Publicado em 23 de ago de 2017
O tempo está se esgotando para o procurador-geral Rodrigo Janot, que acelerou o ritmo de trabalho em seu gabinete de olho no dia 17 de setembro, quando acaba seu mandato.
A segunda denúncia contra Michel Temer, por obstrução da Justiça, está praticamente fechada mas pode ser fortalecida pela delação de Lúcio Funaro, cujas tratativas serão retomadas esta semana.
Janot, segundo fontes do MPF, Janot pretende estabelecer uma triangulação entre Geddel Vieira Lima para turbinar a denúncia.
Venha ela esta semana ou nos próximos dias, Temer sabe que enfrentará uma situação bem mais difícil na Câmara, onde a base agora perdeu a coesão: os tucanos mergulharam numa briga de foice no escuro e o Centrão está nos cascos, cobrando retaliações e mais concessões de um governo que já entregou todos os anéis para escapar da primeira denúncia.
Para neutralizar Janot, Temer encomendou aos aliados no Senado um mapeamento dos pedidos de impeachment contra o procurador-geral, como se nesta altura do mandato ele temesse enfrentar um processo desta natureza.
Mas isso tem uma segunda utilidade: justificar o engavetamento dos pedidos de impeachment contra Temer pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Ontem, em mais uma reunião fora de agenda, Temer encontrou-se com Maia e seus ministros palacianos Moreira Franco, Eliseu Padilha e Antonio Imbassahy, tucano que o Centrão quer defenestrar do Palácio.
Por mais que tentem, não conseguirão retomar a agenda de matérias de interesse do governo.
Nesta semana, toda a energia dos deputados será gasta na matéria que lhes interessa diretamente, a reforma eleitoral, que fixará regras para a eleição deste ano.
Distritão e Fundo Eleitoral continuarão sendo os assuntos da semana.
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