Em alguns anos, Sánchez se tornou protagonista do jogo de poder que envolve o futebol no país
Sem muito alarde. Foi assim que o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sánchez assumiu o cargo de diretor de seleções na CBF. Nos últimos anos, o cartola foi figura central do noticiário esportivo brasileiro. Não apenas por ser o mandatário de um dos times mais populares do país, mas por suas posições muitas vezes polêmicas.
Em alguns anos ele deixou a condição de membro do 'baixo-clero' da cartolagem alvinegra para ser protagonista do jogo de poder que envolve o esporte mais popular do país. Em poucas palavras: levou o Corinthians de volta a uma rotina de títulos, dinamitou uma entidade sólida como o Clube dos 13 e mudou o cenário dos direitos de transmissão do futebol.
Não bastasse, ainda tirou do Morumbi o papel de sede paulista na Copa de 2014 e indicou o atual técnico da seleção brasileira. Ainda fez Ronaldo --antes desafeto declarado de Ricardo Teixeira-- se reaproximar do chefão da CBF. R9 tem papel fundamental na ascensão do cartola.
Por sinal, a aliança com o Fenômeno começou no Corinthians e segue firme. Afinal, Sánchez agora é diretor de Seleções e o pentacampeão é integrante do Comitê Organizador Local da Copa de 2014.
Os fatos não aconteceram necessariamente nesta ordem, mas é muita coisa e ele parece ainda estar longe de se dar por satisfeito. Antes mesmo de assumir o cargo ele gerou desconforto ao revelar o convite da CBF rodadas antes do fim do Campeonato Brasileiro, cujo clube que presidia postulava ao título, por fim, conquistado.
É evidente que o clube paulista fez uma grande campanha e a conquista veio naturalmente, mas grande parte dos torcedores rivais e alguns cartolas enxergaram na revelação uma maneira de pressionar a arbitragem a favor do Corinthians.
Todavia, Sánchez ainda deve ser figura central no universo esportivo nos próximos anos. As entrevistas mais recentes que concedeu já como funcionário da CBF já dão o tom de como será a atuação do cartola na CBF.
Entre outras coisas, Sánchez soltou afirmações como: "Jogador com 31, 32 anos não vamos mais convocar. Ele estará muito velho na Copa, não tem mais que fazer experiência com esse pessoal". Vale atentar para o fato que atletas como Luís Fabiano (camisa 9 na última Copa) tem 31 anos e não atende ao que o dirigente considera ideal para a seleção brasileira. Kaká, às vésperas dos 30 anos também vai esbarrar nesse critério na época da Copa do Mundo de 2014. Atletas como Lúcio e Júlio César, em tese, seriam vetados agora.
O peso das palavras de Sánchez já tem data para ser posto à prova. Deve ser verificado na primeira convocação de Mano Menezes para o amistoso contra a Bósnia, no próximo dia 28 de fevereiro. É o primeiro compromisso oficial da seleção brasileira em 2012. Fica a dúvida se Mano Menezes irá levar ou não o que o seu novo chefe na acredita ser o melhor para o time canarinho.
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