STF decide manter cronograma do julgamento do mensalão


Ministro Marco Aurélio Mello sugeriu que a leitura do relatório de Joaquim Barbosa só começasse na quinta-feira, mas foi derrotado Gabriel Castro

O ministro relator, Joaquim Barbosa, inicia análise de questões preliminares durante julgamentodo mensalão, em 15/08/2012
O ministro relator, Joaquim Barbosa, inicia análise de questões preliminares durante julgamentodo mensalão, em 15/08/2012 - STF
















Os ministros do Supremo Tribunal Federal negaram nesta quarta-feira uma proposta de adiamento do início da leitura do relatório preparado pelo ministro Joaquim Barbosa no processo do mensalão. A sugestão partiu de Marco Aurélio Mello, que mencionou a sobrecarga de trabalho dos ministros e afirmou não haver razões para apressar o andamento do julgamento. A Corte, entretanto, votou contra.
Na sessão de hoje, o tribunal ouve os advogados dos três últimos réus. Depois, Joaquim Barbosa iniciará a apresentação do seu voto. Ele pretende se dedicar apenas às questões preliminares levantadas pelos advogados.
O debate sobre o cronograma gerou momentos de tensão na Corte. O presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto, lembrou que a sessão estava dedicada originalmente à leitura do relatório de Joaquim Barbosa. E disse que um "incidente processual" no primeiro dia de julgamento atrasou o cronograma.

O ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação penal, parece não ter gostado: responsável por alongar o debate sobre o desmembramento do processo na primeira sessão do julgamento, ele contibuiu para o atraso: "Se incidente processual houve, esse não se deveu a nenhum ato deste revisor", afirmou. 
A ministra Cármen Lúcia, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quis saber de Joaquim Barbosa se haveria a possibilidade de a sessão ser suspensa antes do fim da análise das preliminares. O temor da ministra é que a reunião se prolongue demais. Barbosa foi direto: "Se Vossa Excêlencia tiver que sair, pode sair". O relator do processo também disse não estar preocupado com o horário: "Nesses meus mais de nove anos aqui, eu já participei de sessões que ultrapassaram às 23h, sem que houvesse qualquer objeção".
Superado o debate, a Corte passou a ouvir os advogados dos réus José Luiz Alves (ex-assessor do ministro Anderson Adauto), Duda Mendonça  e Zilmar Fernandes (sócia do publicitário).

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