Faz quase um século que os cientistas
teorizaram que o universo estava se expandindo.
Agora, já se passaram 20 anos desde que
percebemos que esta expansão estava se acelerando e que, com o passar do tempo,
outras galáxias parecerão se afastar cada vez mais rápido de nós.
Eventualmente, elas se tornarão inacessíveis, mesmo que viajemos na direção
delas à velocidade da luz.
O universo está desaparecendo, e não há
nada que possamos fazer sobre isso.
Expansão e distância
Quando você olha para uma estrela cuja
luz chega para você depois de viajar por 100 anos, você está vendo uma estrela
que está a 100 anos-luz de distância.
Mas quando você olha para uma galáxia
cuja luz chega depois de viajar em sua direção por uma jornada de 100 milhões
de anos, você não está olhando para uma galáxia a 100 milhões de anos-luz de
distância.
Em vez disso, você está vendo uma galáxia que está
significativamente mais distante do que isso.
A razão para tal “distorção” é que nas
maiores escalas – aquelas que não estão gravitacionalmente unidas a nós -, o
universo está se expandindo.
Quanto mais
tempo um fóton leva para chegar aos seus olhos de uma galáxia distante, maior o
papel da expansão do universo, implicando que as galáxias mais distantes ficam
ainda mais longe do que a quantidade de tempo que a luz delas percorreu.
Correr sem alcançar
Isso é chamado de “redshift” (desvio para
o vermelho) cósmico. Como a luz é emitida com uma energia específica e,
portanto, com um comprimento de onda específico, esperamos que ela também
chegue a seu destino com um comprimento de onda específico. Se o tecido do
universo não estivesse se expandindo nem se contraindo, mas fosse constante,
esse comprimento de onda seria o mesmo.
Porém, como o universo está se
expandindo, o tecido desse espaço está se alongando e, portanto, o comprimento
de onda dessa luz se torna mais longo. Os grandes redshifts que observamos nas
galáxias mais distantes verificaram absolutamente essa hipótese.
O fato de que o universo está se
expandindo significa que todas as galáxias que não estão gravitacionalmente
ligadas a nós vão acabar desaparecendo de vista. Com o passar do tempo, elas se
tornarão cada vez mais distantes conforme o espaço continua a se expandir, e
parecerão se afastar em velocidades cada vez maiores.
Isso quer dizer que, a uma
distância-chave particular de nós, a expansão do próprio tecido do espaço faz
com que um fóton que saia da nossa galáxia em direção a uma distante ou saia de
uma galáxia distante em direção à nossa jamais chegue.
A taxa de expansão do
universo é tão grande que galáxias distantes se tornam inacessíveis, mesmo que
nos movamos em direção a elas na velocidade da luz.
Cada segundo importa
Atualmente, essa distância está “apenas”
a cerca de 15 bilhões de anos-luz de distância.
Se
considerarmos que o nosso universo observável tem cerca de 46 bilhões de
anos-luz de raio, e que todas as regiões do espaço contêm (na média e na maior
escala) o mesmo número de galáxias, isso significa que apenas 3% do número
total de galáxias em nosso universo é atualmente acessível para nós, se
viajarmos na velocidade da luz. 97% das galáxias em nosso universo observável
já estão fora do alcance da humanidade, devido à expansão acelerada do
universo.
Isso
também significa que, em média, vinte mil estrelas passam de acessíveis a
inacessíveis a cada segundo. A luz que elas emitiram um segundo atrás algum dia
nos alcançará, mas a luz que emitiram neste exato segundo jamais chegará.
É
um pensamento perturbador, mas há também uma maneira mais otimista de vê-lo:
este é o universo nos lembrando quão precioso cada segundo é.
Se
quisermos viajar para além do nosso próprio grupo local de galáxias um dia – o
conjunto de objetos gravitacionalmente constituídos da Via Láctea, Andrômeda e
cerca de 60 pequenas galáxias satélites -, cada momento que passa é uma
oportunidade perdida. [Forbes]
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