◘ RELIGIOSA PORTGUESA NA SIRIA DIZ QUE ATAQUE COM ARMAS QUIMICAS "FOI HISTÓRIA INVENTADA"

 

Irmã Myri, portuguesa de 38 anos, descreve ataque como "um cenário" e diz que "ninguém compreende muito bem o que se passou."

Uma “história inventada” e mais “uma desculpa para poderem atacar”. Foi assim que a Irmã Myri, uma jovem portuguesa que vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, se referiu, segundo a Fundação AIS, ao ataque com armas químicas que o regime de Bashar al-Assad alegadamente realizou em Douma, no dia 7 de Abril, e que justificou a resposta militar conjunta na madrugada de Sábado pelos Estados Unidos, França e Reino Unido.

Maria de Lúcia Ferreira afirma que “não houve nenhum eco de armas químicas aqui no país. Não se ouviu dizer nada. Se tivesse havido algum massacre com armas químicas seguramente que teria havido alguém da parte do exército ou das famílias ou dos refugiados que saíram de Douma, e que são milhares… Mas não houve eco nenhum no país da utilização de armas químicas. É pois, para a população, mais uma história inventada, mais uma desculpa para poderem atacar.”

“As pessoas aqui habituaram-se à guerra… Uma pessoa estando no local não pode fazer outra coisa do que confiar-se em Deus e ficar.”

Na mensagem enviada para Lisboa, a Irmã Myri refere ainda que, para a população local, o ataque dos países aliados foi “um cenário”, mostrando uma certa perplexidade pelo que se passou.

“Ninguém compreende muito bem o que se passou. Tem ar de ser um cenário pois não houve vítimas nenhumas, apenas alguns feridos. Poucos. E sobretudo, dos cerca de 100 (mísseis) que caíram, setenta foram interceptados pelos sistemas de defesa sírios, que nem sequer são os recentes que a Rússia trouxe para cá. São ainda os antigos", afirma Myri, espelhando as afirmações dos governos da Rússia e Síria.

Para a Irmã Myri, no entanto, e apesar da sua perplexidade pelo impacto tão incipiente que o ataque dos três países provocou, tratou-se de uma agressão indesculpável. “Sem dúvida que foi um ataque à soberania do país e isso é algo de muito grave e esperemos que não vá haver nenhuma escalada de violência”.

Fundação AIS

Fonte: Diocese Braga

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