Maioria do STF condena Valério por desvios no BB

Ministra Cármen Lúcia em sessão que retoma o julgamento do mensalão

 


BRASÍLIA, 27 Ago (Reuters) - Com o voto de 6 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte alcançou nesta segunda-feira a maioria a favor da condenação do empresário Marcos Valério por suposto desvio de recursos do Banco do Brasil na ação penal do chamado mensalão.
Valério foi considerado culpado dos crimes de corrupção ativa e peculato, assim como dois ex-sócios do empresário, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, pelos ministros Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia.
Esses mesmos ministros também votaram pela condenação do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato pelos crimes de corrupção passiva e peculato.
Os ministros Rosa Weber, Fux, Toffoli e Cármen Lúcia pronunciaram seu voto nesta segunda-feira.
Pizzolato também é acusado de lavagem de dinheiro neste episódio mas, por ora, ele tem cinco votos pela condenação neste crime, porque a ministra Rosa Weber optou por analisar posteriormente as acusações de lavagem de dinheiro.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Pizzolato teria recebido recursos indevidos pelo contrato do Banco do Brasil com a agência de propaganda DNA, pertencente a Paz, Hollerbach e Valério, este último apontado pelo MPF como o operador do suposto esquema do mensalão, sob o qual dinheiro público seria desviado para a compra de apoio no Congresso.
Embora a maioria dos ministros da Corte já tenha se manifestado pela condenação desses réus, eles ainda têm chance, mesmo que remota, de absolvição, pois qualquer um dos ministros pode alterar seu voto antes da proclamação da sentença, ao fim do julgamento.
Denunciado em 2005, o chamado mensalão tornou-se a pior crise política dos oito anos de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os réus da ação penal, também estão o ex-ministo-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares.
Como os ministros estão votando a ação penal com base nos capítulos da denúncia, esses réus ainda não tiveram seus casos analisados.
O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), que foi presidente da Câmara e é candidato a prefeito de Osasco (SP) na eleição deste ano, por sua vez, já tem quatro votos pela sua condenação por corrupção passiva na assinatura de contratos entre a Casa e a agência SMP&B, também de Valério.
(Reportagem de Hugo Bachega e Ana Flor)

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