PCC: familiares pedem proteção policial em
meio a racha na facção
Em meio a
assassinatos e acusações entre líderes, PCC vive racha interno que já deixa
rastro de sangue em cidades de São Paulo
atualizado 20/03/2024
São Paulo – Familiares de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) têm procurado a polícia para pedir proteção por causa do racha na cúpula da facção criminosa.
O conflito, considerado histórico, preocupa autoridades e já deixa rastro de sangue em cidades paulistas.
O racha é provocado por uma disputa de poder entre Marco Willians Herbas
Camacho, o Marcola,
a maior liderança do PCC, contra antigos aliados que já fizeram parte da alta
cúpula da facção. Todos estão isolados no sistema penitenciário federal.
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“Familiares e comparsas
desses integrantes têm procurado a polícia pedindo proteção”, afirmou o
promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime
Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em
entrevista à Band.
Segundo
Gakiya, que é tido como a principal referência no combate ao PCC no país, os
parentes e supostos comparsas só podem receber proteção policial se colaborarem
com alguma investigação.
“Eles
precisam entrar no programa de proteção à testemunha. [Para isso]
precisam ter uma delação ou uma informação relevante para responsabilização de
outros criminosos”, disse.
Racha no PCC
O racha
histórico no PCC acontece após Marcola ter a liderança contestada por outros
três chefões da facção: Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o
Abel Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.
O principal motivo do conflito seria um diálogo gravado entre Marcola e policiais penais federais na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).
Na ocasião, o
líder máximo do PCC afirma que Tiriça seria um “psicopata”.
A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo.
A fala de Marcola teria
sido interpretada pelos antigos aliados como uma espécie de delação.
Outros líderes históricos também tomaram partido e se voltaram contra Marcola, segundo Gakiya.
Entre eles, estão Daniel Vinicius Canônico, o Cego, e Reinaldo
Teixeira dos Santos, o Funchal.
De acordo com o promotor, Marcola já teria dado a ordem para expulsar do PCC e decretar a morte dos antigos aliados.
Por sua vez, os dissidentes também deram
ordens para expulsar e matar o chefão da facção.
“É uma disputa pelo poder”, disse
Gakiya.
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