AS DENÙNCIAS E A INCERTEZA DA META
FISCAL E SITUAÇÃO DO GOVERNO TEMER VAI CADA VEZ PIORANDO.
Publicado em 28 de ago de 2017
Para variar tivemos mais um mês
daqueles! Tanta coisa aconteceu nesse período tão curto que, lembrando de
alguns fatos, tem-se a impressão de que eles são de um longo passado e não de
algumas semanas atrás.
Começamos o mês tendo como centro das atenções a denúncia contra Michel Temer e, em alguns momentos, chegou a parecer certa a sua queda. Mas o jeitinho brasileiro de fazer política falou mais forte, e com a caneta (e dinheiro) na mão, o governo conseguiu mudar o cenário e, além de reverter o relatório na CCJ ainda conseguiu seu arquivamento na câmara.
Mas de fato, apesar de toda a bandalheira na política, o mercado financeiro se manteve animado. E já que em política continua impossível fazer qualquer previsão de médio ou longo prazo, vamos nos ater mais ao que influenciou a economia.
Dois fatos político/polícias motivaram muito o mercado – a aprovação da reforma Trabalhista e a condenação de Lula. A Reforma foi de grande importância porque trás mais competitividade as empresas e precisamos disso para ver a economia voltar a crescer. Mas também porque mostrou que o congresso está sim preocupado com a agenda de reformas e, possivelmente, independente do que aconteça com o governo, a agenda de reformas deve ter continuidade.
Já a condenação de Lula afasta um pouco do mercado o fantasma de mais populismo ditando a eleição de 2018. É fato que o nome de Lula é forte e por isso, somado a memória curta do brasileiro para política e políticos, ele sempre aparece como favorito nas pesquisas. Mas também é fato que sua rejeição é muito maior que sua popularidade.
Na economia a agenda também foi agitada. O IBC-BR, que funciona como uma prévia de PIB, voltou a apresentar números negativos. Por outro lado, tivemos criação de vagas de emprego positivas pelo terceiro mês consecutivo e a taxa de desemprego caiu pela primeira vez desde que começou seu ciclo de alta em 2014. Na verdade, a queda reflete o aumento de trabalhadores informais, mas de uma forma ou de outra, são mais trabalhadores recebendo pela prestação de serviços.
A inflação também continua em sua trajetória de queda surpreendendo com números ainda menores que os previstos pelo mercado. O IPCA de junho apresentou deflação, ou seja, veio 0,23% negativo. Foi a primeira variação negativa em 11 anos e, com isso, o índice acumulado em 12 meses está em 3%. A inflação de julho, que será divulgada nos próximos dias, é estimada em aproximadamente 0,10%. Caso o número se confirme o acumulado de 12 meses ficará abaixo da banda buscada pelo Banco Central (meta de 4,5% com variação de 1,5% para cima ou para baixo).
E a inflação baixa foi um dos principais motivos que levaram o Copom a voltar a intensificar a queda dos juros. A queda na reunião do fim de julho foi de 1% e com isso a SELIC caiu para 9,25%. O mercado também voltou a intensificar suas apostas na queda e voltaram a prever SELIC perto dos 7,5% ao fim de 2017.
Mas como nem tudo são flores, os gastos do governo e a baixa arrecadação levaram a equipe econômica a aumentar, de forma significativa, os impostos sobre os combustíveis. Possivelmente o aumento não seja suficiente e obrigue o governo a rever a meta fiscal, que já previa um rombo de R$139bi.
Bom, como sempre, o cenário não é fácil. Por outro lado, comparando-se com o que tínhamos a alguns anos atrás, podemos dizer que, apesar de ruim, há maior previsibilidade. E a expectativa é muitas vezes a força propulsora da melhora. Nos resta agora sobreviver até as eleições de 2018.
https://www.youtube.com/watch?v=bEjOx...
http://noticiaseinformacoes.com/
Começamos o mês tendo como centro das atenções a denúncia contra Michel Temer e, em alguns momentos, chegou a parecer certa a sua queda. Mas o jeitinho brasileiro de fazer política falou mais forte, e com a caneta (e dinheiro) na mão, o governo conseguiu mudar o cenário e, além de reverter o relatório na CCJ ainda conseguiu seu arquivamento na câmara.
Mas de fato, apesar de toda a bandalheira na política, o mercado financeiro se manteve animado. E já que em política continua impossível fazer qualquer previsão de médio ou longo prazo, vamos nos ater mais ao que influenciou a economia.
Dois fatos político/polícias motivaram muito o mercado – a aprovação da reforma Trabalhista e a condenação de Lula. A Reforma foi de grande importância porque trás mais competitividade as empresas e precisamos disso para ver a economia voltar a crescer. Mas também porque mostrou que o congresso está sim preocupado com a agenda de reformas e, possivelmente, independente do que aconteça com o governo, a agenda de reformas deve ter continuidade.
Já a condenação de Lula afasta um pouco do mercado o fantasma de mais populismo ditando a eleição de 2018. É fato que o nome de Lula é forte e por isso, somado a memória curta do brasileiro para política e políticos, ele sempre aparece como favorito nas pesquisas. Mas também é fato que sua rejeição é muito maior que sua popularidade.
Na economia a agenda também foi agitada. O IBC-BR, que funciona como uma prévia de PIB, voltou a apresentar números negativos. Por outro lado, tivemos criação de vagas de emprego positivas pelo terceiro mês consecutivo e a taxa de desemprego caiu pela primeira vez desde que começou seu ciclo de alta em 2014. Na verdade, a queda reflete o aumento de trabalhadores informais, mas de uma forma ou de outra, são mais trabalhadores recebendo pela prestação de serviços.
A inflação também continua em sua trajetória de queda surpreendendo com números ainda menores que os previstos pelo mercado. O IPCA de junho apresentou deflação, ou seja, veio 0,23% negativo. Foi a primeira variação negativa em 11 anos e, com isso, o índice acumulado em 12 meses está em 3%. A inflação de julho, que será divulgada nos próximos dias, é estimada em aproximadamente 0,10%. Caso o número se confirme o acumulado de 12 meses ficará abaixo da banda buscada pelo Banco Central (meta de 4,5% com variação de 1,5% para cima ou para baixo).
E a inflação baixa foi um dos principais motivos que levaram o Copom a voltar a intensificar a queda dos juros. A queda na reunião do fim de julho foi de 1% e com isso a SELIC caiu para 9,25%. O mercado também voltou a intensificar suas apostas na queda e voltaram a prever SELIC perto dos 7,5% ao fim de 2017.
Mas como nem tudo são flores, os gastos do governo e a baixa arrecadação levaram a equipe econômica a aumentar, de forma significativa, os impostos sobre os combustíveis. Possivelmente o aumento não seja suficiente e obrigue o governo a rever a meta fiscal, que já previa um rombo de R$139bi.
Bom, como sempre, o cenário não é fácil. Por outro lado, comparando-se com o que tínhamos a alguns anos atrás, podemos dizer que, apesar de ruim, há maior previsibilidade. E a expectativa é muitas vezes a força propulsora da melhora. Nos resta agora sobreviver até as eleições de 2018.
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