"Sugerida por Bolsonaro, troca de notas de R$ 100 e R$ 50 custaria mais de R$ 700 milhões"
Leia-mais-em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/bolsonaro-troca-notas-50-100-reais-custo/
- "Reforma prevê substituição
de cinco tributos que incidem sobre o consumo (ICMS, PIS/Cofins, ISS e
IPI) por um imposto único: o IBS, imposto sobre bens e serviços.| Foto: LK
Ventura/Pixabay
- Substituir todas as cédulas de R$ 100 e R$ 50, como o presidente
Jair Bolsonaro diz que está sendo estudado pelo governo, custaria, no
mínimo, R$ 700 milhões aos cofres públicos. De acordo com o Banco Central
(BC), estão em circulação 2.883.688.127 notas desses valores no Brasil,
que tiveram custos de produção estimados entre R$ 0,24 e R$ 0,25 em 2016,
último dado disponível encontrado.
- Vale ressaltar que esse é o custo da emissão das notas do jeito que
elas já existem e não consideram nenhum tipo de alteração de cor, formato,
parâmetros de segurança tampouco os custos de remodelamento das cédulas,
logística de recolhimento e substituição e transporte dos valores.
- Bolsonaro falou sobre a substituição das cédulas em entrevista ao
Programa do Ratinho, do SBT, na terça-feira (4). "Chegou ao nosso
conhecimento mudar as notas de R$ 100 e de R$ 50 num prazo de um
ano", respondeu Bolsonaro sobre a possibilidade dessa alteração.
Segundo o presidente, a possibilidade é real, mas dependeria de um “sinal
verde da Economia” sobre a viabilidade da proposta.
- Os boatos sobre essa troca começaram em maio, pelas redes sociais.
Uma das mensagens seguiria que o presidente mudasse a cor das notas de R$
20, R$ 50 e R$ 100 para “despejar dinheiro na economia”, dando um tempo
curto – até o final de 2019 – para a troca das notas. “Muitos reais vão
brotar de paredes, buracos e malas”, continuava a mensagem. Também havia a
versão de que seria feita uma troca das figuras de animais por
personalidades históricas. Na época, Planalto e Ministério da Economia
negaram a informação."
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"Depois do anúncio de que o governo estuda a medida, o ministério
da Economia informou que a responsabilidade sobre trocas de cédulas é do Banco
Central, quando questionado pela reportagem nesta quarta-feira (5) sobre os
estudos. Já o Banco Central não respondeu às perguntas sobre estudos para a
troca e custos envolvidos até o fechamento desta matéria.
Precisa gastar?
Sem esses estudos nem explicações por parte do presidente, não dá para
estimar qual é o ganho que o governo projeta para a circulação de dinheiro na
economia. Mas o gasto para a produção das novas notas não é insignificante,
ainda mais em tempos de penúria nas contas públicas e de contingenciamento de
gastos.
De acordo com o BC, estão circulando 1.766.263.254 cédulas de R$ 50 e
1.117.424.873 de R$ 100. Em 2016, o órgão informou que a produção de cada uma
custava R$ 0,24 e R$ 0,25 centavos. Isso significa que a substituição custaria
R$ 703,2 milhões. Outras estimativas apontam que o custo de produção das notas
de R% 50 e R$ 100 já está na casa de R$ 0,25 e R$ 0,27, o que sobe o custo da
troca para R$ 743,2 milhões.
Esse valor é próximo do orçamento contingenciado do Ministério da
Ciência e Tecnologia, por exemplo, que é de R$ 759 milhões. Também é
equivalente às verbas bloqueadas dos ministérios da Cidadania e Turismo, que
somam R$ 737 milhões."
"Da onde vem o dinheiro para as cédulas
O Banco Central gerencia o dinheiro que circula no país, mas a moeda só
é emitida após autorização do Conselho Monetário Nacional e normalmente visa a
substituição de notas danificadas e manutenção da quantidade de dinheiro em
circulação.
Geralmente, o dinheiro é produzido pela Casa da Moeda do Brasil. Em
2019, o BC firmou um contrato com a empresa de R$ 425.409.123,60 para o
fornecimento de cédulas e regulamentação de relações técnicas e financeiras.
Não foi informada a quantidade de cédulas que seriam produzidas.
Contudo, nem sempre é nessa estatal que o nosso dinheiro é produzido. Em
2017, por causa de problemas técnicos e operacionais, o Banco Central
encomendou 100 milhões de cédulas de R$ 2 para a empresa Crane AB, da Suécia.
Curiosamente, importar as cédulas naquela época custava menos do que
imprimi-las no Brasil.
A cada mil cédulas de R$ 2 impressas na Suécia, o BC desembolsou R$
202,05. O valor médio de um milheiro de cédulas produzidos na Casa da Moeda era
de R$ 284,83, à época. Ainda é possível fazer a ressalva de que os suecos
produziram apenas a nota de R$ 2, que é a menor das notas em circulação. Já a
produção da Casa da Moeda contemplaria todas as cédulas da segunda família do
Real.
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