26/6/2011 4:30, Por Redação, com BBC - de Caracas
Nicolas Maduro tranquilizou a população quanto à saúde de Chávez Depois de uma operação de emergência realizada na última sexta-feira em Cuba, as informações divulgadas sobre o estado de saúde do presidente venezuelano, Hugo Chávez, ainda não convencem a todos no país. O pós-operatório de Chávez já dura quase quatro dias, depois que o presidente foi operado em meio a uma viagem oficial à ilha cubana.
Chávez teve de passar pela intervenção cirúrgica devido a um abscesso pélvico, um acúmulo de pus decorrente de uma infecção bacteriana. Este tipo de lesão, se não for tratada a tempo, pode causar graves complicações.
Sem detalhes ►►
O governo não divulga detalhes sobre a saúde de Chávez. Na noite de sexta, cerca de 12 horas depois da operação, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, disse que a intervenção ocorreu “de maneira imediata”.
Maduro afirmou que a operação teve “resultados satisfatórios para a saúde” do presidente, de 56 anos, e que “em poucos dias” Chávez estaria em condições de voltar a seu país. Isto ocorreu pouco depois de um período de três semanas de repouso, no início de maio, quando Chávez voltou a sentir uma antiga lesão em seu joelho esquerdo – o que o obrigou a usar muletas.
Este novo problema de saúde gerou preocupação e dúvidas na população, devido ao termo “abscesso pélvico”, considerado muito genérico.
No sábado, diversos ministros asseguraram que o processo de recuperação estava encaminhado. No entanto, não houve manifestações nem de Chávez, nem de seus médicos – sem declarações ou explicações sobre o que houve.
“Muito exitosa”
Diante da expectativa gerada pela saúde do presidente, com cobranças da oposição devido à longa ausência, comentários de apoio e dúvidas sobre o ocorrido em redes sociais, o chanceler deu uma entrevista à rede de TV Telesur no último domingo.
Maduro assegurou que Chávez havia tido dores abdominais durante a viagem, na qual também visitou o Brasil e o Equador. Estas dores, segundo o chanceler, ficaram mais agudas na chegada a Cuba. Maduro reconheceu que teria de atuar “o mais rápido possível”, por ser uma “região delicada” onde se “poderia gerar uma infecção grave”.
Depois disso, o próprio Chávez foi ao ar, por meio de telefone. “Me fizeram biópsias, estudos, microbiologia, diferentes exames de laboratório e não há nenhum sinal maligno ali”, disse o presidente, que classificou a operação de “muito exitosa”.
Para o presidente da Federação Médica Venezuelana, Douglas León Natera, o presidente “teve sorte de que o diagnóstico certo tenha sido feito no momento adequado”, embora considere difícil opinar sobre o assunto sem saber dos detalhes.
Já o médico e ex-ministro da Saúde José Félix Oletta questiona o fato de que o quadro não foi levado a público por profissionais, e sim por parte do chanceler e do próprio Chávez.
– Não vemos a causa, vemos a consequência de um problema – disse o ex-ministro à agência britânica de notícias BBC. Ele afirma que, ao desconhecer a situação de primeira mão, é preciso ser “muito cauteloso e evitar especulações”,
Oletta afirma que “99,9% dos abscessos pélvicos ocorrem porque um órgão localizado na pélvis está doente”.
Retorno?
“O retorno dependerá do progresso e da evolução da recuperação”, disse Chávez no domingo.
– Não se pode responder essa pergunta com exatidão matemática – afirmou.
Mas o que há de tão grave que, quatro dias depois da operação, se desconheça quando o presidente poderá voltar? Por agora, segundo especialistas, tudo está dentro dos prazos normais para este tipo de operação. O ex-ministro da Saúde afirma que, em casos normais de abscesso pélvico, a recuperação pode durar entre cinco e sete dias.
Oletta afirma que, em condições normais, não recomendaria a um paciente que viaje até uma semana depois da cirurgia. No entanto, Natera acha que, em situações como essas, o processo de recuperação leva entre dez dias e duas semanas, período no qual o paciente deve manter repouso ou manter-se com movimentos limitados.
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