CLIQUE Confira as tochas usadas em outras Olimpíadas
1936
1948
1952
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1964
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1968
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Berlim 1936
O primeiro revezamento de tocha foi feito nos Jogos de Berlim. Desenhada pelo escultor Walter Lemcke e produzida pela siderúrgica Freidrich Krupp, 3.840 tochas foram feitas para 3.331 corredores.
Dois fusos distintos serviam de garantia para que a chama pudesse ser facilmente acesa, caso ela se apagasse. A peça de aço inoxidável tinha 27 cm e pesava 450g.
Londres 1948
A última vez que os Jogos Olímpicos foram realizados na Grã-Bretanha foi em 1948.
A tocha foi desenhada por Ralph Lavers, um admirador da arquitetura clássica. Ele precisava criar algo barato e bonito que atravessaria toda a Europa. Dois tipos foram desenhados: um de alumínio - com peças de naftalina no seu interior - e outra para o trecho final no estádio com uma chama de magnésio em um recipiente de aço inoxidável, para que ela pudesse ser vista na luz do dia.
Oslo 1952
O primeiro revezamento de tocha em uma Olimpíada de Inverno não foi na Grécia, mas sim em Morgedal, na Noruega, que é berço do slalom e do salto de esqui. Tochas já eram usadas há séculos na Noruega como forma de iluminação noturna no esqui. Esse conceito foi levado a Oslo. As 95 tochas produzidas tinham um cabo de 23 cm sob uma figura em forma de arco oval e uma flecha que representava a união entre Morgedal e Oslo.
Helsinki 1952
Apenas 22 tochas foram feitas, em vez das centenas que se costumava fabricar. Para manter a chama acesa, foram criados 1.600 recipientes com gás. Homens corriam com a tocha por um quilômetro, e as mulheres por um trecho um pouco mais curto. As tochas eram passadas de mão em mão e trocadas por uma nova peça cheia de gás a cada 20 minutos.
No topo, havia um adorno de 600g de prata. As tochas foram repassadas para organizações olímpicas e esportivas após os Jogos.
Cortina d'Ampezzo 1956
A chama olímpica dos Jogos de Inverno da Itália foi acesa no Templo de Júpiter do Capitólio, uma das sete colinas de Roma. Isso aconteceu porque a capital italiana havia sido escolhida para sediar os Jogos de Verão de 1960.
A primeira pessoa a carregar a tocha foi o corredor Adolfo Consolini. Parte do revezamento foi feito sob patins.
Melbourne 1956
O desenho de Ralph Lavers para os Jogos de 1948 foi a inspiração das tochas de Melbourne. Como alguns eventos de hipismo foram realizados em Estocolmo, a tocha passou pela Suécia e pela Austrália. Em solo australiano, a tocha enfrentou enchentes e estradas de chão batido que quase extinguiram a chama reserva. Os tempos estimados para cada corredor completar os trechos variavam muito, à medida em que eles enfrentavam temperaturas diferentes. A tocha finalmente chegou a Melbourne depois de ser carregada por 3.118 corredores ao longo de 20.470 km.
Squaw Valley 1960
A Disney foi responsável pela organização das solenidades dos Jogos de Inverno da Califórnia. Um dos seus idealizadores, John Hench, desenhou a tocha. Ele manteve o mesmo conceito usado em Londres e Melbourne.
Roma 1960
O design afilado, em forma de flauta, da tocha de 580g de alumínio revestida em bronze, foi inspirado nos archotes existentes nos monumentos da Roma antiga. O revezamento foi feito a partir da Grécia, seguindo uma rota usada na antiguidade e que acabou dando origem à fundação de colônias na Sicília e na península italiana, que fizeram parte da Magna Grécia.
Innsbruck 1964
A tocha foi usada pelo ex-esquiador Joseph Rieder, atleta dos Jogos de Inverno de 1956, para acender a pira olímpica. Os jogos de Innsbruck foram marcados pela morte de dois atletas durante uma sessão de treino e também pela falta de neve.
Tóquio 1964
Da cidade de Olímpia a tocha viajou até Tóquio por mar, ar e terra. Em território japonês, a chama foi dividida em quatro tochas que viajaram por quatro diferentes roteiros até serem reunidas novamente em uma única chama. O último portador da tocha foi Yoshinori Sakai, nascido em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, dia em que a cidade foi alvo da bomba atômica. Foi ele quem acendeu a pira. No momento em que a tocha entrou no estádio pôde ser sentido o perfume de crisântemos, liberado por borrifadores colocados sob as arquibancadas.
Grenoble 1968
A passagem da tocha feita de bronze e aço pela França foi marcada por vários acontecimentos. Seu portador cruzou a montanha Puy de Sancy literalmente engatinhando, debaixo de uma forte tempestade de neve que caiu no começo de janeiro. Em Marselha, a tocha foi levada pelo porto antigo da cidade por um mergulhador que a manteve acima da água para evitar que se apagasse.
Cidade do México 1968
As três mil tochas utilizadas tinham na parte superior uma imagem em 3-D do logo das Olimpíadas de 68. O roteiro do revezamento seguiu a rota feita por Cristóvão Colombo ao cruzar da Europa para descobrir o Novo Mundo, onde, pela primeira vez na história dos Jogos, a pira foi acesa por uma mulher, Enriqueta Basileo. O combustível sólido utilizado para manter a chama acesa nas tochas era muito volátil e acabou provocando pequenas explosões que causaram queimaduras em alguns dos portadores.
Sapporo 1972
A tocha levada através do Japão por jovens entre 11 e 20 anos foi novamente dividida para seguir diferentes roteiros e poder ser vista pelo maior número de pessoas possível. A tocha, feita de uma liga de alumínio, tinha um queimador em forma de panela, com 55cm. Ela foi idealizada pelo designer Munemichi Yanagi - criador do famoso banco em forma de borboleta - como uma miniatura da pira olímpica.
Munique 1972
Os famosos bonecos-palito em poses de atletas criados por Otl Aicher acabaram se tornando extremamente populares nestas olimpíadas. A tocha a gás foi feita de aço cromado e era composta de três partes acopladas – suporte, base e tubo queimador. O equipamento foi testado sob condições climáticas extremas – incluindo a simulação de chuva forte, mas não submetido a forte calor – exatamente como ocorre em partes do roteiro da Grécia até a Alemanha. Os organizadores acabaram tendo que utilizar tochas pressurizadas especiais para manter acesa a chama.
Innsbruck 1976
Assim como o design usado em Munique, esta tocha também exibia os aros olímpicos em relevo e foi usada para acender duas piras que simbolizavam a segunda visita dos Jogos Olímpicos de Inverno à cidade de Innsbruck. Ao deixar a Grécia, a tocha foi levada de avião a Viena e de lá percorreu a Áustria por dois diferentes roteiros, um pelo norte e outro pelo sul do país.
Montreal 1976
Como a tocha vai aparecer na televisão. Esta foi a maior preocupação dos designers Georges Huel e Michel Dallaire. Eles criaram uma tocha que tinha um suporte vermelho com um queimador preto e uma versão especial em preto e dourado. Pela primeira vez a chama foi transportada – de Atenas a Otawa – via satélite por um feixe de raio laser. Mas o combustível usado para manter acesa a tocha foi o tradicional azeite de oliva. Em 22 de julho, a chama da pira olímpica foi apagada por uma tempestade e foi acesa posteriormente por uma tocha reserva.
Lake Placid 1980
O design escolhido retornou ao estilo prato e suporte, mas pela primeira vez foi utilizada uma equipe de portadores reduzida, com apenas 26 homens e 26 mulheres, cada um de um Estado americano. Os escolhidos foram atletas que se destacaram em suas modalidades. Eles cruzaram o país seguindo a rota histórica feita pelos primeiros colonos de língua inglesa, passando por locais históricos.
Moscou 1980
Voltando a inovar, com algo diferente dos modelos anteriores, a tocha, fabricada em ouro e prata, tinha um prato em cima do queimador e o suporte era protegido por uma tela. Empresas da cidade de Leningrado fabricaram 6,2 mil tochas a gás criadas por Boris Tuchin. O design foi patenteado como uma invenção do Estado soviético e ganhou o número de registro 729414.
Sarajevo 1984
A tocha criada pela empresa japonesa de material esportivo Mizuno tinha uma plataforma e um fino tubo como queimador, onde se via o logo olímpico. O revezamento percorreu dois roteiros cruzando a Iugosláviala. Foi projetado para passar por grande parte do território de um país que cinco anos depois começaria a se desintegrar.
Los Angeles 1984
A tocha foi feita de alumínio torneado com acabamento em latão e suporte de couro. Ela exibia uma imagem do Memorial Coliseum, sede dos jogos realizados na cidade em 1984 e 1932. Mas o revezamento criou polêmica, pois os organizadores venderam o direito de carregar a tocha por cada quilômetro para corredores que pagassem US$ 3 mil, aborrecendo os gregos. Após duas horas de iniciado o revezamento, a URSS anunciou que não iria participar, decidindo boicotar os jogos, em represália ao boicote liderado pelos EUA quatro anos antes. Mas isso não impediu o sucesso do revezamento - que foi acompanhado por milhares de pessoas.
Calgary 1988
Com 1,7kg, a tocha foi considerada relativamente pesada. Ela foi feita na forma da torre de Calgary, um dos principais marcos da cidade, com o suporte feito em madeira de plátano, tradicional árvore do Canadá, e com o queimador em alumínio. Ela tinha gravado o lema olímpico Citius Altius Fortius – mais rápido, mais alto e mais forte. No suporte, imagens gravadas a laser representavam os 10 esportes olímpicos oficiais. O revezamento durou 88 dias e cruzou o país da costa leste até a cidade de Calgary, passando pelas 10 províncias e dois territórios canadenses.
Seul 1988
A tocha foi fabricada pela Korea Explosive Company Ltd e era feita de latão, plástico e tinha suporte de couro, com um design semelhante ao das anteriores. A tocha levava tradicionais desenhos coreanos, incluindo dois dragões que simbolizavam a harmonia entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. O revezamento foi feito em 22 dias, passando por 21 cidades, envolvendo 1.467 portadores que cobriram 4.167,8km, acompanhados por milhares de pessoas.
Albertville 1992
Este modelo de aço inoxidável marcou o começo da era moderna de design de tochas. Os franceses escolheram Phillipe Stark, conhecido internacionalmente por seus móveis e por ter feito um trabalho de restauração no apartamento do presidente Françoise Mitterrand.
Barcelona 1992
Andre Ricard, um designer industrial de Barcelona, fez um esforço para se diferenciar das outras tochas e incorporar um caráter mais "latino". O revezamento passou por 652 centros, inclusive com participação de ciclistas em cidades mais populosas. A pira olímpica foi acesa por uma flecha atirada pelo arqueiro para-olímpico Antonio Rebollo.
Lillehammer 1994
Pela primeira vez, os Jogos Olímpicos de Inverno e Verão passaram a ser realizados em anos alternados, a cada dois anos. A fina tocha foi feita para resistir aos ventos na descida de esqui e acender a pira na cerimônia em Lysgardsbakken.
Novamente uma chama foi acesa em Mordegal e revezada ao longo de 12 mil km. Mas os gregos reclamaram que a chama foi misturada a outra acesa em Olímpia. No final das contas, a pira foi acesa com este fogo, que viajou a Lillehammer.
Atlanta 1996
O desenho de Malcolm Grear mostra hastes atadas com um barbante, inspirado nas tochas antigas. Vinte e duas hastes de alumínio representam cada Jogo Olímpico. Com um cabo de madeira de nogueira, é a tocha mais comprida já usada em uma Olimpíada de Verão. Algumas alterações foram feitas porque algumas hastes derreteram, a chama era pouco visível e ela se apagou quando os gregos faziam o revezamento.
Nagano 1998
Feita de alumínio, esta tocha foi inspirada em uma tradicional tocha japonesa chamada Taimatsu, mas também incorporou elementos mais modernos. Um dos objetivos era torná-la mais ecológica, com queima limpa de gás propano. O hexágono no topo representava cristais de gelo, e o exterior de prata simbolizava o inverno.
A tocha foi levada no estádio pelo ativista Chris Moon, que faz campanha contra minas terrestres. Ele perdeu as pernas enquanto desarmava minas em Moçambique.
Sydney 2000
A Casa de Ópera de Sydney, as curvas de um bumerangue e o azul do Oceano Pacífico inspiraram este modelo. Os três componentes entrelaçados também representavam terra, fogo e água. Depois de dez dias de revezamento, ela exibiu a Austrália desde a rocha Uluru até a Grande Barreira Coralina. A corredora aborígine Cathy Freeman acendeu a chama no Estádio Olímpico e, dias depois, ganhou ouro nos 400m rasos.
Salt Lake City 2002
Em formato de gelo e produzida a partir de prata e cobre no Oeste americano, a tocha foi concebida para promover o slogan dos Jogos de Salt Lake: "Acenda o fogo interno". A chama queimou sobre a grama como se estivesse sob gelo. Parentes das vítimas dos atentados de 11 de setembro estavam entre as pessoas que carregaram a tocha.
Atenas 2004
O designer industrial grego Andreas Varotsos inspirou-se nas raízes antigas dos Jogos, com uma tocha de madeira e magnésio em formato de folha de oliveira. O revezamento passou pelos cinco continentes, possibilitando que 260 milhões de pessoas pudessem vê-las nas suas cidades. A intenção do desenho era que a mão, a tocha e a chama formassem visualmente uma espécie de fluxo.
Turim 2006
A empresa de design de automóveis Pininfarina usou sua experiência com clientes como Ferrari, Maserati, Rolls-Royce e Jaguar para desenhar a tocha. Ela assemelhava-se a um esqui e foi inspirada pelas montanhas, com a chama queimando no topo. Mas a tocha foi criticada por ser pesada demais para ser carregada, com pouco menos de 2 kg.
Pequim 2008
Em formato de pergaminho, a tocha tinha os caracteres chineses "sortudo" e "nuvem auspiciosa", usados geralmente pela mitologia chinesa para ilustrar harmonia. A tocha simbolizava uma Olimpíada verde, tecnológica e popular. Um revezamento ambicioso – o maior da história – percorreu cinco continentes e a China, mas atraiu protestos de muitas pessoas.
Vancouver 2010
O design canadense é da fabricante de aviões Bombardier e da Hudson's Bay Company. A tocha era longa e pesada, com 94,5 cm e 1,6 kg. O formato foi inspirado em linhas fluídas cortadas por esquis na neve e pela paisagem canadense. A tocha branca trazia uma folha de plátano com o slogan e o logo – um Inukshuk, que é uma pilha de pedras em formato humano feito pelo povo Inuit.
Londres 2012
Essa é a terceira vez que Londres sediará os Jogos Olímpicos, e por isso foi desenhada uma tocha em forma de cone, com três lados. A tocha dourada, desenhada pela companhia Barber Osgerby, é feita de lâminas de liga de alumínio.
Cada uma delas tem oito mil furos, que representam cada uma das oito mil pessoas que participarão do revezamento. A tocha mede 80 centímetros, o que a torna uma das mais altas, mas também é uma das mais leves - com 850 gramas, incluindo o queimador de propano-butano, em seu centro. Seu desenho e suas dimensões permitem que ela seja carregada por crianças.
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