Um
universitário de 23 anos que adora dinossauros desde criança recentemente
passou por uma experiência única: ele ajudou a escavar um crânio parcial de
tricerátops de 65 milhões de anos. De acordo com o jornal “The New York Times”,
o fóssil foi descoberto na região das badlands do estado americano da Dakota do
Norte, na Formação Hell Creek – uma série de formações rochosas que cobre
partes dos estados de Montana e das Dakotas do Sul e do Norte e data do final
do período Cretáceo.
Harrison
Duran, estudante de graduação do quinto ano de Biologia na Universidade da
Califórnia na cidade de Merced, participou, em junho, de uma escavação
paleontológica com Michael Kjelland, um professor de Biologia da Universidade
Estadual da Dakota do Norte Mayville. Os dois se conheceram em uma conferência
e o professor assumiu um papel de mentor do estudante, que agora é estagiário
do Fossil Excavators, grupo sem fins lucrativos fundado em parceria com
Kjelland.
A expedição durou duas semanas e a descoberta
deixou Duran totalmente extasiado. Em entrevista à NPR, ele contou que mal
conseguia acreditar que estava vivendo aquele momento.Ӄ quase como um momento
espiritual, de certa forma, porque [sempre fui] tão apaixonado por esse
assunto”, disse.
História do fóssil
Depois de encontrar fósseis de folhas, os
escavadores continuaram trabalhando até notar o chifre do animal saindo do
chão. Apesar de não serem tão empolgantes, as plantas fossilizadas dão uma
perspectiva importante sobre a vida do tricerátops tantos milhões de anos
atrás. “É maravilhoso que nós encontramos madeira e folhas de árvores
fossilizadas nas redondezas e até embaixo do crânio. Isso nos dá um cenário
mais completo do ambiente naquele período”, explica o universitário.
O
fóssil demorou uma semana para ser meticulosamente escavado e precisou ser
progressivamente estabilizado com uma cola específica, para que os ossos
fraturados e mineralizados não quebrassem. Em seguida, um acelerador foi
aplicado para unir das estruturas. Com a ajuda de um criador de gado local e
sua família, o crânio foi envolvido em papel alumínio e gesso e colocado em uma
caixa improvisada. Enrolado em um colchão de espuma para proteção, ele foi
transportado por caminhão para um local não revelado até que fosse levado para
o laboratório de Kjelland. A dupla batizou o tricerátops de Alice, em homenagem
à dona das terras de onde ela foi escavada.
O
grupo fez um vídeo da expedição (em inglês):
Enquanto
alguns fósseis se tornam parte de coleções privadas, Kjelland quer que Alice
seja acessível ao público. “A minha ideia é de fazer com que a Alice passe por
vários lugares”, declarou o pesquisador em comunicado à imprensa. “O objetivo é
usar essa descoberta como uma oportunidade educacional, não simplesmente
reservar a Alice em uma coleção privada, onde apenas um punhado de pessoas
podem vê-la”, afirma.
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