COMPETIÇÃO • 01 Mai 2024
Imola, Primeiro de Maio de 1994
Para uns, o melhor de sempre; para outros, o nome definidor que obriga a existir um antes e um depois dele.
Para tantos, a inspiração que iluminou bem para lá de uma nação inteira; para todos, nunca indiferente.
Há 30 anos nascia a lenda que faz com que todos saibam o que estavam a fazer naquele dia e naquela hora em particular.
Com o olhar curioso, inocente e apaixonado de quem começara a ver as corridas por influência do irmão, aquele Domingo seria mais um a torcer pelo piloto que trocara o vermelho e branco pelo mais habitual azul e branco que frequentemente se celebrava lá em casa.
A dada altura, o olhar pregou-se em ânsia após aquela Tamburello.
As horas passaram, e foi apenas já sentado na beira do sofá em casa da Avó Laida, enquanto esperava pelo arroz de forno que todos os Domingos preenchia os finais de tarde em família, que este pequeno que já aprendera a ler viu nas letras da RTP a confirmação da notícia que abalaria um universo inteiro.
Ali, por entre a multidão familiar, pousaram os olhos da minha Mãe nos meus; não perguntaram ‘por que estás a chorar’, dizendo antes, e em silêncio, ‘eu sei’. Eu sei.
Passam hoje trinta anos de um dia que aconteceu ontem e, mais do que nunca, habita-nos a certeza de que – para lá do dia da partida – nos move a vontade de lembrar e celebrar a vida inteira de alguém que, logo ali, confirmou que as histórias dos deuses antigos afinal se contam bem diante de nós.
Que os imortais afinal existem.
Ayrton Senna deu a volta à Vida, e hoje celebramo-lo em mais um trabalho extraordinário e inesquecível de Antti Kalhola.
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