◘ REINO UNIDO PEDE AO MUNDO QUE CRIE UMA MOEDA ALTERNATIVA GLOBAL PARA SUBSTITUIR O DOLAR.

As maiores economias do mundo ocidental estão prontas para desistir da unidade monetária dos EUA, o DÓLAR como moeda de reserva dos países ocidentais, opina especialista. Recentemente, o chefe do Banco da Inglaterra, Mark Carney, apelou aos bancos centrais mundiais para que criem uma “alternativa global” à moeda americana. A colunista da Sputnik Natalia Dembinskaya explica o motivo pelo qual o dólar norte americano está perdendo influência para um número crescente de países e por que motivo o Reino Unido (um aliado dos EUA) está fazendo esta proposta.
Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch
Uma nova moeda para Substituir o dólar norte americano. Imperialismo econômico-financeiro dos EUA esta com os dias contados
Desde a crise financeira global de 2008, os bancos centrais mundiais reduziram em sete pontos percentuais a cota-parte da participação do dólar dos EUA na estrutura das suas reservas financeiras. Em 2018, os países em desenvolvimento foram particularmente ativos na venda de dólares e das obrigações do Tesouro (títulos públicos emitidos pelo governo do) Estado norte americano. Uns, para estabilizar suas próprias moedas, outros por causa dos inúmeros conflitos (especialmente a Rússia e a China) com Washington.
Segundo estimativas do Banco Central Europeu – BCE, a posição do dólar nos resultados financeiros do ano passado sofreu um grande abalo, com sua participação nas reservas cambiais mundiais caindo para 61,7 %, enquanto a participação do euro aumentou para 20,7 %. Só em abril, o Reino Unido se livrou de US$ 16,3 bilhões (R$ 67,7 bilhões) em títulos do Tesouro dos EUA.
Durante um seminário econômico nos Estados Unidos, o chefe do Banco de Inglaterra, Mark Carney, afirmou que o dólar já não merece o estatuto de moeda de reserva mundialpropondo que os bancos centrais dos vários países se unam para encontrar um substituto. Na opinião do chefe do regulador britânico, a importância da moeda norte americana no comércio mundial é “inadequadamente alta”, o que desestabiliza a economia global.
Moeda digital como saída?Para estabilizar o sistema financeiro global, a moeda de reserva não deve ser a moeda nacional de um país, mas sim uma “divisa alternativa digital global”, uma moeda virtual baseada em uma cesta de bens e criada a partir de uma rede de moedas digitais dos bancos centrais. Isto facilitaria o comércio transfronteiriço e os pagamentos internacionais, reduzindo a dependência da economia mundial em relação ao dólar, explica a colunista.
Carney também salientou que a dependência do dólar é muito arriscada por causa da guerra comercial lançada por Trump, apontando que países não diretamente envolvidos nos conflitos comerciais e “interesses dos EUA também sofrem com falhas na cadeia de suprimentos nos setores automotivo, siderúrgico e de tecnologia.

No entanto, os especialistas avaliam a ideia de uma moeda global digital única como limitada, pois seria preciso que todos os países chegassem a uma opinião e consenso comum, o que é muito difícil, uma vez que a proposta de Carney implicaria limitar a soberania dos bancos (pseudo) centrais de todos os países ocidentais.
Solução alternativa
No final de junho, a Inglaterra, a França e a Alemanha anunciaram o lançamento do mecanismo INSTEX (Instrumento de Apoio ao Comércio Exterior) de transações financeiras, que permite contornar as restrições americanas referentes à compra de petróleo iraniano, pagando as entregas em euros e não em dólares. O mecanismo de pagamento está disponível para todos os países da UE desde 28 de junho e, em breve, estará acessível para empresas de outros países.
Os especialistas financeiros estão confiantes de que o novo sistema irá desferir um golpe no desejo dos EUA de CONTINUAR controlando e MANIPULANDO a ordem econômica mundial, pois não apenas a Europa, mas qualquer país que não queira cumprir o regime de sanções da Casa Branca poderá definitivamente “livrar-se do dólar”.
Desdolarização global acelerada
Enquanto a Europa está tentando descobrir como retirar o controle do dólar norte americano do mercado internacional e contornar as restrições dos EUA, a Rússia está cortando seus pagamentos em dólares em um ritmo recorde. Ao longo dos últimos cinco anos de sanções dos EUA, Moscou reduziu os acordos internacionais em dólares em quase 13%,com seus parceiros comerciais, aumentando a participação do euro e do rublo em 26% e 14%, respectivamente.
Uma das razões para a desdolarização global acelerada é a ameaça dos EUA de desligar a Rússia do sistema de pagamentos interbancários SWIFT com base na Suíça.
A desdolarização da economia global está ocorrendo mais ativamente no comércio entre Moscou e Pequim, que decidiram passar a efetuar suas transações nas suas moedas nacionais (rublo e Yuan) desde dezembro de 2014.
Desde então, entraram em vigor diversos acordos russo-chineses sobre o comércio direto em rublos e Yuan, sem a participação de bancos norte americanos, dos bancos do Reino Unido ou da UE, ou seja, de qualquer instituição ocidental.

“Segurança contra a derrota implica táticas defensivas; capacidade de derrotar o inimigo significa tomar a ofensiva”- Sun Tzu, passagem do seu livro “The Art of War

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