Moro afirma que advogado de Lula mentiu para pedir
suspensão de depoimentos
Postado em 6 de junho de 2017
O juiz federal Sérgio Moro afirmou que o advogado Cristiano Zanin
Martins, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da
Lava Jato, mentiu ao dizer desconhecer o teor dos depoimentos prestados pelo
empresário Emílio Odebrecht e do ex-executivo da empreiteira Alexandrino
Alencar em seus termos de delação premiada.
Zanin havia pedido a suspensão dos
depoimentos – realizado nesta segunda-feira (5) – junto ao Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4) com base nesta alegação.
O TRF acatou o pedido
feito pela defesa.
No habeas corpus apresentado por Zanin, ele alegou que a defesa somente
tomou conhecimento dos vídeos durante audiência realizada ainda na manhã da
segunda-feira, quando o ex-presidente do PP, Pedro Corrêa foi ouvido pela Justiça.
Zanin alegou que não haveria tempo hábil para analisar o material até a
realização das oitivas de Emílio e Alexandrino.
Segundo Moro, os documentos do Ministério Público Federal teriam sido
anexados ao processo no dia 31 de maio, sendo que Zanin teria acessado os
depoimentos na mesma data e no dia 1.
“Assim, salvo melhor explicação por parte
da defesa, não aparenta corresponder a realidade a afirmação do advogado
Cristiano Zanin Martins de que foi surpreendido na audiência de 5 de junho, já
que os registros eletrônicos do sistema informam que teve acesso à prova com
relativa antecedência”, afirmou Moro em seu despacho sobre o assunto.
O desembargador do TRF que deferiu o habeas corpus, João Pedro Gebran Neto, observou em sua decisão que “eventual prejuízo à defesa que venha a ser constatado em momento posterior acabará por causar maiores transtornos e maior demora no trâmite do processo”.
Ele também criticou o prazo de apenas meia hora
compreendido entre a chegada do pedido de habeas corpus e o início dos
depoimentos em Curitiba.
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