Terra Brasil Notícias março 30, 2023 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Chance de não atingir limite fixado para
inflação é de 83%. Roberto Campos Neto afirmou que está “suavizando” condução
da política monetária
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse, nesta quinta-feira (30/3), que “se fosse cumprir a meta de inflação em 2023, teria que ter juro de 26,5%”.
Ele observou que, nesse sentido, “esta fazendo um processo de suavização” para atingir o alvo.
A
afirmação foi feita durante entrevista coletiva, na apresentação do Relatório
Trimestral de Inflação do BC.
A meta de inflação para este ano foi fixada em 3,25%, com oscilação, para cima ou para baixo, de 1,5 ponto percentual.
Ou seja, isso resulta em um intervalo superior máximo de 4,75%.
“É óbvio que a
gente sabe que isso (atingir os 4,75%) é impossível”, disse Campos Neto.
O BC estima que a inflação em 2023 ficará em 5,78%.
Assim, de acordo com o próprio órgão, a possibilidade de descumprimento
da meta é de 83%.
Na coletiva, o presidente do BC também criticou interpretações feitas nos últimos dias sobre a ata do Comitê de Política Monetária(Copom).
No documento, o Copom explica por que decidiu manter
os juros básicos do Brasil, a taxa Selic, em 13,75% ao ano, em reunião
realizada na quarta-feira (22/3).
Em resposta às frequentes críticas da esquerda a Campos Neto, ele considerou que, nesse caso, está havendo uma “politização de uma linguagem muito técnica”.
Ao ser questionado sobre o trecho do documento que diz que o BC “não hesitará” em retomar o ciclo de ajuste se a desinflação não ocorrer, ele observou:
“A menção de alta de juro na ata vinha desde
setembro, de antes da eleição”.
Metrópoles
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