ALFA ROMEO CANGURO► O FUTURO DESENHADO EM 1964.

 

O Alfa Romeo Canguro é um protótipo desenhado por Giorgetto Giugiaro, quando estava ao serviço da Bertone, que já tinha sido responsável pelo desenho do Giulia Sprint no ano anterior. 

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Este automóvel foi construído num chassis tubular, em aço, de um Alfa Romeo TZ e foi apresentado ao público no Salão de Paris de 1964.

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Construído numa altura em que a Alfa Romeo somava sucessos no desporto automóvel, com o TZ, surgiu a ideia de criar uma versão de estrada. 
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No entanto, a versão Zagato era muito dispendiosa, então a Alfa Romeo ofereceu um chassis à Bertone e outro à Pininfarina, para estes construírem uma versão de estrada. 

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A Carroçaria é feita em fibra de vidro, ao revés do alumínio. Somente foi construído um exemplar, com o número de chassis 10511 AR 750101, ou seja, no chassis nº 101 do TZ. 

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Um dos trunfos do TZ é o seu chassis extremamente baixo, fazendo com que tenha uma área frontal pequena, fazendo uso disso, Giugiaro construiu uma carroçaria em fibra de vidro, bastante aerodinâmica, que era ainda mais baixa, que a do TZ. 

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Para suavizar o fluxo de ar, este automóvel tinha um pára-brisas colado, sendo o primeiro na indústria. 

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A traseira foi desenhada ao estilo Kamm-tail, de modo a reduzir o arrastamento. Outro elemento interessante é o trevo da Alfa Romeo, a servir de grelha de arejamento do habitáculo.

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No interior tinha duas baquets em fibra de vidro, forrando as laterais em vinil e o centro em tecido. Vinil preto também foi usado no tablier, túnel da transmissão e portas.
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Apesar do enorme interesse do público e da imprensa, quando foi apresentado, a Alfa Romeo abandonou o projecto de construir uma versão de estrada do TZ. 

Um dos motivos foi o da Autodelta não ter capacidade para produzir os chassis necessários. Isto desapontou Nuccio Bertone, mas o pior ainda estava para vir. 

Quando estavam a fazer uma filmagem a alta velocidade, para um anúncio da Shell, o condutor bateu fortemente com o Canguro, danificando severamente a frente. 

O acidente ocorreu na curva Parabolica do circuito de Monza, batendo, alegadamente, na traseira de um outro protótipo da Bertone, o Chevrolet Testudo. 

Nuccio considerou-o irreparável e a Alfa Romeo nunca mais o reparou, ficando durante anos esquecido num hangar. Então, em 1971, Gary Schmidt, um jornalista alemão, comprou o automóvel por “meia dúzia de tostões”, ou o que restava dele, tendo em vista a sua reconstrução, utilizando várias peças do Giulia, mas não conseguiu recuperar a frente, pois era muito complexa de recriar. 

Felizmente, isto não foi o fim da história para este automóvel, quando nos anos 90, um coleccionador japonês, Shiro Kosaka, comprou o automóvel, tendo secretamente reconstruído. Só viria a reaparecer ao público, no Villa d’Este Concours d’Elegance, em 2005, quando foi escolhido como o melhor do evento. 

Apesar do Canguro não ter seguido para a produção, muitos dos seus detalhes apareceram em automóveis Alfa Romeo, principalmente os desenhados pela Bertone, sendo considerado por muitos especialistas, como o design mais equilibrado de sempre.
 
O motor que equipa o Canguro, é um 1.6 litros, de 1570cc, com quatro cilindros em linha, com duas válvulas por cilindro, perfazendo oito válvulas no total, mas com duas árvores de cames DOHC, está colocado longitudinalmente na frente, alimentado por dois carburadores Weber de duplo corpo. 

Debita um total de 114cv e uma taxa de compressão de 10.4:1. Existindo informações, de que utilizou um motor experimental do TZ2, mas sem confirmação. 

A potência é enviada para a rodas traseira, através de uma caixa de 5 velocidades manual. A suspensão é de triângulos sobrepostos na frente e traseira. Tem travões de disco nas 4 rodas, sendo os traseiros embarcados. 

O peso total é de 650Kg. Estava equipado com jantes Campagnolo de 13” de magnésio forjado.

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