Publicado em 16 de jul de 2018
Documento indica que
empresa de coronel Lima intermediava pagamentos ilícitos para Michel Temer na
década de 90.
Documento juntado ao inquérito dos portos, que investiga o
presidente Michel Temer, indica que pagamentos indevidos feitos na década de 90
por parte de empresas do setor portuário passaram inicialmente pela Argeplan,
empresa do coronel aposentado da Polícia Militar, João Batista de Lima Filho,
amigo do presidente e também investigado.
O inquérito apura se Temer editou, em
troca de propina, um decreto com o objetivo de favorecer empresas do setor
portuário, entre as quais a Rodrimar e o grupo Libra. Ambas têm terminais no
porto de Santos, o maior do País.
O documento incluído agora, segundo a Polícia
Federal, é um complemento de outra planilha que integrava o inquérito 3105,
sobre irregularidades no porto de Santos, que foi arquivado em 2011 pelo
ministro Marco Aurélio Mello, do STF.
Essa tabela relacionava pagamentos a
"MT", que seria Michel Temer, a "MA", que seria Marcelo Azeredo,
indicado por Temer para comandar a Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp) – estatal que administra o Porto de Santos, e a "L", que
seria o coronel Lima.
Conforme a Polícia Federal, o documento intitulado
"Posição de Negócios" que também estava no inquérito 3105, trata do
terminal 34/35 com participação do grupo Libra no porto, e destaca
"contratos exclusivos" da Argeplan.
O documento diz que "todas
as participações foram concedidas sem nenhum tipo de investimento por parte da
Argeplan, além do cumprimento total das exigências políticas".
Para a
Polícia Federal, os dados indicam que os pagamentos apontados nas planilhas com
as iniciais foram feitos por meio da Argeplan.
Em pedido de 69 páginas para a
Operação Skala, com buscas e depoimentos sobre o caso, o delegado Cleyber Malta
Lopes destacou que a planilha com as iniciais apontavam indícios de pagamento
de R$ 340 mil mensais ao presidente Michel Temer, no fim da década de 90.
Lopes
afirmou que a planilha indica que "MT" recebia 50% dos valores
referentes aos contratos e que "MA" e "L" tinham 25% cada.
A tabela foi entregue à Justiça pela ex-mulher de Azeredo, que estava em
processo de divisão de bens e queria comprovar que o marido tinha outras
rendas.
Em um item específico, "parcerias realizadas", há indicação
de repasse da Rodrimar de R$ 300 mil a Temer e R$ 150 mil para cada um dos
outros – Azeredo e Lima.
Há informação de adicional de R$ 200 mil para
campanha. Outro repasse da JSL seria de R$ 26 mil por mês a Temer e R$ 13 mil
aos outros.
Além de valores de outras empresas, como a Multicargo.
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