Uma polícia desvalorizada
que também é vítima da criminalidade.
Esse é o retrato da situação policial no
Brasil, revelado Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O levantamento aponta
que, em apenas cinco anos, as polícias brasileiras – civil e militar – perderam
centenas de seus profissionais mortos em conflitos.
É uma guerra camuflada e em
desvantagem pelo lado da polícia.
O número de policiais mortos no Brasil bate
recordes, o que revela uma falência geral do sistema, avalia Samira Bueno,
diretora executiva do Fórum Nacional de Segurança Pública.
Ela avalia que o atual sistema faliu devido a sua fragmentação,
pois não há um órgão que comece e termine o trabalho policial, lembrando das
competências civil e militar.
“Nosso modelo não tem dado as respostas adequadas
no combate ao crime e à violência.
As polícias acabam sendo reprodutoras da
violência e também não conseguem enfrentar o crime, tanto que na última década
vimos aumentar os indicadores de homicídio”, salienta.
Apesar de os
números apresentados pelo estudo evidenciarem um padrão abusivo de atuação das
polícias brasileiras, Samira ressalva que os dados são subestimados e que o
cenário real deve ser ainda pior.
Ela menciona a dificuldade de coleta e
sistematização das informações entre as instituições. “São indicadores frágeis
ainda”, pondera.
Assim, o
Anuário não pode ser usado como comparativo entre todos os estados. São Paulo,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Pará estão entre aqueles
que há mais de uma década contabilizam as estatísticas.
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