
Todos anos, há gelo que derrete no verão. No entanto, a Gronelândia está
a registar um dos maiores eventos de fusão de sempre.
Este ano, o fenómeno começou mais cedo,
e a onda de calor que esta semana assolou a ilha está a afetar toda a
superfície, incluindo a situada a maiores altitudes, nota o Público.
Há uma onda de calor sempre que as
temperaturas ficam cinco graus acima do esperado durante, pelo menos, três dias
e, segundo o professor da Universidade Nova de Lisboa Francisco Ferreira, isso
não é invulgar. Mas esta “é mais intensa e mais extensa” do que é comum.
Depois de França, Alemanha ou Noruega,
há agora estragos na Gronelândia, que faz parte do Reino da Dinamarca e é
detentora da segunda maior reserva de gelo do mundo. O investigador sublinha
que este é um dos dois grandes eventos de degelo da última década e o que está
a acontecer agora pode ser ainda maior do que aconteceu em julho de 2012,
quando 98% da camada de gelo da ilha sofreu um derretimento à superfície.
No entanto, o mais capta a atenção dos
cientistas é a extensão do fenómeno: as temperaturas estão acima do esperado
desde abril, antecipando a época anual de degelo. Entre 11 e 20 de junho, houve
um nível excecional de fusão. Só nestes dias, o manto de gelo perdeu o
equivalente a 80 biliões de toneladas.
Atualmente, a onda está a afetar até os
pontos mais altos da ilha. Na Summit Camp, localizada sensivelmente a meio do
manto de gelo, 3.216 metros acima do nível do mar, durante oito horas de
terça-feira a temperatura atingiu zero graus Celsius.
No espaço de sete anos, aconteceram
dois episódios muito significativos que estão a preocupar os cientistas. “Não é
o ponto de rutura, mas estamos perto“, afirmou o cientista ao jornal.
O que acontece na Gronelândia não afeta
apenas a região autónoma da Dinamarca, como também o planeta inteiro, sobretudo
as regiões costeiras e países insulares como o Kiribati, uma vez que o excesso
de água doce escorre para mar.
Em 2012, a água produzida pela fusão de
gelo acrescentou mais de um milímetro ao nível do mar. Este ano, já está a
taco-a-taco, remata o Público.
Fonte: ZAP
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