Thiago Prado
Transação camuflada - O apartamento dúplex, com piscina, em que Cerveró morou nos últimos cinco anos em Ipanema foi comprado por uma empresa offshore representada por um advogado que trabalhou na estatal com o ex-diretor da Petrobras (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo & Reginaldo Teixeira/VEJA)
O ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró tem se revelado um especialista em omissões.
►Em 2006, apresentou ao conselho de administração da empresa um resumo referente à compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, sem as cláusulas que beneficiavam a Astra Oil, a sócia belga no negócio.
No mesmo período em que se arrastaram a bilionária compra e o posterior litígio entre a Petrobras e sua sócia, Cerveró trabalhou também para não dar transparência a outra transação — desta vez imobiliária.
VEJA teve acesso a documentos que detalham a compra de um apartamento avaliado hoje em 7,5 milhões de reais na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Trata-se do local onde Cerveró e sua mulher moraram durante os últimos cinco anos.
Não foi um negócio usual de aquisição de um imóvel.
A transação envolveu a abertura de uma empresa offshore no Uruguai, o uso de um laranja para representá-la no Brasil e a criação de uma sede-fantasma em uma cidade litorânea do Rio de Janeiro.
Todo esse aparato para a compra do apartamento ocorreu quase simultaneamente a uma série de gastos milionários da estatal com a transação de Pasadena e a contratação de escritórios de advocacia.
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