Maristela Temer será ouvida, nesta quinta-feira (3), sobre uma reforma
em sua residência, alvo de investigadores sob suspeita de ter sido paga com dinheiro
de propina
Opresidente da
República Michel Temer recebeu o presidente Fernando Henrique Cardoso, nessa
terça-feira (2), em seu apartamento, em São Paulo.
Um dia antes, esteve com o
advogado Fernando Castelo Branco, para discutir o depoimento da filha Maristela
Temer à Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (3).
Em
declaração ao blog da Andreia Sadi, no portal G1, FHC afirmou que foi à casa do
emedebista para lhe entregar o seu livro recém-publicado, "Crise e
Reinvenção da Política no Brasil".
O encontro entre ambos ocorreu
momentos depois de o presidente ter sido hostilizado, no local onde um prédio
pegou fogo e desabou, na madrugada de ontem, deixando 44 desaparecidos, até o
último boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros.
Questionado pelo blog se o
presidente havia comentado algo sobre o episódio, Fernando Henrique disse que
não.
"Temer é muito discreto. Falamos de assuntos gerais", pontuou.
Sobre a ida de Maristela à
PF, Temer já deixou clara a sua irritação, durante pronunciamento à imprensa,
na sexta-feira (27), quando chegou a acusar os investigadores de vazamentos.
Ela deve falar sobre uma
reforma feita em 2014, em sua residência, pela arquiteta Maria Rita Fratezi,
mulher do coronel Lima.
As obras estão na mira das investigações, sob suspeita
de terem sido pagas com dinheiro de propina.
O fato veio à tona durante a
Operação Skala, deflagrada no dia 29 de março, que prendeu amigos de Temer,
entre eles o próprio coronel Lima, além do advogado José Yunes e do ex-ministro
da Agricultura Wagner Rossi (MDB).
As detenções foram
autorizadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal
(STF), relator do inquérito que investiga Temer por suposto recebimento de
propina em troca de benefícios a empresas do setor portuário via decreto.
O imóvel em questão está
localizado no bairro Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, e conta com
350 metros quadrados.
Apontada por um dos fornecedores da obra como sendo a
responsável por pagar a ele R$ 100 mil em espécie, Maria Rita foi intimada pelo
ministro Barroso, durante a operação.
De acordo com informações da
Folha de S. Paulo, Piero Cosulich, dono da Ibiza Acabamentos, uma das empresas
que entregaram material na residência de Maristela, Maria Rita era quem levava,
pessoalmente, o dinheiro na loja.
“Foi Maria Rita Fratezi quem
fez os pagamentos, em espécie, em parcelas.
Os pagamentos foram feitos dentro
da loja.
Ela vinha fazer o pagamento. Se estava dentro de um envelope, dentro
de uma bolsa, não sei te confirmar”, afirmou Cosulich.
A arquiteta é dona, junto com
o marido, da PDA Projeção e Direção Arquitetônico, empresa que teria feito a
reforma, avaliada em cerca de R$ 1 milhão pela PF.
O Planalto teme que outros
familiares do presidente sejam chamados a depor no âmbito das investigações da
operação, inclusive a primeira-dama, Marcela Temer.
O ex-assessor e amigo de
Temer José Yunes confirmou à PF ter vendido uma casa para Marcela em 2010, também
no Alto de Pinheiros.
O Planalto já divulgou cópia do Imposto de Renda da
primeira-dama, afirmando que tudo está declarado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário