Publicado em 30 de set de 2017
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, do Ministério da Fazenda, identificou movimentação suspeita de
quase R$ 250 bilhões da J&F. Agora as investigações vão dizer se são
criminosas ou não.
O relatório de inteligência financeira foi concluído no dia
31 de julho. É uma análise do Coaf, Conselho de Controle de Atividades
Financeiras.
O Coaf é um órgão do Ministério da Fazenda que atua no combate à
lavagem de dinheiro. Depósitos e saques que ultrapassam R$ 100 mil têm que ser
informados pelos bancos imediatamente ao Coaf.
O conteúdo do documento foi
revelado pela revista “Veja”.
Segundo a reportagem, o relatório do Ministério
da Fazenda mostra que, em 14 anos, o grupo J&F movimentou R$ 248 bilhões em
operações nebulosas, que incluem remessas a políticos da Lava Jato.
A TV Globo
também teve acesso ao documento. O relatório descreve operações financeiras de
2003 a 2017. Um dos citados é o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
O relatório do
Coaf diz que, entre janeiro de 2011 e março de 2015, os pais do ex-ministro,
Marluce Quadros Vieira Lima e Afrísio de Souza Vieira Lima, movimentaram ao
todo R$ 34 milhões e que pelo menos R$ 4,2 milhões vieram de créditos da JBS ou
de empresas do grupo.
O Coaf não aponta transferência direta para o
ex-ministro. A revista aponta recursos destinados ao senador e ex-presidente do
Senado Renan Calheiros, do PMDB.
O relatório fala em R$ 1 milhão para o
diretório estadual do PMDB de Alagoas, movimentadas por Renan e pelo tesoureiro
do partido.
A transferência foi entre janeiro de 2013 e novembro de 2014. De
fato, a JBS fez uma doação ao diretório do PMDB neste valor registrada
oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral.
De acordo com a revista, as
empresas da família do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, Gilberto Kassab, receberam R$ 17 milhões da JBS. Para o próprio
Gilberto Kassab, foram R$ 1,260 milhão, segundo o relatório.
O Coaf também fala
de R$ 11 milhões repassados a José Carlos Bumlai, pecuarista e amigo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; transações suspeitas que somam R$ 30
milhões ao operador Lucio Funaro, ligado ao PMDB; R$ 17 milhões ao marqueteiro
Duda Mendonça, que fez campanhas para o Partido dos Trabalhadores (PT) e para o
PMDB.
O Coaf capta transações fora de padrão, atípicas, e os motivos que
levaram o Coaf a considerar essas operações são diferentes para cada pessoa
citada no relatório de inteligência financeira.
Tudo o que está no relatório
poderá ser usado em novas investigações ou em inquéritos já em andamento. Mas
nem todas as operações são necessariamente resultado de crime. Isso será
investigado a partir de outras informações de posse dos investigadores.
O secretário-executivo
do Coaf, Ricardo Liáo, explica o que o órgão considera operações suspeitas.
“As
operações suspeitas são aquelas que, observadas pelos setores obrigados,
destoam, vamos dizer assim, da naturalidade das coisas.
Ou seja, comportamentos
diferenciados, situações de identificação prejudicada, incompatibilidade do
patrimônio das pessoas com as movimentações observadas.
Coisas que chamam a
atenção normalmente até ao leigo de que aquilo em tese não é uma operação
normal, mas que também não é necessariamente um crime.
Daí a necessidade de se
verificar com maior detalhamento”, disse. https://www.youtube.com/watch?v=j0YkQ...
http://noticiaseinformacoes.com/
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