Publicado em 5 de jan de 2019
Após ser eleito presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o deputado Juan Guaidó, do Partido Vontade Popular, disse hoje que o Parlamento vai atuar para impedir mais um mandato do ditador Nicolás Maduro, cuja posse está marcada para a próxima quinta-feira (10). "Que ninguém duvide que faremos tudo o que temos a fazer para cumprir o nosso dever: lutar contra a usurpação, defender e representar o Estado e preparar as bases para a reconstrução do país", afirmou.
Segundo Guaidó, o roteiro para restabelecer a ordem constitucional no país passa por três etapas: cessação da usurpação, governo de transição e eleições livres para responder imediatamente à crise. "O povo da Venezuela e a comunidade internacional podem ter certeza de que, como presidente da Assembleia Nacional, assumiremos a responsabilidade de tomar todas as decisões necessárias para facilitar a transição", disse.
Para o deputado, desde que chegou ao poder, substituindo Hugo Chávez, morto em 2013, Maduro desmantelou o estado de direito, ignorando a Assembleia Nacional, dominada pela oposição, e nomeando os membros do Tribunal Supremo de Justiça e da Assembleia Nacional Constituinte. "[Maduro] negou aos venezuelanos o direito de escolher seu destino, violando completamente os direitos humanos dos cidadãos", afirmou.
Grupo de Lima
De acordo com Guaidó, o papel do Parlamento é "restabelecer a ordem constitucional, legislar para devolver o dinheiro saqueado e autorizar a ajuda humanitária para mitigar a crise" no país. "Esta ditadura destruiu a capacidade produtiva do país e criou uma cúpula corrupta, que se beneficia do sofrimento de todos os venezuelanos", afirmou.
Conforme o deputado, a Assembleia Nacional dará apoio jurídico e institucional à comunidade internacional para defender a população e a Constituição venezuelanas. "Este regime puniu a pobreza e empurrou para trás os mais necessitados, em uma luta absurda para sobreviver, mas a liberdade está em nosso sangue e mais presente do que nunca na busca por uma Venezuela melhor", disse.
Criado para buscar uma saída à crise venezuelana, o Grupo de Lima, formado pelo Brasil e mais 13 países, defendeu que Maduro não assuma no próximo dia 10 e entregue o poder ao Parlamento. O Grupo de Lima avaliou que não há legitimidade no processo de reeleição de Maduro, mas condenou qualquer possibilidade de intervenção no país vizinho.
As informações são da Agência Brasil
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