CHINA COMEÇA A FREAR IMPORTAÇÕES DO BRASIL.

Por agregadores e jornais como New York Times, a Reuters despachou a notícia "exclusiva" de que a "China não aprovou nenhum novo frigorífico brasileiro" no primeiro trimestre.
Em Brasília, o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura acredita que é "por causa da pandemia" e assegura que "ainda há boa vontade dos dois lados".
A notícia vem duas semanas após Eduardo, filho de Jair Bolsonaro, tuitar que "a culpa [pela pandemia] é da China", causando um confronto diplomático.
Na última semana, o general Augusto Heleno saiu da quarentena para publicar afinal os requisitos de segurança das redes 5G, sem restrições à gigante chinesa Huawei, mas o gesto pouco repercutiu por lá.
O único registro que foi possível encontrar desde a sexta, nos agregadores e jornais chineses, saiu na plataforma de mídia 36Kr, de Pequim.
Por outro lado, portais como Baijiahao, do Baidu, vêm publicando como o "Brasil de repente mudou o discurso e impôs tarifas adicionais por cinco anos a produtos chineses" como louças de mesa e pneus de moto.
Em editorial, o britânico The Guardian destaca que Jair Bolsonaro "está destruindo as tentativas de seu país de conter a disseminação do coronavírus", mas encerra o texto em nota positiva, apontando com ironia seu crescente "isolamento".

SEM GUAIDÓ

Em artigo no Wall Street Journal, Elliott Abrams, o responsável por Venezuela no governo americano, afirma já no enunciado que o "Departamento de Estado propõe que Maduro e Guaidó se afastem ambos", no que descreve como "um novo caminho" a ser buscado. Ou seja, "os EUA não apoiam nenhum partido em particular na Venezuela" e, em seu novo plano, os militares venezuelanos é que teriam "papel essencial".

A porta-voz do ministério chinês do exterior, Hua Chunying, respondeu por mídia social que "a China se opõe a qualquer força externa que, sob qualquer pretexto, infrinja a soberania da Venezuela".

DÉCADAS?

De início, o estudo de universidades americanas e britânicas publicado na Nature há duas semanas, sobre a origem do Covid-19, ecoou por derrubar a teoria conspiratória de que o vírus teria sido criado em laboratório.
Mas na semana passada um diretor do Departamento de Saúde dos EUA esclareceu, no site do órgão, com a ilustração acima, que o estudo mostra que o vírus pode ter sido transmitido de animais para seres humanos "anos ou talvez décadas" antes de se tornar letal, em Wuhan.
Foi parar nas manchetes do South China Morning Post, de Jack Ma, ao Drudge Report, "Coronavírus pode ter se espalhado entre humanos por décadas".
Nelson de Sá
Folha de São Paulo
31 de março de 2020
Jornalista, cobre mídia e política na Folha desde a eleição de 1989.

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