Expressão designa a segunda lua cheia no mesmo mês e é popularmente empregada como uma versão astronômica do 'dia de São Nunca'
Jean-Philip Struck
Lua Azul não tem relação com possível mudança de cor, mas ocorre em quando a Lua faz duas aparições no mesmo mês em sua fase cheia (Gary Granja/Reuters)
Os brasileiros poderão observar no céu a partir das 18 horas o fenômeno conhecido como 'Lua Azul', que acontece a cada dois anos e sete meses. No entanto, ninguém deve esperar mudanças na cor do satélite. A expressão designa apenas a ocorrência de uma segunda lua cheia em um mesmo mês.
O registro da 'Lua Azul' não é considerado um evento da astronomia. Ele ocorre por causa da falta de sincronização entre o calendário de fases da Lua e o calendário gregoriano, adotado na maior parte do mundo. Enquanto o calendário de fases da Lua dura 29,5 dias, o gregoriano tem meses de 30 ou 31 dias – com exceção de fevereiro. Essa diferença de dias acaba provocando o fenômeno.
"É mais um evento popular, que os místicos gostam de invocar, e não tem importância astronômica", diz Gustavo Rojas, astrônomo e físico da Universidade Federal de São Carlos. "De qualquer forma, mesmo que o evento não tenha muito significado, as pessoas deviam olhar para a Lua hoje, que vai estar cheia e bela", disse Rojas.
'Dia de São Nunca' — A expressão 'Lua Azul' é usada popularmente para descrever fenômenos raros ou impossíveis de acontecer, um equivalente do 'dia de São Nunca' no Brasil.
Segundo Rojas, a escolha do nome 'Lua Azul' para descrever duas luas no mesmo mês foi infeliz porque a expressão já era usada na astronomia para descrever anos tropicais com 13 luas cheias, onde pelo uma das estações do ano tem quatro luas cheias, em vez de três. O novo uso de 'Lua Azul' surgiu em 1946, por erro de um astrônomo amador, que acabou se perpetuando.
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