono novamente. Hércules ganhou o apelido de “Nose Docker” depois da sua propensão para cortar o nariz de arautos que não diziam o que ele queria ouvir.
“Tem sido um gesto poderosamente simbólico associado à falta de poder, humilhação, visibilidade, exclusão, perda de identidade e dor”, escreve. O apagamento de homens e mulheres poderosos na história através da destruição da sua imagem é uma prática conhecida que data muitos países diferentes e períodos de tempo.
Os motivos destes vândalos podem continuar desconhecidos, mas podemos ter certeza de que não era por acaso.
Fonte: ZAP

◘ CIENTISTAS ENCONTRARAM UMA FORMA DE LEVITAR OBJETOS USANDO APENAS LUZ.



Os cientistas afirmam que a sua nova tecnologia de levitação seria capaz de enviar uma nave espacial para a estrela mais próxima em apenas 20 anos.
Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) dizem ter encontrado uma forma de levitar e impulsionado objetos usando apenas luz. No entanto, o trabalho não passa da teoria – pelo menos, para já.
A equipa do Caltech espera que esta nova técnica possa ser usada para controlar a trajetória das naves espaciais ultraleves. Além disso, o artigo científico, publicadorecentemente na Nature Photonics, esclarece que a tecnologia seria também capaz de controlar “velas leves com propulsão a laser para exploração espacial”, ou seja, o combustível seria dispensado, sendo apenas necessário um poderoso laser.
O chamado sistema de “levitação e propulsão fotónica” foi criado a partir de um padrão complexo que poderia ser gravado na superfície de um objeto. A maneira como o feixe de luz concentrado reflete faz com que o objeto se “auto-estabilize”, enquanto tenta permanecer dentro de um raio de laser focalizado, explicam os cientistas.
Segundo o Futurism, o primeiro avanço que estabeleceu as bases para a nova pesquisa foi o desenvolvimento de “pinças óticas” – instrumentos científicos que usam um poderoso feixe de laser para atrair ou afastar objetos microscópicos. A grande desvantagem é que estas pinças só conseguem manipular objetos minúsculos a distâncias microscópicas.
Ognjen Ilic, primeiro-autor do estudo, coloca o conceito de “pinça” e as suas limitações de uma forma muito mais simples: “Pode-se levitar uma bola de pingue-pongue usando um fluxo constante de ar de um secador de cabelo, mas não funcionaria se a bola de pingue-pongue fosse muito grande, ou se estivesse muito longe do secador.”
Teoricamente, a manipulação da luz desta nova técnica poderia funcionar com um objeto de qualquer tamanho. Apesar de esta teoria ainda não ter sido testada no mundo real, os cientistas afirmam que, se funcionar, seria uma forma de enviar uma nave espacial até à estrela mais próxima fora do Sistema Solar em apenas 20 anos.
“Há uma aplicação audaciosamente interessante para usar esta técnica como meio de propulsão de uma nova geração de veículos espaciais. Estamos muito longe de concretizar esse feito, mas estamos no processo de testar os princípios”, disse Harry Atwater, professor da Divisão de Engenharia e Ciências Aplicadas da Caltech.
Fonte: ZAP

◘ KAJURU CARA A CARA LEVANTA "CAPIVARA" DE GILMAR MENDES

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◘ ISRAEL E OS SETE IMPÉRIOS MUNDIAIS.


Vídeo-Resumo de um estudo bíblico.
Baseado no livro de Daniel, especificamente o sonho do Rei Nabucodonosor e a visão de Daniel (Daniel 2 e 7) mostra que todos os grandes impérios mundiais tiveram, de uma forma ou outra, uma relação direta para com a NAÇÃO de Israel; seja para sua EDIFICAÇÃO seja para DESTRUIÇÃO - e tudo isso em função da lei de Deus dada por Moisés (Benção e Maldição) , como também para cumprimento das profecias.

Assista o vídeo e se impressione com o poder do cumprimento da palavra de Deus e reconheça que Jesus é o único e verdadeiro Rei de todas as nações.

◘ GOVERNO BOLSONARO► A APROXIMAÇÃO ENTRE PRESIDENTE DO BRASIL E ISRAEL PODE AFETAR O MERCADO BILIONÁRIO DE CARNE ‘HALAL’ NO BRASIL?

O BRASIL NÃO PODE SE CURVAR E ACEITAR QUE LHE DIGAM DE QUEM PODE OU NÃO SER AMIGO.

O BRASIL DEVE SIM MUDAR A EMBAIXADA PARA ISRAEL, E FORTALECER AS RELAÇÕES COM AQUELE PAIS. 

► OS INCOMODADOS QUE SE ORIENTEM. NÃO HÁ O QUE TEMER
Carne halal
O Brasil é hoje o maior exportador de proteína halal do mundo

Governo Bolsonaro: A aproximação entre presidente brasileiro e Israel pode afetar o mercado bilionário de carne halal no Brasil?

Em fevereiro, uma ofensiva comercial de exportação brasileira serviu milhares de omeletes e shawarmas de frango halal em Dubai. 
Quatro meses antes, foi a vez do churrasquinho brasileiro em Paris - sempre de carne halal, buscando atiçar o apetite de potenciais compradores em grandes feiras de alimentos internacionais.
Ações semelhantes ao longo das décadas têm feito parte da estratégia de expansão da venda de carne bovina e frango halal, produzidas a partir de regras estabelecidas pela lei islâmica.
Os esforços do país, que passam também por investimentos em frigoríficos seguindo esses preceitos, surtiram efeito: o Brasil hoje é o maior exportador global de proteína halal, cujo mercado consumidor reúne 1,8 bilhão de consumidores muçulmanos.
§  Kosher e halal: como os animais devem ser sacrificados segundo os rituais judeus e muçulmanos
§  Exportação de jumentos: venda do Brasil para a China vira caso de polícia
Mas a visita do presidente Jair Bolsonaro Israel, a partir de domingo (31), dará sequência a tratativas que podem afetar essas exportações: a promessa de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo os passos do presidente americano Donald Trump.
A mudança tem potencial de provocar atritos com palestinos e países árabes, rompendo com a postura de neutralidade mantida pelo Brasil desde a fundação do Estado de Israel, há 70 anos. Fixar a embaixada em Jerusalém implicaria o reconhecimento da cidade sagrada como capital israelense, enquanto palestinos também pleiteiam soberania sobre a cidade que desejam ter como sua capital.
Segundo o Itamaraty, a promessa de campanha de Bolsonaro "permanece em estudo". "No entendimento brasileiro, a perspectiva de melhorar as relações com Israel não implica piora das relações com os outros parceiros do mundo árabe", afirma o Ministério das Relações Exteriores à BBC News Brasil.

Apreensão no setor

A hipótese de mudança aventada por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 tem gerado apreensão entre entidades comerciais, representantes da indústria e funcionários do setor, que temem um possível embargo dos países árabes às exportações brasileiras se a mudança de embaixada for concretizada.
O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, afirma que o tema é sensível, e que países árabes têm demonstrado preocupação em conversas, cartas e movimentações a nível diplomático.
Bolsonaro
"É arriscar desnecessariamente, algo que poderá colocar em risco um mercado que demorou muito para ser estabelecido", considera Hannun. "Nosso medo é que essa relação (entre o Brasil e os países árabes) possa enfraquecer. Não haveria uma quebra imediata, mas a médio e longo prazo veríamos uma perda de potencial, um retrocesso."
De acordo com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, as exportações de carnes de frango e halal para países árabes aumentaram 418% nos últimos 15 anos - pulando de US$ 706 milhões em 2003 para US$ 3,65 bilhões em 2017.
Hoje, o Brasil é de longe o principal fornecedor de proteína animal halal para o mundo árabe, tendo suprido 51,9% dessa demanda em 2017, segundo dados do Centro de Comércio Internacional (ITC) - ou seja, mais de metade do consumo.
Os países árabes e o Irã compraram mais de um terço (36,3%) da proteína halal exportada pelo Brasil em 2017, e respondem por cerca de 10% das exportações do setor agropecuário do Brasil, e por quase 6% de todas as exportações brasileiras, segundo dados do Ministério da Economia.
Um embargo árabe às exportações nacionais "amplia o grau de incerteza para que as empresas brasileiras realizem investimentos no território nacional voltados à expansão da produção de produtos halal, pois os novos investimentos podem se tornar gastos sem uso", afirma a Câmara Árabe Brasileira.
o que é halal
Para uma fonte diplomática árabe ouvida pela BBC News Brasil, a mudança teria implicações negativas para a estabilidade na região e para as negociações do processo de paz no Oriente Médio, e geraria prejuízos à relação com países árabes sem uma real contrapartida na relação com Israel.
"Não há qualquer razão para fazer isso a não ser envergonhar os parceiros árabes em suas relações históricas com um país amistoso como o Brasil. A questão não é quem vai ganhar em relação a importações ou exportações. A questão real é por que abrir mão de uma oportunidade genuína de continuar a expandir parcerias em todas as áreas com os 22 países árabes, e com os 57 Estados-membros da OIC (Organização para a Cooperação Islâmica), em vez de um (Israel)", afirma essa fonte, em conversa com a reportagem.

Abate halal

A denominação halal designa "lícito" e representa aquilo que está em conformidade com as regras estabelecidas pela lei islâmica (a sharia). As regras são aplicadas a alimentação, remédios, lazer e vestuário. Produtos halal não podem ter vestígios de itens proibidos aos muçulmanos, como álcool, carne de porco e seus derivados.
Para que a proteína seja considerada halal, o animal tem que ser abatido seguindo uma série de especificações. A degola precisa ser feita com um facão afiado, com corte em forma de meia lua. O degolador tem que ser necessariamente muçulmano. De um só golpe, deve cortar as jugulares, veias e traqueia do animal, imediatamente após recitar a frase "Bissmillah Allahu Akbar" - "Em nome de Deus, Deus é maior!"
Frango
"Não basta falar a frase. O abatedor precisa ter no coração o sentimento de que está fazendo o abate halal para alimentar uma pessoa, e não está matando para fazer o animal sofrer ou por maldade", descreve Kaled Zoghbi, coordenador halal da produção de aves da Federação das Associações Muçulmanas no Brasil (Fambras), a principal certificadora de produtos halal no país.
O golpe precisa ser rápido e certeiro, descreve, cortando as veias jugulares de uma vez, causando a morte instantânea e buscando eliminar a possibilidade de liberação de toxinas que contaminem a carne. O escoamento posterior do sangue tem que ser completo.
A produção seguindo os preceitos halal começou a ser implementada no Brasil a partir de 1979, com a fundação da Fambras pelo libanês Hajj Hussein Mohamed El Zoghbi. Hoje, a entidade tem mais de mil degoladores espalhados pelo Brasil. Seu filho e atual presidente da Fambras, Mohammed El Zoghbi, leva o trabalho adiante.
El Zoghbi considera cedo para estimar o impacto que a mudança de política externa do Brasil em Israel teria para esse mercado.
"Nós levamos 40 anos para formatar esse mercado. As pessoas têm que enxergar isso. É um trabalho árduo, sério, que visa ao crescimento do mercado brasileiro e sempre buscou desenvolver a credibilidade do Brasil no exterior. A população islâmica consome o produto brasileiro confiando no que a gente faz", afirma.

Açaí, pão de queijo e detergente

Presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun destaca que as exportações do Brasil para países árabes cresceram sete vezes nos últimos 20 anos.
Em 2018, quase 50% das exportações de frango brasileiras foram do produto halal - tanto para países árabes quanto para não árabes, somando 1,966 milhão de toneladas, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Carne halal
Já no mercado de carne bovina, que bateu recorde de exportações em 2018, o corte halal para consumidores árabes respondeu por 20,8% do total vendido no mundo, somando 341 mil quilos exportados, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Questionada sobre eventuais impactos da mudança da postura brasileira em Israel, a ABPA afirma que o setor "prefere não especular sobre os riscos efetivos destas tratativas", dado que não foram tomadas decisões até o momento.
A associação destaca, entretanto, a "grande importância" que as exportações de carne de frango halal têm para o Brasil, tanto na geração de empregos como de divisas para o país - atendendo a mercados expressivos como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Iraque e Egito.
Embora a proteína animal seja o principal produto halal do Brasil, o leque de produtos que podem ser qualificados como halal é enorme - e outras indústrias brasileiras têm se beneficiado por essa expansão de olho no mercado muçulmano, ressalta Dib Tarras, diretor de certificação halal do setor industrial da Federação das Associações Muçulmanas no Brasil (Fambras).
A federação já concedeu certificação halal a mais de 170 indústrias brasileiras, afirma Tarras - incluindo produtos químicos, farmacêuticos, cosméticos, chocolate, laticínios... O Brasil exporta até leite condensado, açaí e pão de queijo halal.
Os países árabes representam 20% dos consumidores muçulmanos do mundo. "O Brasil ainda tem um mercado gigantesco a explorar", afirma.

Substituição difícil

Em entrevista à BBC News Brasil em janeiro deste ano, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirmou que as exportações de frango seriam as mais afetadas seguidas pelas de carne e de açúcar.
Mesmo assim, Castro avalia que dificilmente os países árabes conseguiriam, no curto prazo, substituir amplamente as importações brasileiras, já que há poucos países capazes de exportar na mesma quantidade e custo que o Brasil. Além disso, as alternativas existentes para as nações islâmicas também esbarram em conflitos geopolíticos.
Se quisesse substituir a carne brasileira, o mundo árabe precisaria recorrer aos segundo e terceiro maiores exportadores: Estados Unidos e Austrália.
A questão é que os Estados Unidos, sob o governo Trump, foram os primeiros a transferirem a embaixada para Jerusalém. E, em dezembro, a Austrália reconheceu oficialmente Jerusalém como capital de Israel, embora não tenha transferido sua embaixada para lá.
No caso do frango, Castro afirma que a União Europeia poderia, a médio prazo, tentar ocupar o vácuo deixado pelo Brasil. Ainda assim, seria custoso para os países árabes, já que o frango brasileiro é mais barato.
Quanto ao açúcar, produtores temem perdas a médio e longo prazo, mas também não acreditam que seja possível uma substituição completa do produto brasileiro.
"Não vejo, no curto prazo, um substituto imediato para o açúcar brasileiro. De uma forma estrutural, o Brasil responde por 50% do comércio mundial de açúcar", ressalta Paulo Roberto de Souza, coordenador de competividade internacional da maior associação de usineiros do Brasil, a União da Indústria da Cana de Açucar (Unica).
Ele afirma, porém, que a médio prazo, Tailândia, Índia e União Europeia podem se movimentar para substituir parte do que hoje é exportado pelo Brasil aos países árabes.

'Não vão colocar nossos empregos em risco'

Para se habilitar a produzir proteína halal, frigoríficos precisam implementar uma série de mudanças. As exigências incluem espaços completamente separados para fazer o abate halal e linhas de produção em velocidades diferentes para a degola manual do frango, geralmente feita com disco de corte no abate não halal.
O ganês Tijani Jafaru (à esquerda) e o egípcio Moustafa Mitwalli
Os degoladores são necessariamente muçulmanos, o que abriu um mercado para trabalhadores islâmicos no país - e acabou gerando empregos para refugiados.
É o caso do ganês Tijani Jafaru, que chegou ao Brasil fugindo de ameaças em seu país e acabou conseguindo emprego em um frigorífico em Santa Catarina, 100% voltado para exportação. Ele é um dos 33 muçulmanos que trabalham fazendo o abate halal de frangos em uma unidade na cidade de Seara, onde a marca homônima foi fundada.
"O Brasil é uma mãe que ajuda quando o filho está chorando", compara Tijani, 33 anos, que foi vítima de um golpe em Gana. Pediu empréstimo de um banco para comprar um terreno, recebeu documentação falsa e acabou ficando sem teto, com uma dívida bancária e perseguido pelos mafiosos por trás do esquema.
Ele diz que os colegas de trabalho são "igual a família" e é grato pelo trabalho - que lhe traz sustento e lhe permite enviar dinheiro para casa para pagar gradualmente sua dívida e ajudar os dois filhos, que sonha em trazer para cá.
No frigorífico, conversas sobre as possíveis mudanças de rumo na política externa brasileira em Israel ganharam espaço entre as linhas de produção, despertando temor entre Tijani e os demais funcionários.
"Todos nós que trabalhamos nesses frigoríficos temos medo", diz o egípcio Moustafa Mitwalli, supervisor da unidade, que chegou do Egito há oito anos. Só lá são 700 funcionários, pondera - levando sustento para cerca de 700 famílias.
"Se a mudança (da embaixada em Israel) acontecer em favor do governo israelense, e problemas com os países árabes começarem, o risco não é só para a gente, é para todos que trabalham nesses frigoríficos, os brasileiros também", considera Mitwalli.
"Acredito que não vão fazer isso. Não vão colocar a economia do Brasil e os nossos empregos em risco."

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