Dieta mediterrânea pode proteger o cérebro


 Adotar esse hábito alimentar impede os vasos cerebrais de se romperem

POR MINHA VIDA - PUBLICADO EM 14/02/2012


A dieta mediterrânea - baseada nos hábitos alimentares das populações do litoral do Mar Mediterrâneo, como Itália e Grécia - já foi relacionada a um menor risco de síndrome metabólica, doença cardíaca, derrame e demência. Um novo estudo sugere que pessoas que seguem esse tipo de alimentação também se protegem contra danos nos vasos sanguíneos do cérebro.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores da University of Miami Miller School of Medicine (EUA) compararam as imagens de tomografias cerebrais e a alimentação de 966 adultos com idade média de 72 anos. As dietas foram classificadas conforme mais próximo ou mais distante estavam da dieta mediterrânea
Os pratos da dieta mediterrânea são ricos em frutas frescas, vegetais, peixe, grãos integrais, leguminosas, gorduras monoinsaturadas e quantidades moderadas de álcool. Também há uma baixa quantidade de carne vermelha, gorduras saturadas e grãos refinados. 
Ao final das análises, o estudo mostrou que aqueles que seguiram uma dieta mais próxima da mediterrânea apresentaram menores danos nos vasos sanguíneos do cérebro. Como consequência, os riscos de demências ou mesmo de um derrame cerebral também foram menores. 
A relação é tão direta que, quanto mais mediterrânea era a dieta, menores eram os danos no cérebro. O benefício continuou mesmo após considerar outros fatores de risco para danos nos vasos sanguíneos dcérebro, como diabetes, tabagismo, pressão arterial alta e níveis de colesterol anormais. 
Dieta para o coração
Os pesquisadores acreditam que o aspecto da dieta mediterrânea que influenciou esses resultados foi a proporção ingerida de gordura monoinsaturada e saturada. As gorduras monoinsaturadas são encontradas em muitos óleos vegetais, abacate e nozes. Já as gorduras saturadas são encontradas principalmente em carnes e produtos lácteos, bem como em alguns alimentos industrializados

Consumo de gorduras pode fazer bem ao organismo

As gorduras, principalmente as saturadas, normalmente são associadas a problemas de saúde. Pouco se fala, no entanto, que ingerir certas quantidades e fontes de gorduras é essencial para que o nosso organismo mantenha suas funções de maneira saudável. Na verdade, o consumo das gorduras certas nos protege de uma série de doenças em vários órgãos. O nutrólogo Wilson Rondó nos conta como o consumo cada vez maior de gorduras poli-insaturadas e a baixa ingestão de gorduras saturadas, encontradas no óleo de coco e na manteiga, pode afetar a saúde de nosso organismo

Gorduras e o cérebro

Para quem não sabe, aproximadamente 60% de nosso cérebro é composto de gordura. Além disso, quando consumimos gordura saturada, o nosso cérebro tem um tipo de funcionamento e quando consumimos gordura poliinsaturada, nossa queima cerebral fica comprometida. Fosfolípides que contém 50% de gordura saturada, ajuda na saúde cerebral. Em estudo recente, ratos alimentados com óleo vegetal com baixa concentração de gordura saturada e pouco ômega 3, sofreram com mais derrames e tiveram uma diminuição na expectativa de vida. Outro fator importante é a presença de fosfolípides. Esse tipo de lipídio, que contém 50% de gordura saturada, ajuda a manter o nosso cérebro saudável e funcionando bem. 

Gorduras e as células

Gordura saturada mantém a integridade celular em todas as células do seu corpo. Por quê? Porque toda membrana celular é teoricamente feita de 50% de gordura saturada. Quando nós consumimos muito óleo poliinsaturado e pouca gordura saturada nossas células não funcionam corretamente. Os ácidos graxos que compõem a membrana celular precisam ser saturadas para que a célula tenha a necessária estrutura e integridade além de funcionar corretamente. Quando a parede celular não contém gordura saturada suficiente, ela fica sem sustentação e não trabalha corretamente. Outro papel importante da gordura é na comunicação celular.Tanto o ácido miristico como o ácido palmítico, ambos originários do óleo de coco, estão envolvidos no complexo processo de comunicação celular

Gorduras e os ossos

Um estudo publicado em 1996 no American Oil Chemist Society Proceedings mostrou que o cálcio para ser efetivamente incorporado na estrutura esquelética, 50% da gordura da alimentação deve ser saturada. Muitos médicos apontam o crescimento no número de pessoas que sofrem com osteoporose pela falta de gorduras como o óleo de coco e manteiga na nossa dieta. 

Gordura e o fígado

Em qualquer livro de bioquímica você verá que gordura saturada protege o seu fígado contra toxinas como o álcool e tylenol. A tradição de consumir banha de porco e manteiga antes de exagerar na bebida é baseada na boa ciência (apesar de sempre devermos consumir álcool e com moderação !). Hoje, é possível observar que em regiões onde as gorduras poli-insaturadas são mais consumidas, os problemas de fígado se tornam mais recorrentes. 

Gordura e o coração

Gordura saturada gera energia para o coração em momentos de estresse. Os estudos tem mostrado que gordura saturada também forma uma camada de proteção em volta de nosso coração. Além disso, os estudos mostraram que gordura saturada na alimentação diminui no sangue a Lp(a), que (ao contrário do colesterol) é um bom preditor de doença cardíaca. Além do mais, gordura saturada ajuda a reduzir níveis de Proteína C Reativa, um indicador de inflamação, o que é um dos responsáveis por doenças cardíacas. Níveis de HDL colesterol e LDL não são bons preditores de doença cardíaca, que aparece na mesma proporção nos indivíduos com colesterol baixo ou alto. 

Gordura e os pulmões

Os pulmões não funcionam sem a quantidade adequada de gorduras saturadas na alimentação. Isso porque os ácidos graxos presentes no líquido surfactante do pulmão (uma substância fluida que permite que os pulmões funcionem) é normalmente 100% saturado. Quando se consome muito óleo parcialmente hidrogenado e óleos vegetais, gorduras trans e ácidos graxos polinsaturados, o pulmão começa a funcionar de maneira irregular e pouco eficiente, graças a falda de gordura saturada. 
Em pesquisas recentes, foi observado que crianças que consomem muito óleo polinsaturado têm maior propensão desenvolver asma, enquanto que as que consomem mais gordura da manteiga apresentam muito menos incidência da mesma doença. Na verdade, as mudanças do consumo do tipo de gordura nos últimos 30 anos explica o aumento da incidência de todos os tipos de doença pulmonar, incluindo asma e câncer de pulmão. 

Gordura e os rins

Ômega 3, gordura saturada e colesterol agem juntos de forma sinérgica para manter a função renal normal, que é crítica para a manutenção da pressão arterial sob controle e da filtração de toxinas do corpo. Alto consumo de óleos polinsaturados pode ser uma agressão renal além de agressão ao nosso cérebro. O óleo de coco também melhora a função renal por fornecer um ácido graxo saturado chamado ácido mirístico, que desempenha papel vital na bioquímica renal. 
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Gordura e hormônios

Hormônios são mensageiros do corpo, agindo com o cérebro, sistema nervoso e glândulas, afetando centenas de funções corpóreas. Os hormônios precisam da gordura certa para o funcionamento correto; o seu corpo não produz hormônio do estresse e sexual sem a presença de vitamina A, fornecida exclusivamente por gordura animal de alimentos como fígado, frutos do mar e ômega 3. No caso do consumo de gordura errada como o óleo polinsaturados se promove a inibição da produção de hormônio sexual e do estresse, levando a problemas com desequilíbrio de glicemia, metabolismo mineral e reprodução.  
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