Se armas não protegem, por que autoridades fazem tanta questão em tê-las por perto?
Duas notícias me chamaram a atenção nos últimos dias.
A primeira é que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma licitação para a contratação de 149 seguranças sendo que 47 deles trabalharão armados com pistolas em calibre .380 acp.
Os seguranças trabalharão na proteção dos ministros no tribunal, em suas residências e nos trajetos entre um e outro.
A segunda notícia é que todos os motoristas dos juízes da Paraíba receberão a autorização para portarem armas.
Serão pistolas em calibre .40S&W, o que me parece ilegal uma vez que trata-se de calibre de uso restrito.
Além desses, todos os servidores que trabalham na segurança dos fóruns e tribunais também serão autorizados a portarem armas durante o serviço e para isso bastará comprovarem aptidão psicológica e prática.
Antes de continuar, se faz necessário relembrar que hoje, juízes e promotores, já possuem o chamado porte funcional, ou seja, portar uma arma de fogo, em calibre restrito é um direito legal dessas categorias.
Que fique claro: não vejo o menor problema em que os mesmos possuam esse direito, o problema está quando vemos que alguns brasileiros têm mais direito de se defenderem, de defenderem suas famílias e seu patrimônio do que outros.
Todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros...
E então chegamos onde eu queria chegar.
Oras, quantas vezes nos ouvimos e lemos que armas não trazem segurança, que foram feitas para matar, que uma arma pode trazer mais risco que proteção?
Muita! Será então que os componentes do Judiciário são lunáticos que querem correr mais riscos ainda do que já correm se cercando de pessoas armadas?
Será que o presidente, os ministros, os governadores, os senadores, os deputados federais e estaduais, os vereadores e toda gama de autoridades, muitas delas responsáveis pelo Estatuto do Desarmamento – que só desarmou o cidadão – não se sentem menos seguros cercados por um monte de gente armada?
A resposta é mais do que óbvia! Armas, em mãos corretas e minimamente treinadas, seja um juiz ou um barbeiro, um presidente ou um açougueiro, são sim instrumentos de segurança para aquele que a tem e para aqueles que o cercam.
E não me venham com aquela bobagem que todos esses seguranças armados, sejam civis, sejam militares, sejam servidores públicos ou sejam funcionários de empresas de segurança possuem qualquer qualificação sobre-humana e treinamento inalcançável para nós, meros mortais.
Pois todos sabemos muito bem que não é assim.
Em última instância e não com menor importância, essa "corrida armamentista" do judiciário mostra que a criminalidade continua em alta, que o tal Estatuto do Desarmamento foi uma aberração fracassada e que - oras vejam! - as instituições estatais responsáveis pela Segurança Pública não conseguem suprir a demanda por segurança nem mesmo dos seus membros e é exatamente em mais pessoas armadas que eles buscam proteção.
Faça o que falo, mas não faça o que faço parece ser o eterno lema da autoridade brasileira.
perverso pela sua falsidade cairá" (Provérbios 11:5).
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