Ricardo Teixeira é pressionado a renunciar após novasdenúncias de corrupção 24/2/2012

Ricardo Teixeira ainda não respondeu ao MP sobre as novas denúncias de desvio de recursos públicos
SE FOSSE LADRÃO DE GALINHA, OU SE TIVESSE ROUBADO UM PÃO PARA ALIMENTAR OS FILHOS JÁ ESTARIA NA CADEIA. 

ESTE É O PAIS DE INJUSTIÇA, DA DESIGUALDE, DAS LEIS ARCAICAS E INJUSTAS. E O POVÃO APLAUDE OS MAUS POLITICOS. 
A Ailanto, empresa de marketing esportivo, com sede na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, que mantém ligações comerciais e de interesse pessoal com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF),Ricardo Teixeira, volta ao centro de uma série de denúncias de corrupção e desvios milionários de recursos. Investigação do Ministério Público aponta Teixeira e os sócios da firma como responsáveis por um desvio de R$ 1,1 milhão destinado à realização do amistoso entre Brasil e Portugal em 2008, em Brasília. 

No início da tarde, após conhecer as novas denúncias contra Teixeira, parlamentares passaram a pressionar o Ministério dos Esportes pela cassação ou a renúncia do dirigente. Um deles, o deputado Romário Faria (PSB-RJ), em recente entrevista, afirmou que as denúncias de corrupção nas quais Ricardo Teixeira está envolvido atrapalham o andamento da organização da Copa do Mundo de 2014.

Notícia publicada nesta sexta-feira, no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, revela que a Justiça deverá exigir que Ailanto devolva aos cofres públicos os R$ 9 milhões que recebeu para organizar a partida amistosa. 

A empresa foi contratada sem licitação pelo governo do Distrito Federal. De acordo com o MP, a Federação Brasiliense de Futebol reteve o valor total da bilheteria do jogo, de quase R$ 1,3 milhão, e o dinheiro, que deveria ir para o governo distrital, foi desviado e usado para o pagamento das despesas referentes ao contrato com a Ailanto, "contrariando todas as diretrizes do processo de contratação", disse o MP no processo.

No dia 15 de fevereiro, a FSP revelou ter obtido documento que prova ligação entre Ricardo Teixeira e a empresa Ailanto, no possível superfaturamento verificado no amistoso entre as seleções brasileira e portuguesa ocorrido no Gama, no Distrito Federal, em 2008. O jornal mostra registro da Junta Comercial no qual uma companhia da Ailanto, a VSV Agropecuária Empreendimentos Ltda, teve por 26 meses como endereço – estrada Hugo Portugal, 13.330 – uma fazenda de Ricardo Teixeira em Piraí, a 80 km do Rio. 

O registro no órgão competente foi feito no dia 11 de novembro de 2008, apenas oito dias antes do jogo.

– A Ailanto agiu com ânimo fraudulento e com nítida má-fé, diz o Ministério Público na ação contra a empresa – diz um dos promotores ligados ao processo.

De acordo com o MP, a Ailanto não cumpriu com todas as obrigações previstas no contrato. Serviços que deveriam ser bancados pela empresa foram pagos com o dinheiro arrecadado na bilheteria do palco do amistoso. 

O valor de R$ 1,1 milhão foi a soma das despesas com ingressos e planejamento (R$ 258 mil), decoração (R$ 153 mil), transporte e hospedagem (R$ 311 mil) e segurança (R$ 211 mil), além dos custos administrativos. A empresa recebeu R$ 9 milhões do DF para organizar o jogo – que marcou a reinauguração do estádio Bezerrão -, vencido pelo Brasil por 6 a 2 e com a presença de Cristiano Ronaldo. Depois de a Polícia Civil de Brasília ter aberto inquérito para investigar suposto desvio de dinheiro público, o caso, agora, está na Justiça federal do DF.

Segundo o processo, a arrecadação com a venda dos ingressos na bilheteria, recurso do governo do DF, foi usado pela Federação Brasiliense de Futebol para arcar com as despesas para a realização do jogo, que deveriam ter sido pagos pela Ailanto. 

Os sócios da empresa, segundo investigação policial, movimentaram recursos para contas bancárias de Teixeira e, ainda de acordo com os autos do inquérito, a sócia da empresa, Vanessa Precht, passou cheques de R$ 10 mil ao presidente da CBF, meses depois do jogo. A Ailanto, do presidente do Barcelona, Sandro Rosell – ex-executivo da Nike e amigo de Teixeira -, e Vanessa Precht, eram os sócios da VSV, que funcionou durante certo período na fazenda de Ricardo Teixeira.

Ricardo Teixeira e Ailanto não quiseram comentar a ligação nem a decisão do MP de pedir a devolução do dinheiro.

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