Maior Jornal
dos EUA detona a Globo: 'mídia prostituída que ilude o Brasil'
É claro que, todos estão de acordo
que a Globo não é a única 'puxa saco' do Lulo-petismo, todas as emissoras,
também fazem seu 'pé de meia', assim, como vários sites, blogues, rádios e etc.
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO EM 18/11 - Jornal faz cair a máscara da Globo que tentou abafar e diminuir a
tragédia de Minas Gerais
Mas, o TNYT, pegou a Globo por que
ainda é a maior rede do Brasil e da América Latina e é quem tem feito o PT de
'santo salvador da Pátria', com mentiras e boicotes contra manifestos e
movimentos que visam um Brasil melhor.
***A jornalista Vanessa Barbara
apresentou uma dura crítica à Rede Globo em sua coluna no The New York Times na última semana.
No artigo traduzido e veiculado no
Brasil pelo UOL, a também colunista do Estadão e editora do site literário “A
Hortaliça”, analisou um dia de programações da emissora e descreveu o ato de
assistir ao canal como “se acostumar a chavões e fórmulas cansadas”.
REVEJA: Globo pede ajuda para Lula
As críticas vão dos telejornais aos
talk shows e novelas.
Veja o texto na íntegra:
No ano passado, a revista “The
Economist” publicou um artigo sobre a Rede Globo, a maior emissora do Brasil.
Ela relatou que “91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população, a
assistem todo dia: o tipo de audiência que, nos Estados Unidos, só se tem uma
vez por ano, e apenas para a emissora detentora dos direitos naquele ano de
transmitir a partida do Super Bowl, a final do futebol americano”.
Esse número pode parecer exagerado,
mas basta andar por uma quadra para que pareça conservador. Em todo lugar aonde
vou há um televisor ligado, geralmente na Globo, e todo mundo a está assistindo
hipnoticamente.
Sem causar surpresa, um estudo de
2011 apoiado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
apontou que o percentual de lares com um aparelho de televisão em 2011 (96,9)
era maior do que o percentual de lares com um refrigerador (95,8) e que 64%
tinham mais de um televisor. Outros pesquisadores relataram que os brasileiros
assistem em média quatro horas e 31 minutos de TV por dia útil, e quatro horas
e 14 minutos nos fins de semana; 73% assistem TV todo dia e apenas 4% nunca
assistem televisão regularmente (eu sou uma destes últimos).
Entre eles, a Globo é ubíqua. Apesar
de sua audiência estar em declínio há décadas, sua fatia ainda é de cerca de
34%. Sua concorrente mais próxima, a Record, tem 15%.
Assim, o que essa presença
onipenetrante significa? Em um país onde a educação deixa a desejar (a
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico classificou o Brasil
recentemente em 60º lugar entre 76 países em desempenho médio nos testes
internacionais de avaliação de estudantes), implica que um conjunto de valores
e pontos de vista sociais é amplamente compartilhado. Além disso, por ser a
maior empresa de mídia da América Latina, a Globo pode exercer influência
considerável sobre nossa política.
Um exemplo: há dois anos, em um leve
pedido de desculpas, o grupo Globo confessou ter apoiado a ditadura militar do
Brasil entre 1964 e 1985. “À luz da História, contudo”, o grupo disse, “não há
por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim
como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram
desse desacerto original”.
Com esses riscos em mente, e em nome
do bom jornalismo, eu assisti a um dia inteiro de programação da Globo em uma
terça-feira recente, para ver o que podia aprender sobre os valores e ideias
que ela promove.
A primeira coisa que a maioria das
pessoas assiste toda manhã é o noticiário local, depois o noticiário nacional.
A partir desses, é possível inferir que não há nada mais importante na vida do
que o clima e o trânsito. O fato de nossa presidente, Dilma Rousseff, enfrentar
um sério risco de impeachment e que seu principal oponente político, Eduardo
Cunha, o presidente da Câmara, está sendo investigado por receber propina,
recebe menos tempo no ar do que os detalhes dos congestionamentos. Esses
boletins são atualizados pelo menos seis vezes por dia, com os âncoras
conversando amigavelmente, como tias velhas na hora do chá, sobre o calor ou a
chuva.
A partir dos talk shows matinais e
outros programas, eu aprendi que o segredo da vida é ser famoso, rico,
vagamente religioso e “do bem”. Todo mundo no ar ama todo mundo e sorri o tempo
todo. Histórias maravilhosas foram contadas de pessoas com deficiência que
tiveram a força de vontade para serem bem-sucedidas em seus empregos.
Especialistas e celebridades discutiam isso e outros assuntos com notável
superficialidade.
Eu decidi pular os programas da tarde
–a maioria reprises de novelas e filmes de Hollywood– e ir direto ao noticiário
do horário nobre.
Há dez anos, um âncora da Globo, William Bonner, comparou o telespectador
médio do noticiário “Jornal Nacional” a Homer Simpson –incapaz de entender notícias
complexas. Pelo que vi, esse padrão ainda se aplica. Um segmento sobre a
escassez de água em São Paulo, por exemplo, foi destacado por um repórter,
presente no jardim zoológico local, que disse ironicamente “É possível ver a expressão
preocupada do leão com a crise da água”.
Assistir à Globo significa se
acostumar a chavões e fórmulas cansadas: muitos textos de notícias incluem
pequenos trocadilhos no final ou uma futilidade dita por um transeunte. “Dunga
disse que gosta de sorrir”, disse um repórter sobre o técnico da seleção
brasileira. Com frequência, alguns poucos segundos são dedicados a notícias
perturbadoras, como a revelação de que São Paulo manteria dados operacionais
sobre a gestão de águas do Estado em segredo por 25 anos, enquanto minutos
inteiros são gastos em assuntos como “o resgate de um homem que se afogava
causa espanto e surpresa em uma pequena cidade”.
O restante da noite foi preenchido
com novelas, a partir das quais se pode aprender que as mulheres sempre usam
maquiagem pesada, brincos enormes, unhas esmaltadas, saias justas, salto alto e
cabelo liso. (Com base nisso, acho que não sou uma mulher.) As personagens
femininas são boas ou ruins, mas unanimemente magras. Elas lutam umas com as
outras pelos homens. Seu propósito supremo na vida é vestir um vestido de
noiva, dar à luz a um bebê loiro ou aparecer na televisão, ou todas as opções
anteriores. Pessoas normais têm mordomos em suas casas, que são visitadas por
encanadores atraentes que seduzem donas de casa entediadas.
Duas das três atuais novelas falam
sobre favelas, mas há pouca semelhança com a realidade. Politicamente, elas têm
uma inclinação conservadora. “A Regra do Jogo”, por exemplo, tem um personagem
que, em um episódio, alega ser um advogado de direitos humanos que trabalha
para a Anistia Internacional visando contrabandear para dentro dos presídios
materiais para fabricação de bombas para os presos. A organização de defesa se
queixou publicamente disso, acusando a Globo de tentar difamar os trabalhadores
de direitos humanos por todo o Brasil.
Apesar do nível técnico elevado da
produção, as novelas foram dolorosas de assistir, com suas altas doses de
preconceito, melodrama, diálogo ruim e clichês.
Mas elas tiveram seu efeito. Ao final
do dia, eu me senti menos preocupada com a crise da água ou com a possibilidade
de outro golpe militar –assim como o leão apático e as mulheres vazias das
novelas. ***(Com informações de TNYT, Tradução de UOL Via Pragmatismo Político)
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