As baterias de iões de lítio, estão de facto presentes
em praticamente tudo o que necessita de armazenamento de energia. Assim, não é
de estranhar que esta tecnologia esteja agora a ser usada na frota de
submarinos do Japão. Estas embarcações estão a receber uma profunda
atualização.
O novo submarino Toryu, ou “Fighting Dragon”, está equipado com baterias
de iões de lítio, que alimentam a maior parte da tecnologia de consumo
disponível em todo o mundo. Como resultado, estes submarinos serão capazes de
navegar silenciosamente debaixo de água por mais tempo do que nunca.
Baterias nos submarinos não são
novidade, mas há novidades nestas baterias
Todos os submarinos movidos a diesel
usam baterias para viajar silenciosamente debaixo de água. As baterias são
carregadas pelo motor diesel, que necessita de oxigénio para funcionar. Isto,
por sua vez, exige que o submarino venha à superfície (ou perto dela), o que
expõe o periscópio, uma entrada de ar e uma porta de escape acima da linha de
água.
Apesar de serem apenas pequenos
materiais fora de água, esses pedaços de equipamento podem ser detetados por
radares, chamando a atenção indesejada de barcos e aviões antissubmarinos
inimigos.
Alguns submarinos modernos usam um
sistema independente de propulsão de ar em vez de motores diesel regulares para
viajar debaixo de água e recarregar as suas baterias. Isso aumenta a quantidade
de tempo que um submarino pode viajar debaixo de água.
Contudo, o sistema é
mais ruidoso do que a propulsão por bateria. Quanto melhores as baterias, mais
tempo um submarino pode viajar e lutar debaixo de água.
Baterias
de chumbo-ácido vão ser substituída por iões de lítio.
Desde a
Segunda Guerra Mundial, os submarinos têm usado baterias de chumbo-ácido. As
baterias de chumbo-ácido são pesadas, mas também são uma tecnologia comprovada.
Contudo, estão já obsoletas no mundo do consumo, substituídas na década de 1990
por baterias de hidreto metálico de níquel.
Os dispositivos atuais são alimentados por uma tecnologia ainda melhor, as
baterias de iões de lítio.
Segundo o que foi dado a conhecer,
o submarino Toryu de 2950 toneladas foi construído pela Kawasaki Heavy
Industries e lançado no passado dia 6 de novembro. Assim, está já no mar o
segundo vaso de guerra equipado com baterias de iões de lítio.
Qual a vantagem destas baterias num submarino?
Conforme é sabido, as baterias de iões
de lítio são mais leves e têm uma maior densidade de energia. Assim, na
prática, isso significa que um quilo de baterias de iões de lítio irá armazenar
mais eletricidade do que um quilo de ácido de chumbo.
Além disso, as baterias de iões de
lítio também mantêm a sua carga por mais tempo e são mais rápidas a recarregar.
Como resultado, o submarino Toryu será capaz de se sentar silenciosamente, no
fundo do oceano, para “atacar” uma frota inimiga. Posteriormente, este poderá
de forma rápida bater em retirada com a energia da bateria, após disparar uma
salva de torpedos.
Quais os perigos destas baterias para
um submarino?
As baterias de iões de lítio não são
uma tecnologia livre de riscos. O lítio incendeia-se quando exposto à água, uma
situação complicada para um submarino. Em caso de fuga, as baterias devem ser
protegidas da água a todo custo. Os incêndios de lítio são quentes, queimam até
quase 2000 °C e liberam gás hidrogénio.
O acumular de gás hidrogénio nos
submarinos é perigoso, dado que o gás fica preso num espaço confinado, porque
um submarino é um pequeno espaço fechado e o hidrogénio é altamente inflamável.
Segundo reza a história, o acumular de gás hidrogénio levou ao naufrágio do submarino Scorpion da
Marinha dos EUA.
Apesar dos riscos do uso de iões de
lítio, o Japão obviamente acha que a recompensa em termos de aumento do
desempenho do submarino vale a pena. Assim, não é de estranhar que estejam
previstas 15 embarcações com este sistema. Como resultado, em poucos anos, o
Japão poderá ter uma nova geração de submarinos que são mais letais do que
nunca.
Fonte: Pplware
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