Nascido em Frankfurt, na Alemanha em 1908, Eugène Weidmann começou a roubar muito jovem e cresceu tornando-se um bandido da pior espécie. Se mudou para Paris, na França, evitando assim o serviço militar na Alemanha. Em 1926 com 18 anos, emigrou para o Canadá, onde se juntou a uma quadrilha.
Foi preso e condenado a um ano de prisão por roubo e mais tarde deportado. Aos vinte anos foi preso novamente, e cumpriu mais cinco anos de prisão por roubo. Enquanto esteve preso na Alemanha, conheceu seus futuros parceiros de crime, Roger Million e Jean Blanc. Depois de sair da prisão, os três homens foram para Paris e começaram a trabalhar juntos, sequestrando e roubando turistas ricos, principalmente americanos e ingleses que estavam passeando por Paris.
Entre 1937 e 1938, eles roubaram e mataram Jean de Koven, uma jovem dançarina de Nova York; José Couffy, motorista contratado por Weidmann para leva-lo a Riviera Francesa; Janine Keller, uma enfermeira particular atraída com uma oferta de emprego; Roger LeBlond, um produtor teatral que prometeu investir dinheiro em seus shows; Fritz Frommer, um ativista anti-nazista que Weidmann conheceu na prisão e Raymond Lesobre, um agente imobiliário que estava mostrando uma casa a Weidmann. A maioria dos assassinatos foi com um tiro na nuca.
A polícia acabou descobrindo onde Weidmann se escondia e confrontou-o. Weismann disparou contra os policiais, ferindo-os, mas acabou sendo derrubado por um policial com um martelo. Depois de um tumultuado julgamento no dia 1 de abril de 1939, Weidmann e Million foram condenados à morte, enquanto Blanc pegou 20 meses de prisão. A sentença de Million, mais tarde foi mudada para prisão perpétua.
Na manhã de 17 de Junho de 1939, aproximadamente 600 pessoas se aglomeravam ao redor da praça Louis-Barthou onde seria a execução, entre as pessoas, estava a mãe de Roger LeBlond, uma das vítimas de Weidmann e Roger Million. O lugar onde seria a execução parecia um espetáculo de circo, com a multidão gritando, vaiando e tentando chegar cada vez mais perto da guilhotina.
A polícia teve que interferir, evacuado e fechando bares e cafés ao redor da praça e tentando controlar o caos que se formou e no fim, foi decidido mudar o local da execução, passando para a frente da prisão de Saint-Pierre em Versailles. Rapidamente, Weidmann foi colocado na guilhotina, então com 31 anos de idade, e o carrasco da França, Jules-Henri Desfourneaux deixou a lâmina cair sem demora. Jornais na época, informaram que a guilhotina cortou o pescoço de Weidmann, 10 segundos após ele ter passado pela porta da prisão.
Sem o conhecimento dos funcionários da prisão parisiense, uma câmera de vídeo foi instalada em um dos apartamentos em frente a prisão. O filme registrou a execução de Weidmann, e na manhã seguinte, imagens do filme apareceram na capa de quase todos os jornais franceses. O espetáculo de sangue e o comportamento indisciplinado da multidão selvagem horrorizou o público. O governo ficou constrangido.
O comportamento das pessoas e a repercussão negativa da execução fez com que o presidente da França na época, Albert Lebrun decretar uma semana depois, que todas as futuras execuções fossem realizadas privadamente, dentro das prisões, alegando que as execuções públicas em vez de servirem como exemplo contra o crime, estavam despertando os instintos mais selvagens das pessoas. Weidmann entrou para a história como o último homem na França a ser guilhotinado publicamente.
Entre os espectadores na execução de Eugène Weidmann, estava o famoso ator britânico Christopher Lee, que mais tarde seria reconhecido no papel de Drácula. Lee tinha na época 17 anos de idade. Ele estava acompanhado de um amigo de sua família que era jornalista. Em sua autobiografia, ele descreveu a “poderosa onda de uivos e berros” que saudou a aparição de Weidmann na rua. Lee relatou que não teve coragem de assistir à execução. “Virei a cabeça, mas ouvi“, descrevendo a cena em um documentário em 1998.
A execução de Weidmann foi uma de uma série de execuções públicas na França, onde a multidão mostrou uma obsessão doentia. EM 1909, quando uma famosa gangue de quatro bandidos foi condenada à morte na cidade de Béthune, no norte do país, dezenas de milhares se reuniram para a execução pública. Eles vieram de toda a França, e até da Bélgica e da Alemanha.
As tabernas permaneceram abertas durante toda a noite com permissão especial da polícia. Apesar do frio e da chuva constante, dizia-se que a cidade de Béthune tinha ‘ares de colônia de férias”. Enquanto o carrasco montava a guilhotina, as multidões empurraram as barreiras. Eles encheram os jardins próximos à entrada da prisão, subindo em árvores para ter uma visão melhor, fumando, bebendo e cantando canções populares. Soldados da cavalaria e infantaria, junto com gendarmes, mantiveram a multidão sob controle com dificuldade. A multidão gritava “Vingança e Morte!” e aplaudiam quando a lâminas descia. As emoções desenfreadas da multidão e sua curiosidade mal direcionada escandalizaram o público.
A guilhotina, originalmente inventada como um método rápido e relativamente humano de matar, continuou a ser usada em execuções privadas até 10 de setembro de 1977 em Marselha, quando o torturador e assassino Hamida Djandoubi foi executado, sendo a última vez que a guilhotina foi usada para uma execução por algum governo. Em 1981, a pena de morte foi abolida pelo então presidente francês, François Mitterrand.
Vídeo raro e ilegal feito num apartamento adjacente ao local da execução
Artigo publicado originalmente em novembro de 2015
Fonte: 1
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