25 PÓDIOS HISTÓRICOS NA FÓRMULA 1.

 

A cerimónia do pódio oferece por vezes imagens insólitas ou inesquecíveis, como no Grande Prémio da Austrália de 1993 que marcou o fim das hostilidades entre Senna e Prost (imagem acima). 

Agora que a disciplina voltou a pausar durante alguns fins-de-semana, partilhamos uma selecção de 25 pódios que, por várias razões, marcaram a história da Fórmula 1.   #1 – GP da Alemanha (1957) – A obra prima de Fangio

A última e provavelmente a mais bela vitória de Juan Manuel Fangio. No circuito do Nürburgring, o maestro estava noutra dimensão, merecendo a admiração dos seus rivais no pódio, Mike Hawthorn e Peter Collins.

#2 – GP da Bélgica (1962) – A primeira vitória de Jim Clark

Apesar da pole position de Graham Hill, este grande prémio viu a primeira vitória de Jim Clark na F1 (numa prova a contar para o campeonato). E se olharmos para a imagem deste pódio da direita para a esquerda, estão reunidos os campeões de 1961 (Phil Hill), 1962 (Graham Hill) e 1963 (Jim Clark).

#3 – GP do Máxico (1964) – Surtees campeão

O vencedor foi Dan Gurney, mas foi John Surtees quem ficou mais feliz nesse pódio, pois o segundo lugar (conquistado com a preciosa ajuda do colega de equipa, Lorenzo Bandini) foi suficiente para se sagrar campeão do mundo, depois de um título mundial nas motas!

#4 – GP da Bélgica (1967) – Dan Gurney entre Jack Brabham e Bruce McLaren

Depois de Jack Brabham, o piloto norte-americano também conseguiu conquistar uma vitória enquanto piloto-construtor (à frente de Chris Amon e Jackie Stewart), apesar da equipa não ter o seu nome (Eagle). No ano seguinte, no mesmo circuito, será a vez de Bruce McLaren fazer história.

#5 – GP da Alemanha (1968) – Stewart domina o inferno verde

“Se um piloto disser que não tem medo no Ring, ou está a mentir ou não está a andar rápido o suficiente para perceber o que é o Ring”. Esta frase foi pronunciada pelo piloto que venceu no Nürburgring, depois de arrancar da sexta posição e ter enfrentado uma chuva diluviana: Sir Jackie Stewart. No pódio, os futuros campeões 1968 (Graham Hill), 1969 (Stewart) e 1970 (Jochen Rindt).

#6 – GP da Alemanha (1970) – A última vitória de Rindt

Esta imagem ilustra bem a parte final da temporada de 1970: Jochen Rindt na liderança, mas com Jacky Ickx bem perto da liderança. E de facto, após o trágico acidente de Monza, que vitimou o austríaco um mês depois, Ickx foi o piloto com mais hipóteses de se sagrar campeão nesse ano. Mas Rindt acabou mesmo por ser campeão do mundo, o único a título póstumo.

#7 – GP da da Áustria (1975) – “Com chuva modere a felicidade”

Foi com esta corrida, interrompida por causa das condições meteorológicas, que Vittorio Brambilla conseguiu a sua primeira (e única) vitória na Fórmula 1. A alegria foi tão grande que, ao passar a bandeira axadrezada, o piloto italiano levantou os dois braços, perdendo o controlo do seu March-Ford e embatendo contra os rails de segurança…

#8 – GP do Canadá (1978) – Cerveja em vez de Moët & Chandon

Em vez do tradicional champanhe, Gilles Villeneuve optou por celebrar a sua primeira vitória na Fórmula 1… com cerveja, cuja marca era igualmente uma patrocinadora do piloto canadiano. Foi a primeira edição do grande prémio do Canadá no circuito de Montreal, hoje circuito Gilles Villeneuve.

#9 – GP da Suécia (1978) – Uma vitória inspirada

Respondendo aos Lotus 79, os Brabham-Alfa Romeo BT46 chegaram ao circuito de Anderstorp com uma ventoinha enorme na traseira que fixava o monolugar ao chão. Com esta inovação (projetada pelo genial Gordon Murray), Niki Lauda obteve uma vitória fácil antes de ver a “engenhoca” ser declarada ilegal.

#10 – GP de San Marino (1982) – A ruptura entre Villeneuve e Pironi

Gilles Villeneuve liderava a corrida, seguido de Didier Pironi, o colega de equipa. Mas apesar da indicação “SLOW” dada pela Scuderia para garantir a dobradinha, o francês desobedeceu e acabou por ultrapassar Villeneuve. A alegria dos tiffosi contrastava com a raiva bem visível do piloto canadiano que, sentindo-se traído pelo colega e amigo, só pensava em vingança. Nas qualificações do grande prémio seguinte, em Zolder, Villeneuve, acabaria por sofrer um acidente que lhe seria fatal.

#11 – GP de França (1982) – À grande e à francesa

As quatro primeiras posições conquistadas por quatro franceses (Arnoux, Prost, Pironi e Tambay), dobradinha de uma equipa francesa (Renault), com pneus franceses (Michelin), no grande prémio de França! Mas a dobradinha acabou por deixar um sabor agridoce na equipa: Arnoux tinha a indicação da equipa para deixar passar Prost, mais bem colocado no campeonato, mas preferiu desobedecer, deixando o seu colega de equipa furioso.

#12 – GP de Portugal (1984) – Meio ponto que faz toda a diferença

Foi no circuito do Estoril que Niki Lauda obteve o seu terceiro e último título mundial, com uma diferença de meio ponto em relação ao seu companheiro de equipa na McLaren, Alain Prost, vencedor da prova. A completar o pódio, um jovem promissor, que também viria a ser companheiro de equipa do francês na McLaren: Ayrton Senna…

#13 – GP de Itália (1988) – Esta foi para Enzo

A temporada de 1988 ficou marcada pelo domínio absoluto dos McLaren, mas também pelo falecimento de Enzo Ferrari a 14 de Agosto. Quase um mês depois da morte do Commendatore, a Scuderia Ferrari conseguiu uma dobradinha com Gerhard Berger e Michele Alboreto em Monza, sendo esta a única vitória que escapou à McLaren.

#14 – GP dos Estados Unidos (1991) – Senna rodeado de “amigos”

Esta 27ª vitória de Ayrton Senna permitiu-lhe ser o primeiro piloto a conquistar os 10 pontos atribuídos ao vencedor a partir de 1991. Permitiu-lhe também ter uma cerimónia do pódio na companhia de Prost, Piquet e do Presidente da FISA, Jean-Marie Balestre. Todos eles, “grandes amigos” de Senna, como é sabido…

#15 – GP de Espanha (1993) – 14 títulos mundiais

Senna, Prost e Schumacher no mesmo pódio. Palavras para quê?

#16 – GP da Europa (1994) – A nova era

Depois da era Prost, Piquet, Senna e Mansell (que ainda disputou algumas corridas de modo mais pontual em 94 e 95), seguia-se uma nova era em que Hill, Schumacher e Hakkinen seriam os principais protagonistas.

#17 GP da Europa (1997) – O último título da Williams

Depois do golpe (falhado) de Schumacher, Jacques Villeneuve conseguiu seguir em frente dando-se ao luxo de oferecer a primeira vitória a Mika Hakkinen e o segundo lugar a David Coulthard. Este grande prémio marcava também o fim do domínio da Williams-Renault ao longo da década de 90.

#18 GP da Bélgica (2000) – Que ultrapassagem!

Este grande prémio ficou marcado por uma das mais belas ultrapassagens da história da Fórmula 1, com Hakkinen a aproveitar a presença de Ricardo Zonta para ultrapassar Michael Schumacher. No pódio, o piloto finlandês celebra a vitória entre os manos Michael e Ralf.

#19 GP do Brasil (2003) – O pódio caótico

Os acidentes de Mark Webber e Fernando Alonso provocaram o fim prematuro da corrida. Seguiu-se uma grande confusão, já que ninguém sabia quem era o vencedor da prova: Räikkönen ou Fischella. Nem o Jordan do italiano aguentou o suspense, incendiando-se de repente aos pés do pódio. Räikkönen acabou por ser declarado vencedor, subindo ao lugar mais alto, ao lado do injustiçado Fisichella e no terceiro lugar… ninguém. Alonso, ficara em terceiro, mas estava demasiado atordoado para se juntar a eles. Poucos dias depois, Fisichella acabou por ser declarado vencedor da prova, recebendo o troféu da vitória das mãos de Räikkönen, numa cerimónia organizada em Imola.

#20 – GP de San Marino (2005) – “A star is born”

Com duas vitórias na Malásia e no Bahrein, Fernando Alonso chegava a Imola com uma larga vantagem no campeonato. Mas será que o jovem piloto espanhol estaria a altura num duelo “mano a mano” contra o Kaiser, o Barão Vermelho, o heptacampeão do mundo, Michael Schumacher? A resposta, afirmativa, foi dada nas últimas voltas do Grande Prémio de San Marino.

#21 – GP do Japão (2005) – A “remontada” de Iceman

Depois de umas qualificações perturbadas pela chuva, os pesos pesados da altura foram atirados para o fundo da grelha de partida: Michael Schumacher em 14º, o já campeão do mundo Fernando Alonso em 16º, Juan Pablo Montoya em 18º. Mas foi Kimi Räikkönen, que partiu da 17º posição, quem conseguiu o melhor resultado final, com uma vitória arrancada na última volta.

#22 – GP do Brasil (2008) – O vencedor mais triste da história

Felipe Massa disputou o campeonato com Lewis Hamilton até aos últimos metros da última corrida. O brasileiro fez tudo como devia ser: conquistou a pole position, venceu a corrida e foi (virtualmente) campeão do mundo… mas só durante uns segundos, até Hamilton ultrapassar Timo Glock, garantindo assim os pontos necessários para vencer o campeonato. No pódio, Massa não conseguia disfarçar a sua tristeza e frustração.

#23 – GP da Europa (2012) – O último pódio de Michael Schumacher

Três campeões do mundo no pódio, vencedores de todos os campeonatos entre 2000 e 2007. O regressado Räikkönen confirmava estar em boa forma depois de dois anos nos ralis, Alonso conquistava uma das suas vitórias preferidas perante o público espanhol e Michael Schumacher subia ao pódio pela última vez na carreira, aos 43 anos de idade.

#24 – GP da Malásia (2013) – “Multi 21, Seb!”

Mark Webber liderava a corrida, seguido do seu “colega” de equipa, Sebastian Vettel, campeão do mundo em título. As ordens da equipa eram de manter as posições (“Multi 21” significando o carro nº 2 à frente do nº 1), mas o alemão desobedeceu e ultrapassou Webber que mostrou claramente a sua insatisfação, antes, durante e depois do pódio.

#25 – GP do Mónaco (2019) – Auf Wiedersehen Niki

O ambiente no principado estava algo pesado. A Fórmula 1 tinha acabado de perder um dos maiores pilotos da sua história: Niki Lauda, três vezes campeão do mundo. No pódio, Lewis Hamilton (que tinha ido para a Mercedes, precisamente, pela mão de Lauda) assim como os outros pilotos, Sebastian Vettel e Valtteri Botas homenagearam o piloto austríaco com um boné vermelho na cabeça, um acessório associado a Lauda desde aquele acidente de 1976 no Nürburgring.

Bónus

Com o devido respeito por Damon Hill e Ron Dennis, ter lendas como Senna, Schumacher e Fangio num pódio é qualquer coisa!


Alain Prost Bruce McLaren Dan Gurney David Coulthard Didier Pironi Fernando Alonso Ferrari Filipe Massa Fórmula 1 Gerhard Berger Gilles Villeneuve Jack Brabham Jackie Stewart Jacky Ickx Jacques Villeneuve Jim Clark Jochen Rindt John Surtees Juan Manuel Fangio Juan Pablo Montoya Kimi Räikkönen Mark Webber McLaren Niki Lauda Sebastian Vettel Valtteri Bottas Vittorio Brambilla Williams

https://www.jornaldosclassicos.com/2024/10/05/25-podios-historicos-na-formula-1/




QUANDO SENNA ASSINOU PELA FERRARI.


Ayrton Senna, piloto da Ferrari. 

O capacete amarelo sobressaindo do automóvel vermelho. 


Nunca se tornou realidade, mas foi por pouco, muito pouco. 


Numa altura em que os campeonatos são dominados, pela McLaren e a Williams, pilotar pela Ferrari continua, ainda assim, a ser o sonho de qualquer piloto de Fórmula 1 e Senna não é excepção. 


Por seu lado, a equipa de Maranello sabe que só poderá regressar às vitórias se tiver os melhores pilotos e Ayrton Senna é obviamente um deles…

 

Em 1989 Cesare Fiorio é nomeado director desportivo da Scuderia Ferrari. Depois de ter levado a Lancia aos triunfos nos ralis, é-lhe confiada a missão de fazer o mesmo com a Scuderia Ferrari. 


Para isso, é mandatado para constituir uma equipa com os melhores profissionais e, claro, os melhores pilotos.

 

Assim, logo a seguir ao Grande Prémio do Mónaco desse ano, Fiorio começa a sondar Senna para saber do seu interesse em pilotar para a Ferrari já no próximo ano. 


Invocando o seu vínculo contratual com a McLaren até o final de 1990, as negociações ficam adiadas. 


Fiorio não consegue trazer Senna, mas consegue trazer Prost, o qual fará equipa com Nigel Mansell para a próxima época. 


Esta dupla contentaria qualquer equipa, mas ainda assim, a Ferrari não desiste de Senna.

 

Após o Grande Prémio do Brasil de 1990, Alain Prost, vencedor da prova, bem como o resto da equipa deixam o circuito de Interlagos rumo a Itália, excepto Cesare Fiorio, que fica em São Paulo. No dia seguinte, reúne-se em casa de Senna para falar do futuro, mais concretamente das épocas de 1991 e 1992. 


O interesse manifestado pelo piloto brasileiro em pilotar um Ferrari e a concordância quanto aos principais aspectos duma eventual colaboração, deixam Fiorio confiante de que poderá contar com Ayrton Senna na Ferrari a partir do próximo ano. 

 

Nem a reedição de uma “parceria” com Alain Prost incomodara o piloto brasileiro.

 

As conversações prosseguem na quinta-feira que antecede o Grande Prémio de França. 


Antes de ir para o circuito do Castellet, Fiorio faz um desvio pela residência de Senna no Mónaco para tratar dos últimos pormenores do futuro contrato. 


A vitória de Prost no domingo demonstra uma vez mais a competitividade do Ferrari 641 e conforta Senna quanto à sua escolha para o próximo ano. 


Na segunda-feira seguinte, a sede da Ferrari recebe um fax: trata-se de um pré-acordo assinado por Ayrton Senna que coloca no papel o entendimento formulado oralmente entre este e Cesare Fiorio durante as reuniões anteriores.

 O Ferrari 641 de 1990, evolução do 640 do ano anterior concebido por John Barnard, pioneiro nas mudanças semi-automáticas ao volante, começa a devolver alguma alegria aos tiffosis


Internamente, muitos querem capitalizar sobre esse sucesso e ganhar algum protagonismo. 


Para Cesare Fiorio, o presidente da Ferrari é um deles: “Era um burocrata que sofria por não estar sob os holofotes”. 


Agora que a equipa regressava às vitórias, Piero Fusaro precisava de afastar Fiorio para ficar com os louros dos novos sucessos. 


Assim, informa Prost das diligências levadas a cabo por Fiorio para recrutar o seu ilustre rival brasileiro, o que desagradou, e muito, ao piloto francês e desencadeando um conflito entre piloto e director desportivo.

Invocando uma desculpa com os patrocinadores, Piero Fusaro cancela as negociações com Senna, desautorizando assim Cesare Fiorio que não vê outra saída senão a demissão, levando com ele o pré-acordo assinado por Senna que permanece então na McLaren e conquista o seu terceiro título em 1991. Na Scuderia o ambiente está eléctrico e Prost acabará despedido por ter comparado o seu Ferrari a um camião.

 

Chegamos a 1994, Senna é piloto da Williams-Renault e a Ferrari é agora dirigida por Luca di Montezemolo e a direcção desportiva é confiada a Jean Todt. 


Mudaram os nomes mas permanece a vontade de contratar Senna. 


Poucos dias antes do fatídico Grande Prémio de Imola, Ayrton Senna reúne-se com di Montezemolo em casa deste, no dia 27 de Abril. 


Nessa reunião, reiteram-se as vontades recíprocas de colaboração, remetendo para um próximo encontro a resolução dos últimos aspectos de um eventual contrato. 


Todos sabemos o que aconteceu no domingo seguinte. 


Infelizmente, o mito Senna e o mito Ferrari nunca se juntaram.

 https://www.jornaldosclassicos.com/2024/01/20/quando-senna-assinou-pela-ferrari/


EM DESTAQUE

A HISTÓRIA DO " LINDNER *PORSCHELI* COUPÉ, O 356 DE QUATRO LUGARES.

  Dois irmãos gémeos, Knut e Falk Reimann, trabalhavam antes Segunda Guerra Mundial na Lindner Karosserie, em Dresden.  Após o fim da guerra...

POSTAGENS MAIS ACESSADAS