Imagem meramente ilustrativa. Crédito: Hans por Pixabay 2 mar, 2023
Uma equipe de físicos afirma ter extraído energia do vácuo, relata Quanta –
um truque que exigia que eles a teletransportassem de um local diferente usando
tecnologia quântica.
O trabalho se baseia em pesquisas anteriores do físico teórico
da Universidade de Tohoku, Masahiro Hotta, que em 2008 afirmou ter encontrado
uma maneira de produzir energia negativa, um aspecto aparentemente
contra-intuitivo da teoria quântica, dentro de um vácuo quântico.
Em termos simples, em vez de extrair algo do nada, a energia foi
‘emprestada’ de outro lugar, aproveitando a ideia do emaranhamento quântico, o
fato de duas partículas subatômicas poderem mudar de estado de acordo com a
outra, mesmo quando as duas estão separados por uma distância.
A pesquisa se mostrou-se controversa. Afinal, “você
não pode extrair energia diretamente do vácuo porque lá não há nada para dar“,
como disse ao site Quanta o físico teórico
da Universidade da Colúmbia Britânica, William Unruh.
Mas agora, mais de uma década depois, os ex-alunos de Hotta
estão retomando de onde o físico teórico parou, trabalhando em novas maneiras
de extrair energia do vácuo, criando efetivamente energia negativa – ou pelo
menos, essa é a implicação.
Conforme detalhado em uma pré-impressão publicada no início
deste ano, o ex-aluno de Hotta e pesquisador de computação quântica na Stony
Brook University, Kazuki Ikeda, e sua equipe usaram a plataforma de computação
quântica da IBM para verificar se em seu experimento ele foi capaz de persuadir
um vácuo quântico a cair abaixo de sua energia do estado fundamental, ou seu
estado de energia mais baixo possível, também conhecido como energia de ponto
zero.
O trabalho surge menos de um ano depois que Eduardo
Martín-Martínez, físico teórico da Universidade de Waterloo, e seus colegas
alegaram ter conseguido extrair energia do vácuo e liberá-la em outro lugar
dentro de um sistema quântico.
Como Hotta disse ao Quanta,
porém, ele não está totalmente satisfeito com esses resultados, argumentando
que eram simplesmente simulações quânticas, nas quais os estados fundamentais
dos sistemas estavam sendo pré-programados e diferiam dos campos quânticos
naturais que encontramos em todo o universo.
Especialistas,
no entanto, argumentam que pode haver alguns benefícios tangíveis em poder
teletransportar energia de maneira confiável pelo espaço. Por exemplo,
poderíamos tornar os computadores quânticos mais estáveis e, em geral, aprofundar
nossa compreensão do papel que a energia desempenha no mundo quântico.
Mas
ainda há muito trabalho a ser feito até chegarmos perto desse ponto – apenas
começamos a explorar o mundo muitas vezes desconcertante e contra-intuitivo da
física quântica.
(Fonte)
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