TRUMP: "PODE-SE GARANTIR ALGUMA COISA? NÃO SE PODE GARANTIR NADA".

Donald Trump garante a segurança da Coreia
a do Norte e Kim Jong-un aceita a desnuclearização do seu país Donald Trump concluiu a conferência de imprensa reafirmando a importância histórica da cimeira com Kim Jong-un e que será importante concretizar os objetivos definidos.

Sobre se a conversa com Kim foi gravada, Trump disse não ter a certeza e, de qualquer forma, isso seria pouco importante. "Tenho uma das maiores memórias de todos os tempos", explicou.

Negócios

Trump elogiou as "belas praias" existentes na Coreia do Norte e disse ter dito aos norte-coreanos que "poderia ter os melhores hotéis do mundo".

"Pensem nisto numa perspetiva imobiliária", disse aos jornalistas o dono de uma cadeia hoteleira com o seu nome.

Cimeira superou expectativas de Trump

Trump referiu que ter obtido melhores resultados do que esperava do encontro com Kim, saudou a disponibilidade do líder norte-coreano quanto à questão dos prisioneiros de guerra e desaparecidos em combate e admitiu a possibilidade de haver "nova cimeira" com o seu homólogo.
"Não se pode garantir nada"

Trump afirmou que "não pode se pode garantir nada" quando questionado sobre como verificar que a Coreia do Norte irá agir no sentido da desnuclearização.

"Pode-se garantir-se alguma coisa? Não se pode garantir nada", replicou Trump.

"Penso que [Kim] quer fazer um acordo", prosseguiu Trump, assumindo essa intenção do presidente norte-coreano como o aspeto mais importante.

Trump disse ainda que os prisioneiros políticos norte-coreanos serão "um dos grandes vencedores" do dia de hoje Exercícios "provocadores e inapropriados" Donald Trump disse que o processo de desnuclearização "cientificamente demora muito tempo" e que as sanções em vigor "serão levantadas" quando houver "a certeza de que as armas nucleares deixarem de ser uma preocupação".

O presidente norte-americano adiantou que convidará Kim a visitar a Casa Branca "na altura apropriada" e que o mesmo acontecerá com a sua deslocação a Pyongyang.

Questionado sobre os exercícios militares, Trump qualificou-os como "provocadores e inapropriados" e considerou-os muito dispendiosos.

Parar "jogos de guerra"

Trump disse que a questão dos direitos humanos foi abordada com Kim e, quanto aos mecanismos de verificação do processo de desnuclearização, referiu que isso irá ocorrer por parte de responsáveis das duas Coreias e de observadores internacionais.

O presidente dos EUA admitiu também suspender os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul: "iremos parar os jogos de guerra."

Fazer a paz

Donald Trump afirmou esta terça-feira que, embora muitos possam fazer a guerra, "só os mais corajosos podem fazer a paz".

Em conferência de imprensa, cerca de uma hora após a assinatura do acordo com Kim Jong-un, Trump disse que o documento permite antever a reunião das famílias coreanas e que os coreanos do norte e do sul possam "viver juntos".

Momentos antes, em declarações à ABC, Trump disse confiar em Kim e que o líder norte-coreano também confia nele.

Trump afirmou ainda que o acordo permitirá aos EUA pouparem muito dinheiro e desvalorizou o registo da Coreia do Norte em matéria de direitos humanos, reafirmando que Kim Jong-un é "muito talentoso". ​​​​​​

PONTOS PRINCIPAIS

Um dos pontos principais do acordo assinado entre os EUA e a Coreia do Norte é o compromisso de trabalharem na questão dos restos mortais dos prisioneiros de guerra e desaparecidos em combate, incluindo a imediata repatriação dos que já estão identificados, indica o Wall Street Journal.

O compromisso mútuo de estabelecer novas relações no sentido da paz e prosperidade dos dois povos, e desenvolver esforços conjuntos para construir uma paz duradoura e estável na península coreana, são outros pontos principais.

O TEXTO DO ACORDO

O documento assinado por Trump e Kim, citado pela Reuters, diz o seguinte:

"O Presidente Donald J. Trump dos EUA e o Presidente Kim Jong-un da ​​Comissão de Assuntos de Estado da República Democrática Popular da Coreia (RDPC) realizaram uma primeira cimeira histórica em Singapura em 12 de junho de 2018.

O Presidente Trump e o Presidente Kim Jong-un realizaram uma troca de opiniões abrangente, profunda e sincera sobre as questões relacionadas com o estabelecimento de novas relações EUA-RPDC e a construção de um regime de paz duradouro e robusto na Península Coreana.

O Presidente Trump comprometeu-se a fornecer garantias de segurança à RPDC, e o Presidente Kim Jong-un reafirmou o seu firme compromisso de completar a desnuclearização da Península da Coreia.

Convencidos de que o estabelecimento de novas relações EUA-RPDC contribuirá para a paz e a prosperidade da península coreana e do mundo, e reconhecendo que a construção da confiança mútua pode promover a desnuclearização da Península Coreana, o Presidente Trump e o Presidente Kim Jong-un declaram o seguinte:

1. Os Estados Unidos e a RPDC comprometem-se a estabelecer novas relações EUA-RPDC de acordo com o desejo dos povos dos dois países pela paz e prosperidade.

2. Os Estados Unidos e a RPDC vão unir esforços para construir um regime de paz duradouro e estável na Península da Coreia.

3. Reafirmando a Declaração de Panmunjom de 27 de abril de 2018, a RPDC compromete-se a trabalhar para a desnuclearização completa da península coreana.

4. Os Estados Unidos e a RPDC comprometem-se a recuperar prisioneiros de guerra/desapareciados em combate, incluindo o repatriamento imediato daqueles já identificados. 

Tendo reconhecido que a cimeira EUA-RPDC - a primeira da história - foi um evento memorável de grande significado e superando décadas de tensões e hostilidades entre os dois países e para a abertura de um novo futuro, o presidente Trump e o presidente Kim Jong-un comprometem-se a implementar o estipulado nesta declaração conjunta de forma completa e expedita.

Os Estados Unidos e a RPDC comprometem-se a realizar negociações subsequentes lideradas pelo Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e por um funcionário relevante da RPDC de alto nível, o mais rapidamente possível, para implementar os resultados da cimeira EUA-RPDC.

O Presidente Donald J. Trump dos EUA e o Presidente Kim Jong-un da ​​Comissão dos Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia comprometeram-se a cooperar para o desenvolvimento de novas relações EUA-RPDC e para a promoção da paz, prosperidade e segurança da península coreana e do mundo.

FOTOS DO DOCUMENTO
A Coreia do Norte comprometeu-se a "trabalhar no sentido" da desnuclearização, segundo revela uma fotografia do texto assinado por Trump e Kim.

"O presidente Trump comprometeu-se a dar garantias de segurança à República Popular da Coreia do Norte, e o presidente Kim Jong-un reafirmou o compromisso firme e inabalável de completar a desnuclearização da Península Coreana", lê-se no documento.

Pequim elogia cimeira "histórica"

 A China qualificou a cimeira como "histórica" e apelou a uma "desnuclearização  total" para ultrapassar as tensões na península coreana.

Trump e Kim "estarem juntos e falarem como iguais tem um significado  importante e positivo, e está a criar uma nova história", disse aos jornalistas o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.

"O cerne da questão nuclear da península [coreana] é a segurança. 

A parte mais  importante e difícil desta questão de segurança para os EUA e a Coreia do Norte é sentarem-se para encontrarem uma forma de resolução através de conversações  entre iguais", adiantou Wang Yi, citado pela France Press.

A par da "desnuclearização total", o governante chinês defendeu a necessidade de haver "um mecanismo de paz para a península" capaz de satisfazer as "razoáveis preocupações de segurança" norte-coreanas, acrescentou.

Fim da cimeira

Os dois líderes já deixaram o hotel onde se realizou a cimeira. Trump disse que dará uma conferência de imprensa na próxima hora, antes de deixar Singapura.

Novo aperto de mão

Donald Trump e Kim Jong-un surgiram junto às escadas do hotel com o  documento assinado nas mãos. "Tivemos um dia magnífico e aprendemos muitos sobre cada um de nós e dos nosso países", referiu o presidente norte-americano.

Sobre Kim Jong-un, "aprendi que é um homem muito talentoso e também que ama muito o seu país", acrescentou Trump, dando de seguida novo e prolongado aperto de mãos com o homólogo norte-coreano.

Questionado sobre se haverá novos encontros ou convidará Kim a visitar a Casa Branca, Trump disse que sim a ambas as questões.

Documento histórico
O presidente norte-americano e o líder norte-coreano assinaram "um documento muito importante", nas palavras de Kim Jong-un.

O líder da Coreia do Norte afirma tratar-se de um "documento histórico." 

E que o "mundo verá uma grande mudança".

O Presidente dos Estados Unidos tinha já afirmado que a cimeira histórica com  o líder norte-coreano "correu melhor do que alguém poderia imaginar".

"Foi um encontro verdadeiramente fantástico", adiantou Donald Trump à  imprensa, à saída de um almoço de trabalho com Kim Jong-un – momentos antes da assinatura do "documento histórico".
IMAGENS EM DIRETO

 
 O aperto de mão
Donald Trump e Kim Jong-un apareceram e apertaram as mãos em frente aos jornalistas que estão no hotel Capella em Singapura. O momento em que os dois se cumprimentaram e viraram para as câmaras durou cerca de 15 segundos. Os dois dirigiram-se depois à sala onde decorre o encontro a dois. Apenas ficaram acompanhados pelos tradutores.
Sentados nas cadeiras, lado a lado, Trump e Kim mostraram-se otimistas.
O que disse Trump: "Vamos agora falar e vai ser um sucesso, teremos uma relação tremenda, não tenho dúvidas. Sinto-me honrado"
O que disse Kim: "O caminho até aqui não foi fácil. Preconceitos e práticas antigas foram obstáculos, mas ultrapassamo-los e estamos aqui hoje."
Sorriram e voltaram a apertar as mãos.
A agenda (horas de Portugal):
- 02h15: reunião entre os dois presidentes com duração prevista de 45 minutos
- 03h00: reunião abre-se às equipas que acompanham os dois chefes de Estado
- 4h30: almoço de trabalho entre Donald Trump e Kim Jong-un
- 09h00: Trump fala à imprensa
Os dois líderes chegaram ao Hotel Capella de cara séria, semblante carregado.

View image on Twitter

Pouco depois de chegar a Sentosa, Donald Trump anunciou que o seu principal conselheiro económico teve um ataque cardíaco. Larry Kudlow está nos Estados Unidos, em Maryland, onde foi hospitalizado.

Ainda antes de sair do hotel para o local da cimeira, o Presidente dos Estados Unidos publicou dois tweets sobre o encontro histórico mostrando-se otimista quanto à possibilidade de um acordo "real".

Meetings between staffs and representatives are going well and quickly....but in the end, that doesn’t matter. We will all know soon whether or not a real deal, unlike those of the past, can happen!

·          
Trump ainda deixou uma palavra para os seus detratores, os "haters" e "loosers", assim os chama:


The fact that I am having a meeting is a major loss for the U.S., say the haters & losers. We have our hostages, testing, research and all missle launches have stoped, and these pundits, who have called me wrong from the beginning, have nothing else they can say! We will be fine!

Já Kim-Jong-un foi visto a passear pelas ruas de Singapura com o ministro dos Negocios Estrangeiros da cidade-Estado. O passeio foi publicado no twitter e no facebook. E teve direito a aplausos à chegada ao hotel onde se encontra:

       
Como se chegou até aqui: depois da troca de insultos e ameaças em 2017, que culminou com o lançamento de mísseis balísticos norte-coreanos com capacidade para atingir território americano e com o sexto ensaio nuclear de Pyongyang, o discurso de ano novo de Kim veio acalmar a tensão.

O presidente sul-coreano Moon Jae-in teve um forte papel na aproximação entre a Coreia do Norte e os EUA. Depois de as duas Coreias terem desfilado sob a mesma bandeira nos Jogos Olímpicos de Inverno organizados pelo Sul, Moon reuniu -se já duas vezes com Kim na zona desmilitarizada que separa os dois países.

Em março Trump surpreendeu o mundo ao aceitar o convite de Kim para um encontro. Entretanto o presidente americano chegou a cancelar o encontro em sinal de desagrado com declarações de dirigentes norte-coreanos. 

Mas repensou. Singapura, neutra e suficientemente próxima da Coreia do Norte para permitir uma viagem nos aviões da era soviética do líder norte-coreano, foi a escolha para o frente-a-frente.

Para Donald Trump, a cimeira com Kim Jong-un - a primeira entre um presidente americano em funções e um líder norte-coreano - é "uma oportunidade única" para a paz. 

Como se chegou até aqui: depois da troca de insultos e ameaças em 2017, que culminou com o lançamento de mísseis balísticos norte-coreanos com capacidade para atingir território americano e com o sexto ensaio nuclear de Pyongyang, o discurso de ano novo de Kim veio acalmar a tensão.

O presidente sul-coreano Moon Jae-in teve um forte papel na aproximação entre a Coreia do Norte e os EUA. 

Depois de as duas Coreias terem desfilado sob a mesma bandeira nos Jogos Olímpicos de Inverno organizados pelo Sul, Moon reuniu -se já duas vezes com Kim na zona desmilitarizada que separa os dois países.

Em março Trump surpreendeu o mundo ao aceitar o convite de Kim para um encontro. 

Entretanto o presidente americano chegou a cancelar o encontro em sinal de desagrado com declarações de dirigentes norte-coreanos. 

Mas repensou. Singapura, neutra e suficientemente próxima da Coreia do Norte para permitir uma viagem nos aviões da era soviética do líder norte-coreano, foi a escolha para o frente-a-frente.

Para Donald Trump, a cimeira com Kim Jong-un - a primeira entre um presidente americano em funções e um líder norte-coreano - é "uma oportunidade única" para a paz.

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