Essa tecnologia parece uma coisa saída de filmes de ficção científica: você usa um arquivo de CAD (projeto auxiliado por computador, na sigla em inglês) em um programa especial que instrui uma "impressora" a acumular camadas de plástico umas sobre as outras, até formar um objeto desejado.
Um usuário de uma impressora destas, que se identifica como "HaveBlue", anunciou em um fórum online que ele havia "imprimido" uma pistola calibre .22. Apesar de todas as previsões de desastre, a pistola funcionou. Ele disparou 200 balas no teste.
Determinado a testar os limites da tecnologia que tinha em mãos, ele resolveu usar sua impressora para fazer um rifle AR-15 (na verdade, algumas partes do rifle foram feitas de alumínio). Depois de algumas pequenas modificações no projeto, ele colocou cerca de US$30 (R$60,00) de plástico ABS na sua impressora Stratasys, e o resultado foi um rifle funcional AR-15. Os primeiros testes mostraram que a arma funcionava, apesar de pequenos problemas com a alimentação e extração de cartuchos.
Curioso, HaveBlue resolveu testar também o "mercado" para impressão 3D de armas. Ele perguntou ao Thingiverse, um site de compartilhamento de projetos 3D da Makerbot Industries, se era permitido postar projetos de armas. De acordo com HaveBlue, a diretoria do Makerbot decidiu não proibir, mas desencorajar, o compartilhamento de projetos de armas. HaveBlue então postou o projeto para uma parte do AR-15, mas a discussão posterior convenceu a Thingiverse a banir projetos de armas.
Entretanto, como o projeto de HaveBlue continua online, não está bem claro se a Thingiverse está fazendo cumprir o banimento ou não.
Consequências à parte, ficou bem claro que fazer armas em casa usando impressoras 3D a partir de material disponível pode se tornar uma prática comum no futuro próximo. Com o amadurecimento da tecnologia de impressão, a disponibilidade de material deve também melhorar, e com a proliferação de projetos de armas, o dia em que qualquer um poderá imprimir a arma de sua escolha na quantidade que desejar, na privacidade de seu lar, deve ser a sequência lógica.
Para quem acha que o que "HaveBlue" fez é novidade, uma surpresa: fabricantes de armas têm usado prototipagem rápida há muito tempo, como pode ser conferido aqui. A novidade é que o nível das impressoras 3D disponíveis para usuários domésticos está permitindo a construção deste tipo de equipamento de alta precisão.
Talvez no futuro as impressoras 3D venham com restrições semelhantes às impressoras coloridas de alta definição (experimente imprimir uma nota de dólar para entender o que estou dizendo). De qualquer forma, parece que o apocalipse zumbi não é mais o maior problema que temos.[PopSci, The Next Web]
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