O Grupo Silvio Santos é formado na atualidade pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), TV Alphaville (sinal fechado), Jequiti Cosméticos, Liderança Capitalização (que administra a Tele Sena), Baú da Felicidade, Hotel Sofitel Guarujá Jequitimar e Sisan Empreendimentos Imobiliários, entre outras empresas.
Fundado em 1958, a partir da criação do empreendimento Baú da Felicidade, o
grupo é administrado na atualidade pela holding Silvio Santos Participações
S.A.
O SBT é a divisão de radiodifusão do conglomerado.
Ele é fundamental para promover alguns dos negócios do Grupo, com parcerias em programas e publicidade constante.
É o caso do programa Roda a Roda Jequiti, promovendo
ações da empresa de cosméticos, e as ações de premiação na televisão dos
clientes do carnê do “Baú da Felicidade”.
Em agosto de 1996, dentro das comemorações pelos 15 anos do SBT, foi inaugurado o Centro de Televisão (CDT) – Complexo Anhanguera no município de Osasco (SP), instalado numa área de 231 mil m², sendo 85 mil m² de área construída.
O CDT permitiu a unificação em um mesmo local de todas as operações realizadas pelo SBT, até então espalhadas por cinco pontos diferentes: Vila Guilherme, Rua Camarés, Teatro Ataliba Leonel, Sumaré e a própria Rodovia Anhanguera.
Foram investidos cerca de 120 milhões de dólares na obra.
O Centro de Televisão dispõe de uma área específica para a construção de uma cidade cenográfica e oito estúdios (com área total de 6,2 mil m²).
O espaço foi
planejado com base na concepção de “produção horizontal”, permitindo a
realização dos processos de criação, produção e veiculação sob um mesmo teto,
de forma integrada e com melhor aproveitamento dos recursos.
Quando obteve a concessão do canal 11 de televisão no Rio de Janeiro, em 1975, Sílvio Santos já possuía metade das ações da TV Record de São Paulo – a outra parte era controlada pelo empresário Paulo Machado de Carvalho.
Entretanto, com a concessão carioca, Silvio alcançava um desejo antigo, de manter controle total sobre uma emissora: a TVS Rio. Em 1980, com o desmantelamento da rede Tupi, em grave crise financeira, e sua extinção pelo governo militar, o empresário obteria as concessões da Tupi de São Paulo, canal 4, antiga cabeça da rede; TV Continental, canal 9, no Rio de Janeiro; TV Piratini, canal 5, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul; TV Marajoara, canal 2, em Belém, no Pará.
A TV Tupi de São Paulo havia sido a primeira emissora de
televisão a entrar em operação no Brasil.
Houve contestação ao governo militar quanto à concessão de novas emissoras a Silvio Santos, uma vez que ele não poderia, conforme a legislação, deter uma segunda concessão em São Paulo ou no Rio de Janeiro, por já ser sócio na TV Record e único controlador na TVS Rio.
O empresário se defendeu afirmando que o vencedor da nova licitação não era ele, e sim o recém criado Sistema Brasileiro de Televisão, sociedade que não o tinha no quadro de acionistas.
De fato, em termos formais, Silvio Santos não aparecia entre os proprietários da sociedade, e sim sua cunhada, Carmen Torres Abravanel, além de outras pessoas vinculadas às demais empresas de Silvio e do filho do empresário Paulo Machado de Carvalho, Carlos Marcelino Machado de Carvalho.
O Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo divulgou nota à época, publicada no Jornal do Brasil, em que criticava fortemente o resultado da concorrência: “foram ganhadoras as duas piores propostas.
A rigor, um dos dois ganhadores [SBT] nem deveria estar participando da licitação, porque era impedido por lei.
Mas o Sr. Silvio Santos burlou a lei e entrou na concorrência com testas de ferro”.
A vencedora do outro lote de concessões de televisão foi a TV Manchete, de Adolfo Bloch.
Nesta
época, o Grupo Silvio Santos era formado por 40 empresas, entre lojas de
varejo, financiadoras, empresas de previdência privada, empresas de
publicidade, revendedoras de carro e agropecuárias.
Na verdade, Carlos Marcelino de Carvalho se retirou do negócio assim que o processo da concessão foi finalizado.
Isso porque havia um acordo prévio entre Paulo Machado de Carvalho e Silvio Santos.
Este, já tinha uma emissora no Rio.
Machado de Carvalho, sócio de Silvio Santos na TV Record de São Paulo, não.
O mesmo ocorria com a emissora localizada em São Paulo: ao obter a concessão da antiga cabeça de rede da TV Tupi, por meio do SBT, Silvio poderia abrir mão da sociedade com Machado de Carvalho na TV Record - o que viria a ocorrer formalmente no final dos anos 1980.
Assim, cada um dos empresários tomou posse de uma emissora na capital fluminense e outra na capital paulista.
Além disso, Silvio Santos permaneceria com a concessão de Porto Alegre, repassando a de Belém para Machado de Carvalho - e dividindo igualmente o número de emissoras entre os dois grupos, 3 para cada lado.
Na prática,
portanto, uma rede de televisão surgiu em agosto de 1981, o SBT, e outra se
consolidou, a Record.
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