A queda do Império Romano do
Ocidente, em 476, marca o início do fim do latim. A partir de então, a língua
entrou em um processo de transformação. “Não deixou de ser falado da noite para
o dia,” diz Neiva Ferreira Pinto, professora da Universidade Federal de Juiz de
Fora.
O latim falado pela plebe – que
nessa altura já era bem diferente do latim escrito da Igreja, da poesia épica e
de documentos oficiais – se misturou cada vez mais às línguas das populações
nativas (os ditos “bárbaros”) de cada território que costumava pertencer ao
Império fragmentado.
Formaram-se vários dialetos,
que depois seriam “promovidos”. Assim, nasceram línguas como francês, espanhol
e o nosso português (que teve até influência árabe, graças à prolongada
presença moura na Península Ibérica durante a Idade Média).
Por muito tempo, porém, o latim
formal continuou sendo a língua oficial da Igreja Católica. A Bíblia não tinha
tradução, e as missas eram rezadas como se ainda estivéssemos em Roma.
Hoje, o latim sobrevive no
jargão jurídico e científico, mas não tem falantes nativos: muitas das culturas
que derivam de Roma de alguma forma falam línguas que descendem do latim, mas
não são latim.
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