Por Ana Julia Guimarães
É isso mesmo: o Banco Central está criando uma moeda digital brasileira.
Segundo
o órgão, o objetivo é desenhar uma extensão digital do Real que seja
parte do cotidiano das pessoas.
Conhecida ao redor do mundo como Central Bank Digital Currency CBDC –
a moeda é basicamente a versão virtual da moeda de um país, no caso o
Real.
A ideia é que ela facilite as transações financeiras sem que o dinheiro físico esteja envolvido.
Na prática, estará disponível para quem faz uso de contas
bancárias, contas de pagamentos, cartões, Pix, transferências ou dinheiro vivo
(servirá para substituir o que está na sua carteira!).
De acordo com o relatório The Global Payments Report, em 2020, somente
35% das compras foram feitas em cédulas. Logo, não faz sentido que o Banco
Central continue emitindo dinheiro vivo…
Mas afinal, qual a diferença entre a moeda atual do Brasil e o Real Digital?
Se é tudo a mesma moeda, por que são diferentes? Justamente porque
enquanto a moeda atual é de responsabilidade das instituições financeiras onde
você possui conta, o real digital será inteiramente de responsabilidade
do Banco Central.
Além disso, o novo modelo de dinheiro possibilitará novos estímulos na
economia digital - através de contratos mais inteligentes e flexibilidade dos
negócios.
No dia 24 de maio, o Banco Central deu algumas instruções:
A moeda terá foco em tecnologia para fomentar modelos de negócio inovadores, que possam imprimir maior eficiência a nossa economia;
Há previsão de uso dela no varejo - já que o real digital deverá ser parte do
cotidiano das pessoas e deverá ser utilizado por todos que operam com contas
bancárias, contas de pagamentos, cartões ou dinheiro vivo;
Quanto à operação online, o real digital deverá ser integrado aos
sistemas de pagamentos atuais, permitindo operações como o pagamento em uma
loja ou a transferência de recurso para outras pessoas.
No pagamento offline, que ainda enfrenta dificuldades tecnológicas, será igual
a quando se faz um pagamento em real físico em um estabelecimento, ou região,
que não tenha conexão com a internet.
Moeda digital é diferente de criptomoeda?
Sim! É importante lembrar que uma criptomoeda não possui características
de moeda. Isto porque existe uma diferença entre ativos reais e ativos
financeiros.
A moeda digital será um ativo real, ou seja, vai fazer parte do cotidiano das pessoas em trocas de bens físicos que estão diretamente ligados à economia real.
Ou seja, trazem retornos diretos para a sociedade porque
estão relacionados com a sua capacidade produtiva.
Já as criptomoedas estão dentro da categoria dos ativos financeiros (por
isso podem ser chamadas de criptoativos também).
Elas não têm presença física e
são representadas por documentos. Portanto, não são bens, nem mercadorias, mas
sim contratos que são negociados no mercado financeiro.
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Quando e como o Real Digital será implementado?De acordo com Fábio Araújo, economista do Banco Central, o lançamento do Real Digital deve acontecer em 2024, e será feito em fases.
Isso significa que a moeda será restrita a apenas uma parcela da população e aos poucos será liberada a todos.
Além disso, no início, terá suas funcionalidades reduzidas.
Aos poucos, é esperado que ela se popularize - assim como o Pix, que chegou no Brasil em 2019 e já bateu recordes entre os meios de pagamento.
Para utilizá-la, todas as pessoas interessadas vão precisar ter uma carteira virtual através de um Banco ou Instituição de pagamento.
Quais as expectativas sobre a nova moeda?Segundo Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, é esperado que ninguém perca dinheiro, mas “que os bancos sejam uma fatia de um bolo que será muito maior.”
“A ideia é não somente ser um meio de pagamento instantâneo, mas também criar uma espécie de carteiras inteligentes que contenham o dinheiro para efetuar pagamentos programados, por exemplo, que funciona para pagamentos recorrentes, como um pedágio ou assinatura de serviços”, disse.
Por que importa?Com o Real Digital, vai ser possível colocar a Internet das Coisas em prática. Você já ouviu falar neste termo?É justamente a integração de objetos cotidianos com a internet - Isso torna possível reunir informações, analisá-las e, a partir disso, criar ações oriundas do processamento de dados.
Como exemplo, uma geladeira
inteligente poderá identificar a falta de alimentos e programar uma compra no
supermercado sozinha através da moeda digital. Tudo isso sem a necessidade de
passar em um caixa. Demais, né?
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