Mais de 100 medicamentos comuns
estão ligados a alterações prejudiciais na microbiota intestinal, revela
estudo.
Cientistas da Universidade de Stanford identificaram mais de 140 medicamentos que podem perturbar significativamente o microbioma intestinal, aumentando potencialmente o risco de câncer colorretal a longo prazo.
A
pesquisa mostra que medicamentos que variam de antibióticos e agentes
quimioterápicos a antifúngicos e certos antipsicóticos podem eliminar espécies
bacterianas essenciais e remodelar o ambiente nutricional do intestino.
Quando as bactérias benéficas morrem, os nutrientes que antes consumiam ficam
disponíveis para cepas mais resistentes a medicamentos.
Esses micróbios sobreviventes podem se proliferar rapidamente, criando um ambiente inflamatório nos intestinos.
A inflamação crônica e o desequilíbrio microbiano — conhecido como disbiose — estão ambos ligados a danos no DNA das células do cólon e ao desenvolvimento de câncer.
Usando comunidades intestinais cultivadas a partir de amostras fecais humanas,
a equipe testou 707 medicamentos e descobriu que 141 eram capazes de alterar
permanentemente os ecossistemas microbianos.
Um exemplo mostrou que um medicamento antifúngico eliminou as bactérias responsáveis pela produção de heme, um nutriente necessário para outras espécies benéficas.
Uma vez privadas de heme, essas espécies tornaram-se vulneráveis e foram dominadas por cepas nocivas.
Os pesquisadores afirmam que seu trabalho pode ajudar os médicos a prever como os medicamentos afetam o ecossistema intestinal e a
desenvolver estratégias — como dietas específicas ou probióticos — para proteger os pacientes
durante o tratamento, especialmente porque as taxas de câncer colorretal de
início precoce continuam a aumentar nos EUA.
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