O procedimento consiste numa transfusão de sangue de um paciente
já curado, que possua um "plasma hiperimune" com anticorpos contra a
covid-19.
O Hospital Policlínico de Pavia (norte da Itália)
iniciou um tratamento experimental de plasmaterapia, que utiliza o sangue de
doentes curados do novo coronavírus para tratar os que se encontram em estado
grave. O centro hospitalar pediu doações de sangue a quem tenha recuperado da
covid-19 e os primeiros voluntários foram um casal de médicos, os primeiros
positivos do vírus na província, informaram hoje a imprensa local.
"Trata-se de uma terapia que já foi utilizada com êxito
contra a SARS e o ebola e que permite proceder em simultâneo a outras terapias",
explicou o responsável da Imuno-hematologia do Policlínico de Pavia, Cesare
Perotti, ao jornal local Il Ticino.
O procedimento consiste numa transfusão de
sangue de um paciente já curado, que possua um "plasma hiperimune"
com anticorpos contra a covid-19, e que se pratica em casos graves.
A plasmaterapia já foi aprovada pela
delegação de médicos chineses de Wuhan que visitaram o hospital há duas semanas
e que contribuíram com a sua experiência, ao referirem que testaram este método
em mais de mil doentes e com resultados positivos.
As primeiras provas foram realizadas em cinco
doentes desde hospital e quatro no de Mântua (também na Lombardia), após o
Policlínico ter partilhado os seus protocolos com outros centros da região, a
mais afetada na Itália.
O resultado das provas foi positivo, mas
ainda não é possível certificar a sua eficácia devido ao reduzido número de
tratamentos realizados até ao momento.
Apenas na província de Pavia foram
registrados 2.157 casos positivos pelo novo coronavírus, mas este hospital
também recebeu doentes das províncias vizinhas de Lodi (onde se registrou o
primeiro surto do vírus em Itália) e de Cremona, onde existem quase 4.000
casos.
Em todo o país existem 80.572 casos ativos e
o número de mortos ascende a 13.155, apesar da diminuição nos últimos dias do
ritmo de contágios e falecimentos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia
da covid-19, já infectou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais
morreram mais de 47 mil.
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