► SOL NERVOSO: FLARE SOLAR É O MAIOR JÁ REGISTRADO NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS.

Registro da poderosa ejeção de massa coronal feito pelo observatório Espacial Solar SOHO, em 29 de novembro de 2020. A intensa emissão de raios-x é a maior já registrada nos últimos três anos.

No último domingo, 29 de novembro, um poderoso flare solar foi registrado por diversos telescópios espaciais. A intensa emissão de raios-x atingiu a classe M4.4, bloqueou comunicações e produziu violenta ejeção de massa coronal que pode raspar a Terra nos próximos dias.

A intensa emissão de raios-x é a maior já registrada nos últimos três anos e foi causada por uma região ativa situada no limbo leste posterior da estrela. Imagens registradas pelo telescópio espacial SOHO revelam uma grande onda de choque que foi bloqueada pelo corpo da estrela, que serviu como escudo e impediu que a maior parte das partículas fosse dirigida à Terra.

Cientistas do Centro de Previsão de Clima Espacial, SWPC, acreditam que o impacto de partículas na Terra será mínimo, uma vez que a maior parte das partículas foi ejetada em direção ao espaço profundo. Entretanto, parte dessas partículas carregadas pode ionizar a alta atmosfera terrestre e causar blecautes de radiopropagação e auroras boreais nos próximos dias, possivelmente entre 2 e 3 de dezembro.


Blecaute Eletromagnético
O flare solar ocorreu às 10h11 BRT de 29 de novembro de 2020 durou oito segundos e atingiu a classe M4.4 no espectro dos raios-x, despejando no topo da atmosfera da Terra uma potencia equivalente a 5.5 giga Watts de energia, cerca de um terço da energia total gerada pela hidrelétrica de Itaipu.
O poderoso flare também foi registrado no comprimento de onda do ultravioleta pelo satélite SDO, da NASA.

Gráfico mostra o momento da emissão de flare de classe M4.4, registrado pelo satélite GOES.

Essa forte emissão ionizou o topo da atmosfera, causando forte blecaute de radiopropagação sobre o Atlântico Sul, impedindo as comunicações via rádio nas frequências abaixo de 10 MHz.


O que é um Flare Solar?
Também chamada de erupção, flare ou rajada, a explosão solar acontece quando uma gigantesca quantidade de energia armazenada em campos magnéticos, geralmente acima de manchas solares, é repentinamente liberada.

Os flares produzem forte emissão de radiação que se espalha por todo o espectro eletromagnético e se propaga desde a região das ondas de rádio até a região dos raios X e raios gama.

Como consequência das explosões solares temos as chamadas Ejeções de Massa Coronal ou CME, enormes bolhas de gás ionizado com mais 10 bilhões de toneladas, que são lançadas ao espaço a velocidades que superam facilmente a marca de um milhão de quilômetros por hora.


Classificação dos Flares Solares
Quando observadas dentro do espectro de raios-x, entre 1 e 8 Angstroms, os flares produzem um intenso brilho ou clarão e sua intensidade permite classificar o fenômeno.

Os flares de Classe X são intensos e durante os eventos de maior atividade podem provocar blackouts de radiopropagação que podem durar diversas horas ou até mesmo dias. Em casos extremos podem causar colapso em sistemas de distribuição de energia elétrica, panes em satélites, destruir transformadores e circuitos eletrônicos.

As rajadas da Classe M são de tamanho médio e também causam blackouts de radiocomunicação que afetam diretamente as regiões polares. Tempestades menores muitas vezes seguem as rajadas de classe M.

Halloween Storm
Entre o final de outubro e início de novembro de 2003, nosso Sol passou por um dos momentos de maior atividade já registrada, produzindo uma sequencia emblemática de explosões extremamente fortes que atingiram nosso planeta. Como o evento ocorreu próximo ao dia das Bruxas nos EUA, foi batizado por pesquisadores estadunidenses de Halloween Storm.

Durante os dias do evento o Sol produziu diversas explosões maiores que Classe X17, que lançaram em direção à Terra bilhões de toneladas de partículas carregadas. No primeiro impacto das partículas, o índice KP que mede a instabilidade ionosférica atingiu o nível 9 e a tempestade geomagnética que seguiu durou cerca de 60 horas, produzindo auroras boreais visíveis até em Miami.
Fonte Apolo11.com 

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