Dilma diz que salário-mínimo deve superar os R$ 600 no final de 2011 e nega que vá criar nova CPMF

Dilma diz que salário-mínimo deve superar os R$ 600 no final de 2011 e nega que vá criar nova CPMF

Publicada em 03/11/2010 às 12h55m
Chico de Gois - O Globo; G1, Reuters; Valor Econômico
 BRASÍLIA - A presidente eleita, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira que o salário-mínimo deve superar os R$ 600 já no final de 2011. Dilma, porém, não adiantou quanto seria possível conceder de aumento já em janeiro do ano que vem, nem se isso será, de fato, concretizado. A petista, que se reuniu com o presidente Lula e, depois, concedeu a primeira entrevista coletiva após a eleição, negou ainda que vá recriar a CPMF.

Durante a entrevista, Dilma defendeu o atual sistema de aumento do salário-mínimo - que tem como base a inflação do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores -, mas ressaltou que o governo pode tentar compensar o baixo reajuste deste ano. Se fosse mantida a política atual, o salário mínimo só teria a recomposição da inflação em 2011, uma vez que o crescimento do PIB em 2009 foi próximo de zero.
" O Brasil teve uma recuperação muito forte. Então, estamos se é possível fazer esta compensação "
- Houve uma crise internacional que afetou as economias. O Brasil teve uma recuperação muito forte. Então, estamos avaliando, e essa é uma das questões que na minha volta vou debater, se é possível fazer esta compensação - afirmou ela.

- Agora eu adianto que num cenário de PIB crescendo a taxas que esperamos, o que vamos ter: um salário mínimo no horizonte de 2014 acima de R$ 700 e poucos, mantido o critério. Já em 2011, ele estaria acima de R$ 600 no final de 2011, início de 2012, agora vamos fazer esse ajuste - completou.

Em entrevista à TV Bandeirantes na noite da véspera, Dilma já havia admitido que será negociado entre governo e centrais sindicais um aumento real do mínimo. Ou seja, um valor acima da inflação, que eleva o atual mínimo de R$ 510 para R$ 538.

As centrais defendem um aumento para R$ 570.

Mais cedo, o presidente Lula criticou a proposta do então candidato à Presidência José Serra (PSDB) de elevar o salário-mínimo para R$ 600 neste ano.

- Isso (o salário-mínimo de R$ 600) era a promessa do Serra. Era o que eles podiam ter feito quando governaram o país. O povo não é mais massa de manobra. Tem gente que trata o povo como boiada, toca o berrante e acha que o povo vai atrás. O povo está sabido, sabe o que é política séria e sabe o que é promessa. É por isso que ela ganhou sem precisar entrar na fase das promessas fáceis.

Dilma nega que vá criar nova CPMF, mas discutirá com governadores
Embora tenha declarado que pessoalmente é contrária à recriação da CPMF, o imposto que era utilizado para custear parte da saúde, Dilma deixou uma porta aberta para isso.

- Não pretendo enviar um projeto recriando a CPMF - afirmou. - Mas tenho visto uma mobilização de governadores nessa direção - observou.

De acordo com Dilma, novas fontes de recursos para a saúde são importantes sobretudo para os estados e municípios. No entanto, ela se diz preocupada com a criação de novos impostos.
- Eu tenho muita preocupação com a criação de impostos. Preferia outros mecanismos, mas tenho visto uma pressão dos governadores. É necessário que se abra um processo de discussão com eles.

Trem-bala terá continuidade, adianta Dilma
A presidente eleita declarou que seu governo pretende dar continuidade ao polêmico projeto do trem-bala, que custará mais de R$ 33 bilhões e deverá ligar o Rio a São Paulo. A intenção do projeto original, previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), era concluí-lo a tempo para a Copa de 2014, mas isso dificilmente ocorrerá.

Para ela, é um absurdo os críticos da obra afirmarem que o novo meio de transporte não é necessário.
- É um absurdo achar que o trem-bala não precisa ser feito - criticou.
" É um absurdo achar que o trem-bala não precisa ser feito "
Os que se manifestam contrários à obra argumentam que o preço será muito caro e que, além disso, a tarifa cobrada, que poderá ser de R$ 199, não atrairia passageiros que, com esse valor, poderiam se valer de viagens aéreas.

- Essa conversa (do alto custo da obra) vigorou com o metrô. Achavam que custava muito caro e que era melhor investir em corredores de ônibus. Por causa disso, somos um dos países que atrasaram o metrô.

Sobre a votação que ainda falta para completar o marco regulatório do pré-sal, Dilma disse que não poderia se manifestar no momento, sob o risco de "atravessar" as negociações no Congresso e a posição do atual governo.

A presidente eleita segue ainda nesta quarta, para Porto Alegre, onde vai descansar até domingo. Na segunda-feira, ela viaja com Lula para Moçambique e, de lá, para Seul, onde participará da reunião do G-20.


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