UMA NOVA TENTATIVA DE SABOTAR MORO?
Sergio Moro continua no alvo de muita gente em Brasília.
Parece que há forças políticas que não se cansam de voltar sua artilharia ao ex-juiz da Lava Jato.
Depois de ver o Coaf — órgão de vigilância de operações financeiras consideradas suspeitas — sair de sua alçada, o superministro da Justiça e da Segurança Pública teme o esvaziamento do pacote anticrime apresentado por ele ao Congresso.
Confira esta informação exclusiva publicada pela Crusoé:
Fonte: Crusoé
O repórter Igor Gadelha informa que parlamentares que compõem o grupo de trabalho criado na Câmara para analisar o projeto de Moro desconfiam que uma deputada estaria preparando um parecer paralelo.
Trata-se de Margarete Coelho, do PP do Piauí, que preside esse grupo de trabalho.
O relator designado inicialmente é o deputado Capitão Augusto, do PL (antigo PR) de São Paulo, mais alinhado a Moro.
Ele é um dos parlamentares que desconfiam de um possível parecer paralelo de Margarete, que seria bem mais ameno que o seu e enfraqueceria, e muito, o projeto original de Moro.
Confira:
“O motivo da desconfiança foi a deputada só ter convocado para audiências no grupo especialistas contrários ou críticos às propostas de Moro. Além disso, chamaram a atenção mensagens de Margarete no grupo de WhatsApp formado para discutir o tema em que ela diz estar “catalogando” as sugestões desses especialistas.”
Esta não é a primeira vez que Sergio Moro sofre resistência de setores do Congresso.
Vale a pena relembrarmos agora algumas dessas batalhas.
Controlar o órgão era uma das estratégias de Moro para asfixiar o crime organizado.
Moro, portanto, perdeu uma importante batalha em Brasília.
Uma reportagem publicada bem antes da decisão do Congresso já havia alertado para o movimento dos parlamentares de tirar um pouco do poder de Moro…
Fonte: Crusoé, 3/5/2019
O repórter Caio Junqueira revelou que a artilharia do Congresso se voltava contra Moro.
Confira:
“A mais recente ofensiva do Congresso sobre Moro envolve o Coaf. Logo no início do governo, Jair Bolsonaro autorizou a transferência da estrutura, desde sempre subordinada à área econômica, para a alçada de Moro. Era uma maneira de fortalecer a pasta e dar mais instrumentos para o ministro lançar sua prometida ofensiva contra a corrupção e o crime organizado. Agora, ao tratar da medida provisória que reorganizou a Esplanada, deputados e senadores ameaçam tirar o Coaf de Moro e mandá-lo de volta para o Ministério da Economia, de Paulo Guedes.”
Diante da derrota recente, é quase inevitável a pergunta:
Se Moro perdeu a batalha em Brasília, poderá vencer a guerra?
Para você entender a resistência enfrentada por Moro no campo de batalha, é essencial acompanhar a trajetória dele.
A Crusoé tem os capítulos dessa trajetória, enriquecidos com informações exclusivas que, como no caso do Coaf, alertaram com antecedência para derrotas que poderiam ser impostas a Moro em Brasília.
Queremos que você confira essa trajetória AGORA, do juiz linha-dura da Lava Jato ao superministro da Esplanada.
Em maio de 2018, Moro deu a Crusoé, na edição n. 1 da revista, sua primeira entrevista após a condenação de Lula no caso do triplex:
Fonte: Crusoé, 4/5/2018
Veja o que ele disse — e repare como ele já apresentava ideias que fariam parte de seu grande projeto anticrime:
“O enfrentamento da grande corrupção, disso que a gente tem chamado de corrupção sistêmica, essa corrupção disseminada, exige mais do que processos judiciais. Os processos são importantes, tem que haver resposta institucional, as pessoas que cometeram crimes têm que ser punidas, mas é preciso fazer reformas mais amplas que eliminem incentivos e oportunidades para a corrupção. Estamos cuidando apenas do aspecto patológico da corrupção, e não de suas causas, embora a impunidade seja também uma causa. Tenho a firme crença de que só enfrentar os casos na Justiça não é suficiente.”
Em novembro de 2018, logo depois da confirmação de que Moro seria ministro de Bolsonaro, outra reportagem revelava que ele seria “um dos mais poderosos integrantes do futuro governo”.
Fonte: Crusoé, 1/11/2018
Leia um trecho dessa matéria:
“Tamanha era a vontade de Bolsonaro de ter o juiz em seu time que as respostas às indagações de Moro eram rápidas. Ele deu garantias de que o ministério não apenas voltaria à configuração original como seria anabolizado. Para Moro, que a cada nova conversa emitia sinais de que estava interessado na ideia, era preciso transformar a pasta em uma grande trincheira a partir da qual fosse possível amplificar o trabalho da Lava Jato e, como ele dizia a interlocutores, criar uma espécie de ‘Plano Real’ contra a corrupção.”
Moro já se prepara para outra importante batalha em Brasília.
A aprovação do pacote anticrime pelo Congresso.
É justamente esse pacote que está ameaçado, na visão de alguns parlamentares que integram o grupo de trabalho que analisa a matéria.
Repetimos a pergunta: se Moro perdeu a batalha em Brasília, poderá vencer a guerra?
O tempo responderá.
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