BUGATTI - DIATTO-AVIO-BC ► PODERÁ CHEGAR AOS 1,2 MILHÕES DE EUROS,

 

Nem sempre os automóveis de colecção mais fascinantes são os mais potentes ou visualmente arrebatadores. 


Os verdadeiramente cativantes são, muitas vezes, aqueles envoltos em mistério ou detentores de histórias singulares. 


É precisamente esse o caso deste raríssimo Bugatti-Diatto Avio 8C de 1924, que será leiloado pela Bonhams Cars a 15 de Agosto, no Quail Lodge & Golf Club, integrado na Monterey Car Week, na Califórnia.


O elemento central desta máquina enigmática reside no seu motor — um oito cilindros em linha resultante de uma colaboração pouco conhecida na história da Bugatti. 


Ettore Bugatti fundou a marca em 1909, numa era de efervescência tecnológica: apenas três anos após o primeiro voo dos irmãos Wright e no mesmo ano em que Louis Blériot cruzou o Canal da Mancha por via aérea. 


Bugatti, sempre fascinado tanto pela engenharia automóvel como pela aeronáutica, desenvolveu o que viria a ser o motor Avio 8C com aplicações previstas para ambos os mundos.

A génese deste motor remonta à parceria de Ettore Bugatti, iniciada em 1907, com Pietro Diatto, herdeiro de uma família com tradição na construção de carruagens. 


A Diatto tornar-se-ia licenciada para a produção de motores Bugatti em Itália, dando início à montagem do Bugatti Type 13 “Brescia” a partir de 1921 — um modelo que, com apenas 490 kg, dominou as pistas durante boa parte da década de 1920.

O motor Avio 8C, por seu lado, representa um importante antecessor técnico do lendário Bugatti Type 41 Royale de 1926 — um automóvel de proporções monumentais do qual apenas seis unidades foram produzidas. 


Porém, a história do exemplar agora em destaque é ainda mais peculiar: chassis n.º B1919, este veículo resulta da união de um dos poucos motores Avio 8C sobreviventes com um chassis Diatto — uma combinação insólita que permaneceu por décadas esquecida num museu de Turim, sem qualquer registo conhecido da sua proveniência.

Segundo relato publicado na edição Primavera de 2019 da revista Magneto, foi o historiador alemão Uwe Hucke quem iniciou o processo de reconstituição deste automóvel, tarefa que viria a ser concluída por Claude Teisen-Simony, reconhecido especialista e coleccionador Bugatti, autor da obra The Hidden Bugatti Diatto Alliance


A reconstrução culminou com a apresentação pública do modelo no salão Rétromobile 2019, em Paris.


Hoje, quase um século após a sua criação e mais de cem anos desde o início da colaboração Bugatti-Diatto, este exemplar absolutamente singular volta a fazer história. 


Vai a leilão sem reserva, com uma estimativa entre 700 mil e 1,3 milhões de dólares, qualquer coisa como 644 mil e 1,2 milhões de euros (aproximadamente). 


Uma oportunidade única para coleccionadores e entusiastas redescobrirem uma peça perdida no tempo — e essencial na génese de uma das marcas mais icónicas da história automóvel.

Imagens: Bonhams Cars


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