LULA ► TRINTA ANOS DE LULA ► OS OS HOMENS ADMIRAVEIS SEGUNDO ELE.

Publiquei ontem alguns trechos da entrevista de Lula à revista Playboy em julho de 1979 e fiz uma pequena provocação intelectual: "O sindicalista é o pai do homem". Acho que há mais trechos que os eleitores têm o direito de ler. Sacrifico-me por vocês. Como não está na Internet, tenho de digitá-los. Mas não me importo. Tudo pelo esclarecimento.
Os trechos que vocês lerão em vermelho são fortes, sim. Não fosse o Brasil, hoje, amigo de todas as ditaduras que há no planeta; não tivesse o governo Lula estendido o tapete vermelho para o um delinqüente como Mahamoud Ahmadinejad, censurado na ONU uma semana depois, com os votos de Rússia e China, mas sem o voto do Brasil; não tivesse flertado o Itaramaty, por vias oblíquas, até com o terrorismo das Farc, e a fala de Lula de 30 anos atrás não teria relevância. Mas, infelizmente, tem. Vamos lá.
(…)
Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?
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Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.
Playboy – A ação e a ideologia?
Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)
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Playboy – Alguém mais que você admira?
Lula [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.
Playboy – Diga mais…
Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.
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Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?
Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.
Playboy – E entre os vivos?
Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.
Playboy – Mais.
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Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.
Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?
Lula [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.
(…)
Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?
Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gene, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.
Que coisa, não? O único do grupo que não é um facínora, um assassino contumaz, um homicida frio, é Gandhi. Mas Gandhi, convenham, é a Portuguesa de Desportos das figuras ilustres da humanidade. Se a Portuguesa está em campo, e o adversário não é o nosso time, a gente torce pra quem?
Os outros… A referência a Hitler se presta a uma ironia sinistra: "O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer". Sem dúvida, o homem era o senhor do fogo…
Lula mudou? Digamos que alguns facínoras foram acrescentados à sua galeria: Ahmadinejad, Khadafi, Omar Hassan Ahmad al-Bashir (o genocida do Sudão)… Fidel, bem…, a múmia, rejeitada até pelo diabo, continua objeto de culto…
De todas as admirações, esta que diz pouco se importar com ideologia é, sem dúvida, a mais perigosa. Afinal, 30 anos depois daquela entrevista, indagado se não se incomodava em receber Ahmadinejad, que nega o holocausto dos judeus, promovido por Hitler – aquele que "tinha o fogo de se propor a fazer alguma coisa", Lula respondeu:
"Muito pelo contrário. Não estou preocupado com judeus nem com árabes. Estou preocupado com a relação do estado brasileiro com o estado iraniano. Temos uma relação comercial, queremos ter uma relação política".
O sindicalista, como se vê, era mesmo o pai do presidente.

Se você ainda não leu, leia também:

– LULA, O SEXO, OS ANIMAIS E AS VIÚVAS;– Lula e as mulheres: "O problema de mulher é você conseguir pegar na mão. Pegou na mão…" 

TRINTA ANOS DE LULA: OS HOMENS ADMIRÁVEIS

Publiquei ontem alguns trechos da entrevista de Lula à revista Playboy em julho de 1979 e fiz uma pequena provocação intelectual: "O sindicalista é o pai do homem". Acho que há mais trechos que os eleitores têm o direito de ler. Sacrifico-me por vocês. Como não está na Internet, tenho de digitá-los. Mas não me importo. […]

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Lula declarou admirar Hitler e Khomeini
GUSTAVO KRIEGER ; ELVIS CESAR BONASSA E ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Elogios feitos por Luiz Inácio Lula da Silva a Adolf Hitler e ao aiatolá Khomeini são uma das preocupações do comando da campanha presidencial do PT.
Lula declarou "admiração" pelos dois no início de sua carreira política.
Hitler foi o ditador alemão que comandou a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Khomeini liderou, em 1979, a revolução xiita (radicais mulçumanos) que derrubou o xá Reza Pahlevi do governo do Irã.
Em julho de 1979, quando era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista e articulava a criação do PT, Lula deu uma entrevista à revista Playboy, na qual citou os dois líderes como duas figuras políticas pelas quais ele nutria admiração.
Dedicação
O então sindicalista elogiou a "disposição, força e dedicação" de Hitler e afirmou: "O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer".
Sobre Khomeini, Lula disse: "Eu não conheço muita coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do xá foi um negócio sério".
A lista de figuras admiradas por Lula em 1979 incluia ainda Tiradentes, Gandhi, Che Guevara, Fidel Castro e Mao Tsé-Tung. Ele afirmou que não era "coincidência" o fato de todos eles terem lutado para derrubar governos.
Este tipo de declaração, que mostra o Lula radical do movimento sindical, preocupa a direção do PT, empenhada em vender uma imagem mais moderada nas eleições.
Ontem em Palmas (TO), o candidato petista disse que não se lembra de ter feito essas declarações à revista Playboy.
Desconhecimento
"Eu desconheço que haja entrevista da Playboy em que eu falo isso", disse Lula. Mas prometeu que vai procurar o exemplar da publicação que ainda tem guardado em sua casa para se certificar sobre suas declarações dadas a uma pergunta sobre pessoas de renome que admirava.
O líder petista não quis comentar também uma entrevista prestada pelo cartunista Ziraldo à mesma revista, em 80, quando disse que ouviu Lula dizer que das feministas ele só queria o sexo.
"É só perguntar ao Ziraldo se eu disse isso e sobre o que disse em um debate com mais de 500 mulheres no Rio de Janeiro", afirmou Lula.

Colaborou ABNOR GONDIN, da Agência Folha

 


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