Muitos dos
mais brilhantes e estranhos fenómenos no espaço vêm de eventos cataclísmicos,
como explosões ou colisões.
As
rajadas rápidas de rádio são um dos fenómenos mais intrigantes de todo o
Universo. Estes sinais cósmicos são extremamente poderosos, podendo mesmo gerar
tanta energia como centenas de milhões de sóis. Apesar da sua energia, estas
emissões são breves e pontuais, sendo, por isso, difícil de as detetar e
estudar diretamente.
Ou
seja, os cientistas não conseguem “prever” a observação destes fenómenos. A
menos que um radiotelescópio – com um campo de visão relativamente estreito –
esteja direcionado exatamente na área exata do céu em que essa explosão é
dispara, o sinal cósmico é perdido.
FRBs
são rajadas de milissegundos de poderosas ondas de rádio que vêm das
profundezas do espaço. Já se pensou ter diversas fontes diferentes, desde
fusões de estrelas de neutrões a naves espaciais alienígenas, mas nenhuma
explicação está, para já, confirmada.
Os
astrónomos falaram pela primeira vez da existência de misteriosos explosões
rápidas de rádio (FRB) em 2007, quando foram descobertas acidentalmente
enquanto se observavam os pulsares de rádio com o Telescópio Parks na
Austrália.
Nos
anos subsequentes, os cientistas encontraram vestígios de mais três dezenas de
tais explosões, cuja comparação mostrou que poderiam ser de origem artificial,
e até mesmo ser potenciais sinais de civilizações extraterrestres, por causa da
periodicidade inexplicável da sua estrutura.
Todas
elas tinham uma coisa em comum – a potência extremamente elevada e a distância
invulgarmente longa até às suas fontes. Assim, os astrónomos assumiram
inicialmente que tais rajadas surgem durante a fusão de estrelas de neutrões ou
de outros objetos compactos que se transformam num buraco negro.
A
maioria dos FRBs que encontramos aparecem apenas uma vez, mas três parecem
repetir-se, enviando várias ondas de rádio pelo espaço. Esses três não podem
vir de eventos cataclísmicos como colisões de estrelas de neutrões ou
supernovas que destroem seus progenitores.
Agora,
Vikram Ravi, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, calculou que o resto dos
sinais provavelmente também não virá desses eventos. O cientista usou algumas
das FRBs não repetitivas mais próximas para calcular um limite inferior de
frequência com que ocorrem e comparou essa taxa com as taxas de eventos
cataclísmicos no universo próximo.
“A
taxa de FRBs parece ser maior do que a taxa de qualquer coisa que podemos
realmente pensar que pode fazer uma FRB apenas uma vez”, disse Ravi, de acordo
com o New Scientist. Isso
significa que um único tipo de explosão ou colisão não pode contabilizar todos
os FRBs.
É
possível que todas as propostas de fontes cataclísmicas sejam simultaneamente
corretas, mas talvez seja mais provável que a maioria – ou mesmo todas – das
FRBs sejam, na verdade, repetidoras.
Dessa
forma, cada fonte produz várias explosões ao longo da sua vida útil. Podemos
não estar a detetar todas as explosões repetidas porque são mais lentas ou mais
fracas do que as fontes repetidas.
“Não
acho que podemos descartar que haja várias classes de coisas que surgem no céu
da rádio”, afirmou Victoria Kaspi, da McGill University, em Montreal, Canadá.
“Suspeitamos e temos alguma evidência de que existem várias classes e que
fração pertence a cada classe é desconhecida.” Como nenhum dos modelos atuais
se encaixam bem, a cientista diz que também é possível que os FRBs se formam
através de eventos que nunca vimos .
“Precisamos
de dizer muito especificamente de que tipo de galáxias FRBs vêm e de onde vêm
essas galáxias”, disse Ravi. Apenas três foram localizados até agora. “Se
estamos a fazer o nosso trabalho corretamente, devemos coneguiu descobrir isso
nos próximos cinco anos.”
Fonte: ZAP
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