- Por:Victor Bianchin / Xataka 23 set2025
Sabíamos que o café era bom para a saúde, mas agora descobrimos que ele é um grande aliado da nossa microbiota.
Por
seu conteúdo de fibras e outras propriedades, o café ativa certas bactérias
intestinais necessárias para que o corpo realize funções básicas.
Durante anos, o café não teve uma boa reputação. Muitas vezes, a vilã da história era a cafeína, não o café em si.
Embora as evidências tenham conseguido desmentir isso, ainda existem muitos mitos sobre a cafeína e seus efeitos.
Mas algo que a
ciência também vem mostrando é o efeito benéfico do café sobre o organismo.
Um dos estudos mais recentes associa o café à microbiota intestinal.
Segundo a pesquisa, a bebida favorece o
crescimento de bactérias em nosso corpo. E isso cumpre uma função vital.
A comunidade microbiana do café
Como dissemos, diferentes estudos sobre o café permitiram descobrir seus efeitos benéficos no tratamento de doenças cardiovasculares, do diabetes e para ajudar os rins. Paralelamente, já se havia observado uma relação entre o consumo de café e o aumento de certas bactérias intestinais, mas os estudos eram em pequena escala.
Agora, na Nature Microbiology, foi publicado um estudo que investigou a sequência genômica dos microrganismos intestinais de mais de 22.000 pessoas no Reino Unido e nos Estados Unidos.
Os pesquisadores descobriram que os consumidores de café
tinham uma microbiota diferente, com bactérias intestinais como a Lawsonibacter asaccharolyticus oito vezes mais abundantes do que na daqueles que não
ingerem esse alimento.
Não se limita a essa bactéria, já que também foram observados
aumentosde Firmicutes, Actinobacteria, Prevotella, Faecalibacterium e Bifidobacterium, todas associadas a efeitos metabólicos benéficos, como uma maior
produção de ácidos graxos de cadeia curta.
Isso significa que, graças aos polifenóis e à
fibra solúvel que contém, o café produz efeitos prebióticos que influenciam
diretamente o crescimento de bactérias benéficas.
As bactérias do microbioma
intestinal desempenham funções como facilitar a digestão, fortalecer o sistema
imunológico, regular a inflamação e proteger contra patógenos e doenças.
Efeitos muito diretos disso incluem a produção de vitaminas e enzimas que não
são obtidas pelos alimentos, facilitar a digestão de compostos como fibra e
amido e regular o sistema imunológico para diferenciar organismos nocivos de
benignos.
Quatro xícaras
A questão da tolerância que cada pessoa tem ao café é importante, porque existe
um “limite” na quantidade de cafeína que podemos consumir por dia para nos
manter dentro de um segmento saudável, mas isso depende muito de cada indivíduo.
O bom é que esses efeitos
positivos na microbiota foram observados tanto no café “normal” quanto no
descafeinado. Se se acrescenta leite, a quantidade de polifenóis pode ser
levemente reduzida, mas o balanço ainda é positivo. O que não se deve adicionar
é açúcar, pois aí estaríamos causando mais mal do que bem.
Mas, se o café for descafeinado, é preciso ficar atento ao processo utilizado. Nem todos os cafés descafeinados são iguais, porque existem várias formas de remover a cafeína, e nem todas são igualmente saudáveis.
Tanto é que alguns métodos estão
sob observação de organizações como a FDA dos Estados Unidos.
https://www.xataka.com.br/ciencia/sabiamos-que-cafe-era-bom-para-a-saude-agora-descobrimos-que-ele-e-um-grande-aliado-da-nossa-microbiota

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